sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007


Entrevista

Juliana Gomes



"Essa menina é rápida e toca fogo no jogo!" Assim comentou um cronista pernambucano ao se referir a Juliana Gomes (26) em uma de suas matérias em um jornal local.
Ju, como é conhecida pelos torcedores recifenses, era uma das armadoras do time da Faculdade Maurício de Nassau/ Sport, recém eliminadodo Campeonato Nacional de Basquete Feminino, cujas finais se iniciam neste final de semana.
Natural de Borborema, interior de São Paulo, a atleta começou sua carreira esportiva aos 9 anos de idade, disputando campeonatos escolares. Em um deles, na cidade de Votuporanga - SP, foi descoberta pelo técnico Ferreto que a levou para Bauru.
Neste bate papo, Ju conta um pouco de sua trajetória, relembra momentos e personagens importantes do basquete feminino, e fala da participação do seu time no Nacional deste ano.

PBF - Quando você chegou em Bauru, qual o teu 1º contato com o basquete profissional?

Ju - Foi tudo muito rápido! Rápido e importante para mim, pois ainda na categoria infanto eu me via treinando com atletas do adulto que até então erão ídolos para mim: Vânia Teixeira, Deise Macarrão, Edna... foi tudo muito bom e pude aproveitar bastante.

PBF - E depois, qual foi tua trajetória?

Ju - Depois dessa passagem em Bauru, treinei até o juvenil em São Caetano, quando passei a jogar por Ourinhos, onde fiz minha estréia na categoria adulta.

PBF - Quais foram tuas experiências em Campeonatos Nacionais e da Nossa Liga?

Ju - Em 2004 joguei pelo São Paulo/ Guarulhos (ficamos em 6º lugar) num time que tinha a Palmira e Eliane (atual São Caetano). Em 2005 disputei a NLB por Piracicaba sendo treinada pela Branca, e em 2006 pelo Sport Recife.

PBF - Como aconteceu a sua ida para o Sport Recife?

Ju - Então, antes de fechar com o Sport, estava em Piracicaba com a Branca. Tinhamos acabado de encerrar o Paulista e recém campeãs dos jogos abertos categoria livre. Entretanto, até então o time não tinha perspectivas de disputar nem o torneio da CBB nem a NLB. Daí, surgiram alguns convites e entre eles o do Sport. O fato de ser um novo desafio, fora do eixo Rio - São Paulo, e sabendo que o clube contava com boa infraestrutura e uma comissão técnica competente comandada pelo Roberto Dornellas, que levou o time ao 3º lugar na liga de 2005, me motivou a jogar em Recife.

PBF - Como você avalia a campanha do Sport no campeonato?

Ju - Começamos mal, com o time incompleto, o que dificultou o nosso
desempenho. Estreamos logo contra um adversário direto para classificação entre as quatro, que foi o Santo André. Perdemos e em seguida outra pedreira: São Caetano, ambos fora de casa. Nosso primeiro jogo em Recife foi contra Ourinhos e nosso time mais uma vez não se encontrou. A virada começou no jogo contra Catanduva em Recife, quando nos superamos e vencemos. Daí, ganhamos as duas contra o Fluminense e fomos para o tudo ou nada novamente contra Santo André. Essa vitória nos deu a vaga nos playoffs semifinais. Acredito que o fato do campeonato ter sido muito curto, nosso time não chegou a seu ápice. Tanto é verdade que fizemos nosso melhor jogo na terceira partida contra Ourinhos na fase semifinal, quando levamos o jogo para prorrogação e por pouco não vencemos no tempo normal.
PBF - Vendo Catanduva hoje na final, você não acha que poderiam ter ido um pouco mais longe, uma vez que vocês a venceram em uma das partidas?

Ju - A gente sempre acha que poderia ter ido mais além... isso é característico de um atleta que busca sempre ser campeão. Mas o grupo sabe que fez o possível, e se Catanduva está na final é porque teve méritos de eliminar a forte equipe de São Caetano. Lá em Catanduva eles trabalham bem o basquete, nas ruas, motiva o público.Tomara que se firmem como mais uma praça do basquete feminino, como foi Sorocaba, Americana, Campinas...

PBF - E agora na final? Quem leva o título?

Ju - É dificil...Ourinhos leva o favoritismo, principalmente se lembrarmos do último confronto entre as duas equipes. Mas nosso playoff contra Ourinhos mostrou que numa decisão tudo pode acontecer. Acho que será uma série equilibrada e espero que seja, antes de tudo, um grande espetáculo, e que possa atrair grandes patrocinadores para o Paulista 2007.

PBF - Falando em Paulista, quais tuas perspectivas?

Ju - Mesmo com o fim da minha participação no Nacional, continuo treinando e aguardando o encerramento dos campeonatos da CBB e da NLB para poder definir a equipe a qual irei defender. Quanto ao campeonato, espero que seja de bom nível e que o número de equipes supere o de 2006.

PBF - Que tal um troca de passes bem rapidinho? Uma emoção no Basquete:

Ju - O vice campeonato Paulista de 2005 por Ribeirão Preto.

PBF - Um jogo inesquecível:

Ju - A final dos jogos abertos 2006, categoria livre, contra Marília. Jogava pela Unimep Piracicaba.

PBF - Companheira de todas as horas:

Ju - Ah isso não vale! Graças a Deus tenho um bom relacionamento com todas com quem jogo e meus treinadores. Mas este ano, até porque morávamos juntas, estive mais próxima da Josiane e da Tayara.

PBF - Uma fase de crescimento profissional:

Ju - Tive sorte com os técnicos que me acolheram e me conduziram. Cresci muito com cada um deles. Mas acredito que a fase que passei na Unimep com a Branca e a Ana, tornnou meu jogo mais consistente e ganhei muito mais confiança e agressividade.

PBF - Uma armadora em quem você se inspirou:

Ju - Bom, eu cresci admirando a Branca, e jogando sempre fui fã da Regininha, de quem todas nós temos muitas saudades.

PBF - Um recado para quem é fã do basquete feminino:

Ju - O Basquete Feminino precisa muito de vocês. Prestigiem, vão aos ginásios! Precisamos voltar a ter campeonatos fortes, com grande públicos e patrocinadores. E isso depende muito da aceitação e divulgação da nossa modalidade.

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