Uma ponte aérea com a pivô brasileira que está disputando o Campeonato Espanhol
Kátia Denise, a Katião
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(1) Em uma das vezes que ouvi a técnica Maria Helena Cardoso falar sobre você, lembro-me de ela ter dito que você era uma atleta que tinha iniciado tarde no basquete. Quando você começou a jogar basquete e em que cidade?
Com 16 anos, em São Paulo, no Centro Olímpico do Ipirapuera.
(2) Por que você decidiu ser jogadora de basquete? Quem te incentivou?
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Eu já fazia outro esporte. Como eu tinha uma estatura alta isso me ajudou, e minha mãe sempre me apoiou.
(3) Como você chegou ao BCN?
Eu jogava no Seara/Paulínia, e a Maria Helena me viu jogar nos Jogos Abertos e me convidou para jogar o juvenil e completar o adulto do BCN.
(4) Você já era chamada dey Katião antes de chegar ao BCN? Ou o apelido só surgiu lá pra te diferenciar da Kátia Cristina, a Kattynha?
Isso também influenciou no apelido, mas como meu jogo era muito forte embaixo do garrafão o apelido pegou.
(5) Você começou a chamar a atenção em 1997, quando o time do BCN foi campeão paulista. Me lembro da sua participação nas quartas de final, contra o Data Control Net, quando você marcava a Alessandra Oliveira. Como foi participar daquele grupo campeão?
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Foi o grande começo da minha carreira, recém saída do juvenil. A técnica Maria Helena confiou plenamente em meu jogo.
(6) A maior parte da sua carreira teve a Maria Helena como técnica. Gostaria que você falasse um pouco dela e da sua importância para você.
É uma grande tecnica e uma pessoa fantástica. Aposta muito nas jogadoras jovens.Foi muito importante para mim, sempre acreditando no meu potencial e sempre trabalhando para que eu alcançasse minhas metas.
(7) Você conquistou muitos títulos no BCN. Qual deles foi mais emocionante e por quê?
Foi quando ganhamos o Campeonato Paulista, em Osasco saindo do quarto lugar. Ninguém apostava nisso. Só as próprias jogadoras que confiavam na equipe. Foi fantástico!
(8) Em 2000, você se transferiu para o Vasco da Gama, dentro de um time milionário. Primeiro, gostaria que você falasse um pouco da sua participação na conquista do Campeonato Carioca. E depois, do Nacional, quando você se tornou pivô titular do time?
Minha participação no Carioca foi boa, mas no Brasileiro foi muito importante. A técnica teve que confiar mais uma vez em meu jogo e tive uma grande oportunidade para mostrar o meu potencial em quadra.
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(9) A crise afundou o Vasco, mas mesmo assim, vocês ainda conquistaram o Campeonato Nacional. Como foi disputar um campeonato inteiro sem receber o salário? Você acha que o grupo cresceu com essas dificuldades e com a perda das estrangeiras?
Sim, o grupo ficou mais forte. Tivemos que acreditar umas nas outras assim conseguimos superar as dificuldades do dia a dia.
(10) Qual a pivô brasileira que você mais admira e tem como exemplo? E a estrangeira?
Alessandra, por sua garra de baixo dos garrafão, e a Astou é uma estrangeira completa.
(11) Logo após o Nacional, você saiu do Vasco. A situação estava 'no limite' pra você?
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Sim, em termos pelos atrasos de salário. Mas depois eu recebi tudo.
(12) Quando e como veio a proposta de jogar na Espanha?
O Nicolas, meu agente, fez a proposta e eu achei que seria uma grande oportunidade de aprender mais sobre o basquete europeu.
(13) Gostaria que você falasse um pouco da sua adaptação à cidade de Zaragoza e ao clube.
No começo, foi um pouco difícil me adaptar. Agora já conheço quase tudo e meu entrosamento com a equipe é otimo.
(14) Como tem sido disputar o Campeonato Espanhol, como você tem se saído?
Bem, no começo foi difícil porque aqui não permitem muito o contato. Agora já me acostumei ao estilo de jogo europeu.
(15) O que você pode dizer sobre o nível do Campeonato?
Muito competitivo.
(16) A Marina Ferragutti e a Elena Tornikidou,que já jogaram no Brasil, estão no seu time. Eles te ajudam?
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Sim. Principalmente dentro de quadra, já que os sistemas são completamente diferentes.
(17) Seu contrato com o Zaragoza é de quanto tempo?
É de nove meses ou até acabar o campeonato (em março).
(18) Você pretende permanecer na Europa?
Depende. Dou preferência para o meu país sempre.
(19) Você tem tido contato com as outras brasileiras na Liga Espanhola: Claudinha e Iziane? Ou só quando você enfrenta o time delas?
Com a Claudinha sempre. Somos muito amigas, e a Iziane às vezes.
(20) Você joga numa posição que tem muitas atletas se destacando hoje no Brasil - a de pivô. Você trabalha pensando na seleção brasileira?
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Sim. Quero retornar.
(21) Até agora, qual foi seu momento mais especial com a camisa da seleção?
Em Cuba no Pré Olímpico, 1999.
(22) Bate - Bola:
A bola que eu chutei e caiu:em uma prorrogação, que empata o jogo.
A bola que eu chutei e não caiu:faltando minutos para acabar o jogo.
A minha maior virtude em quadra:pegar rebotes
O meu pior defeito em quadra:faltas
Uma quadra: o Maracananzinho
Uma colega: Claudinha
Uma estrangeira: Elena Tornikidou
Uma marcadora: Janeth
Um(a) técnico(a): Maria Helena
Um time: BCN
Um título: Mundial Interclubes
O jogo que eu não esqueço: Final do Brasileiro no Rio.
O jogo que eu tento esquecer: quando eu perco.
Um sonho: alcançar meus objetivos. A Olimpiada é um deles.
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