A Coluna do Melchiades
Godiva do Irajá
MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE
A culpa é da Kátia, explicaram aos atletas do Rio das Ostras, quando estes se viram sem ter o que comer nem onde dormir em plena competição.
A culpa é da Kátia, avisaram à população da cidade do litoral norte fluminense, enquanto as equipes empilhavam derrotas humilhantes no Estadual masculino e no Nacional feminino.
A culpa é da Kátia, apontou a federação do Rio, ao anunciar a retirada dos rapazes de um campeonato que já havia começado irrelevante, dado o boicote inédito de todos os grandes clubes.
A culpa é da Kátia, referendou no dia seguinte a confederação brasileira, tão logo as moças jogaram a toalha -a primeira desistência da história do torneio.
A culpa é da Kátia, aceitou a imprensa, bovina como nunca.
Aparentemente Kátia Meschese passou cheque sem fundo e valeu-se de promessas falsas de patrocínio para angariar apoio político e inscrever o Rio das Ostras nos dois certames. Eu digo aparentemente porque por ora ninguém conseguiu (ou quis) colher a versão dela sobre todo o fiasco.
O linchamento segue, então.
Já já dirão que é culpa da Kátia o vacilo da CBB, que abriu mão da caução antes de topar o clube, procedimento de segurança que vale no Brasileiro para homens.
Dirão que é culpa da Kátia que nos reste agora o Nacional café-com-leite, somente com representantes de São Paulo e Minas, o mais restrito de todos os tempos.
No embalo, dirão que é culpa da Kátia a volta da Rede TV! para os braços do vôlei, o cancelamento dos torneios de base, o arcaico basquete da seleção olímpica, o racha da comissão técnica...
Dirão, por que não?, que é culpa da Kátia a década perdida da seleção masculina, a má fase dos patrícios na NBA, a falta de um mísero craquezinho no/do país.
Só não poderão dizer que é culpa da Kátia a desmoralização do último Nacional masculino.
Você há de se lembrar daquela conturbada semifinal Ajax x Flamengo, em junho. A bola de três pontos partiu após o estouro do cronômetro, a buzina de alerta não tocou na hora, a cesta foi erradamente validada, a torcida desceu a arquibancada em protesto, o árbitro Sérgio Pacheco se refugiou no vestiário, um bocado de tempo se passou, a TV fez escândalo ao vivo, o juiz atendeu ao celular nas coxias e retornou à quadra, a vitória trocou de lado, o basquete soube que o jogo nem sempre acaba quando termina.
Na semana passada, disquei para o interior paulista. Oi, Pacheco, tudo bem? Eu queria tentar esclarecer uma parada. Até agora a imprensa não trouxe sua versão do incidente em Goiânia. Por quê? "Enquanto ele era julgado, até para que minhas declarações não influíssem, preferi ficar quieto". E por que o silêncio depois? "Os jornalistas me esqueceram. Ninguém me perguntou!" Então, diz aí, foi o telefonema no vestiário que fez você mudar o placar da partida, não foi? "Nem toquei no assunto naquela conversa, te juro." Quem estava do outro lado da linha? "Minha mulher." E o nome dela? "Lígia."
Dessa, a Kátia, belzebu provocante do basquete, está livre.
Exocet 1
O incidente Rio das Ostras, que vergonha, acabou no site da Federação Internacional. Não se sabe se foi a Kátia quem plantou a nota.
Exocet 2
Editorial do www.fberj.com.br chama Kátia de estelionatária e entrega por que mudou neste ano o nome da consagrada Copa Eugenia Borer: "A base só sobreviveu pelo patrocínio vindo da Secretaria de Assuntos Estratégicos, comandada pela Patrícia Amorim".
Exocet 3
A jogadora mais eficiente do Nacional até aqui se chama... Kátia. A pivô de 21 anos e 1,93 m do Santo André aparece em primeiro nos rankings de pontos (20,5), rebotes (11) e tocos (2.5).
E-mail melk@uol.com.br
Fonte: Folha de São Paulo
Godiva do Irajá
MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE
A culpa é da Kátia, explicaram aos atletas do Rio das Ostras, quando estes se viram sem ter o que comer nem onde dormir em plena competição.
A culpa é da Kátia, avisaram à população da cidade do litoral norte fluminense, enquanto as equipes empilhavam derrotas humilhantes no Estadual masculino e no Nacional feminino.
A culpa é da Kátia, apontou a federação do Rio, ao anunciar a retirada dos rapazes de um campeonato que já havia começado irrelevante, dado o boicote inédito de todos os grandes clubes.
A culpa é da Kátia, referendou no dia seguinte a confederação brasileira, tão logo as moças jogaram a toalha -a primeira desistência da história do torneio.
A culpa é da Kátia, aceitou a imprensa, bovina como nunca.
Aparentemente Kátia Meschese passou cheque sem fundo e valeu-se de promessas falsas de patrocínio para angariar apoio político e inscrever o Rio das Ostras nos dois certames. Eu digo aparentemente porque por ora ninguém conseguiu (ou quis) colher a versão dela sobre todo o fiasco.
O linchamento segue, então.
Já já dirão que é culpa da Kátia o vacilo da CBB, que abriu mão da caução antes de topar o clube, procedimento de segurança que vale no Brasileiro para homens.
Dirão que é culpa da Kátia que nos reste agora o Nacional café-com-leite, somente com representantes de São Paulo e Minas, o mais restrito de todos os tempos.
No embalo, dirão que é culpa da Kátia a volta da Rede TV! para os braços do vôlei, o cancelamento dos torneios de base, o arcaico basquete da seleção olímpica, o racha da comissão técnica...
Dirão, por que não?, que é culpa da Kátia a década perdida da seleção masculina, a má fase dos patrícios na NBA, a falta de um mísero craquezinho no/do país.
Só não poderão dizer que é culpa da Kátia a desmoralização do último Nacional masculino.
Você há de se lembrar daquela conturbada semifinal Ajax x Flamengo, em junho. A bola de três pontos partiu após o estouro do cronômetro, a buzina de alerta não tocou na hora, a cesta foi erradamente validada, a torcida desceu a arquibancada em protesto, o árbitro Sérgio Pacheco se refugiou no vestiário, um bocado de tempo se passou, a TV fez escândalo ao vivo, o juiz atendeu ao celular nas coxias e retornou à quadra, a vitória trocou de lado, o basquete soube que o jogo nem sempre acaba quando termina.
Na semana passada, disquei para o interior paulista. Oi, Pacheco, tudo bem? Eu queria tentar esclarecer uma parada. Até agora a imprensa não trouxe sua versão do incidente em Goiânia. Por quê? "Enquanto ele era julgado, até para que minhas declarações não influíssem, preferi ficar quieto". E por que o silêncio depois? "Os jornalistas me esqueceram. Ninguém me perguntou!" Então, diz aí, foi o telefonema no vestiário que fez você mudar o placar da partida, não foi? "Nem toquei no assunto naquela conversa, te juro." Quem estava do outro lado da linha? "Minha mulher." E o nome dela? "Lígia."
Dessa, a Kátia, belzebu provocante do basquete, está livre.
Exocet 1
O incidente Rio das Ostras, que vergonha, acabou no site da Federação Internacional. Não se sabe se foi a Kátia quem plantou a nota.
Exocet 2
Editorial do www.fberj.com.br chama Kátia de estelionatária e entrega por que mudou neste ano o nome da consagrada Copa Eugenia Borer: "A base só sobreviveu pelo patrocínio vindo da Secretaria de Assuntos Estratégicos, comandada pela Patrícia Amorim".
Exocet 3
A jogadora mais eficiente do Nacional até aqui se chama... Kátia. A pivô de 21 anos e 1,93 m do Santo André aparece em primeiro nos rankings de pontos (20,5), rebotes (11) e tocos (2.5).
E-mail melk@uol.com.br
Fonte: Folha de São Paulo
Ilisaine Karen David é um caso bastante particular no basquete brasileiro. A jundiaiense começou tarde no esporte - aos quinze anos- meio que "obrigada", conforme confessa nessa entrevista, em função da altura privilegiada. Trabalhada no Clube São João, da mesma cidade, não chegou a ser convocada para as categorias de base da seleção nacional. Em 1997, no entanto, a oportunidade surgiu em São Bernardo do Campo, que montava um time adulto com o apoio da Uniban, que tinha como destaque a lateral Adriana Santos. Com apoio do técnico Emerson Tadiello, Zaine assumiu com aparente tranquilidade uma vaga no time titular do clube e uma posição de destaque no cenário nacional. Nesse meio tempo, conciliou a duras penas a conclusão de um curso universitário, o de Direito, um fenômeno raro no esporte nacional. As convocações para a seleção vieram logo e o ápice se deu com a conquista do bronze olímpico, em Sydney. No vai-e-vém dos clubes brasileiros, Zaine passou por outras três equipes, duas delas desfeitas. Desiludida com as perspectivas do basquete no Brasil, Zaine arrumou as malas e partiu para a Itália. Desembarcou no Chietti, na Itália, onde jogou com a americana Bridget Pettis e com a brasileira Kelly Santos. Firmou-se nessa equipe, onde jogou por três anos e disputou competições importantes, como a Euroliga. Em 2004, Zaine voltou a ser lembrada para a seleção olímpica, mas acabou sendo cortada. Ainda assim, a pivô trocou o Chietti, que andava cambaleando na direção da Segunda Divisão, pelo Venezia, atual líder do campeonato. E mais uma vez, Zaine conseguiu seu espaço.
Foi realmente difícil conciliar os estudos e o basquete, pois o calendário de jogos era apertado. Mas estudando e jogando pela UNIBAN, quando eu faltava à aula por motivo de jogo, eles me abonavam as faltas. O grande problema era chegar à tempo para as aulas, pois os treinos terminavam tarde, e eu tinha que ir de São Bernardo à São Paulo. Mesmo assim, eu não desanimava e assistia quantas aulas conseguisse. Quando saí do time da UNIBAN, complicou mais a situação, pois eles não me abonavam mais as faltas. E com as convocações para a seleção brasileira, virou uma loucura estudar. A cada ano, eu perdia no mínimo três meses de aula. E quando voltava, a faculdade era obrigada, por lei, a abonar as faltas e me reaplicar as provas e trabalhos perdidos. Era uma correria. Mas não me arrependo nem um pouco dos sacrifìcios e esforços que fiz para me formar, pois era algo que me dava muito prazer. Quando eu terminei o colegial e disse ao meu pai que estava cansada e talvez fosse melhor repousar um ano e depois entrar na universidade, ele me respondeu que se eu quisesse continuar jogando, deveria estudar. Do contrário, ele me tiraria do basquete. Na ápoca, eu achei exagero de sua parte, mas hoje entendo o quanto foi bom não parar de estudar. O apoio de meus pais foi fundamental para minha formaçao e meu atual sucesso profissional.
A Itália surgiu num momento importante, pois havia acabado de ser desfeito o time de Jundiaí. Eu estava realmente descrente na estrutura dos times e da modalidade em geral, onde os patrocínios eram difíceis e quando existiam, de uma hora para outra nos deixavam na mão. Já havia me formado na universidade, então não tinha mais nenhum compromisso que me impedisse de tentar um novo rumo e conhecer um novo modo de fazer esporte.
Também já conhecia a Flávia. Jogamos juntas na Quaker, e até dividíamos apartamento. Sou feliz pelo espaço que ela consegui na seleçao italiana, pois sei que trabalhou duro por isso, e pode ser que aconteça com mais jogadoras daqui em diante.
Na Liga Espanhola, o Barcelona segue inabalável, com 10 vitórias consecutivas. Dessa vez, a vítima foi o Canoe: 100-67.
Após a oitava rodada da Liga Italiana, o Phard Napoli, de Vicky Bullet e o Venezia, de Alessandra e Zaine e o Faenza, de Adrianinha e Graziane seguem dividindo a liderança, com sete vitórias e uma derrota.
Com o pensamento focado na vitória, o Sírio/Black&Decker entra em quadra na manhã de hoje para enfrentar Juiz de Fora (MG). Sabendo que um resultado positivo garante classificação antecipada para a próxima fase do Nacional de Basquete, as meninas sob o comando do técnico Edson Ferreto não querem perder esta chance. O jogo, considerado estratégico pela comissão técnica uberabense, começa às 11 horas no ginásio Tupinambás, em Juiz de Fora.
Rio das Ostras não será mais o adversário do Sírio/Black&Decker nesta noite. No final da noite de quarta-feira (24), o clube fluminense anunciou o abandono do Nacional de Basquete, fato inédito na história do torneio. Com isso, a equipe uberabense ganhará por WO, com mais dois pontos.
Pensando nos próximos anos, o Sírio/Black&Decker está fortalecendo o trabalho feito nas categorias de base do basquete de Uberaba. Com muito treino e participando cada vez mais de competições, a idéia é fazer as jovens ganharem experiência e maturidade.