Sem verba para a seleção feminina, CBB divulga evento-teste para os Jogos Olímpicos

A seleção brasileira feminina de basquete estará em ação no evento-teste deste esporte visando às Olimpíadas do Rio, em 2016. Um quadrangular internacional, que vai reunir também a Austrália, a Argentina e a Venezuela, será disputado entre os dias 15 e 17 de janeiro, na Arena Olímpica 1, no Parque Olímpico da Barra. As brasileiras terão pela frente as australianas, medalhistas olímpicas em Mundiais, já garantidas nos Jogos como campeãs da Oceania, além de argentinas e venezuelanas, que irão jogar o Pré-Olímpico Mundial da FIBA, em junho de 2016, no qual haverá cinco vagas em disputa. A seleção brasileira feminina, porém, ainda depende de uma maior injeção financeira para que possa sonhar com bons resultados em seus Jogos em casa.

— O convênio da CBB com o Ministério do Esporte (para obter recursos para as seleções) já está assinado em relação ao masculino. O do feminino está em negociação. Se acertarmos, teremos uma seleção feminina mais competitiva. O feminino necessita desses recursos do convênio — advertiu o diretor técnico da confederação, Vanderlei Mazzuchini.

A situação financeira da CBB não é boa. Desde o fim de 2012, quando perdeu o patrocínio da estatal Eletrobras, a entidade vem se equilibrando numa corda bamba de dívidas e de investimentos em suas seleções principais e de base. Verdade que as principais vêm sendo preservadas ao máximo. Mas as de base tiveram reduções nos investimentos, já admitidas pela própria CBB. A seleção adulta masculina não passou por reduções, porque como disse Mazzuchini, os convênios com o Ministério do Esporte para sua preparação já foram assinados e a verba vem sendo liberada. No caso do feminino, porém, os projetos foram apresentados, mas nenhum convênio foi assinado até agora e os recursos são mais reduzidos. Na semana passada, o presidente da confederação, Carlos Nunes, foi a Brasília para uma série de reuniões no ministério, que vem atuando como intermediário para a obtenção de um patrocínio dos Correios.

Tendo em vista o evento-teste, a preparação da seleção feminina terá inicio a 6 de janeiro, com treinos até o dia 13.

— A Liga de Basquete Feminino (LBF) vai parar nesse período retornando depois do dia 17. Estamos gratos à Liga que entendeu a importância do evento-teste nesta etapa de preparação. Vai ser um período de análise em um ano tão importante para o esporte, e a seleção feminina já vai poder viver um pouco do ambiente olímpico. Além disso, os jogos serão disputados na Arena que será sediar a segunda fase dos jogos femininos no Rio 2016 — comentou Vanderlei. — O evento-teste é uma etapa de treinamento extra para as jogadoras no ano olímpico. Com isso as atletas vão realizar pelo menos três jogos internacionais na competição, mais dois jogos amistosos com essas seleções antes do evento-teste. O objetivo é incluir essa etapa no planejamento para a preparação olímpica. A comissão técnica irá observar e dar rodagem para essas meninas já visando aos Jogos Olímpicos.

Para o treinador da seleção feminina, Luiz Augusto Zanon, a LBF será uma oportunidade para ele fazer observações necessárias para a convocação. Esta irá ocorrer na segunda quinzena de dezembro.

— Vamos encarar o evento-teste como uma preparação real para os Jogos do Rio. O objetivo é convocar as 12 jogadoras que estiverem nas melhores condições possíveis para o período de treinamento. Vou observar e acompanhar pessoalmente os jogos da Liga Feminina para ver como vão se sentir em quadra e estão fisicamente as possíveis selecionáveis — disse Zanon. — Vamos levar em consideração os destaques do momento e dar oportunidade as melhores para fazer o teste. Precisamos fazer uma boa apresentação em casa. Para os Jogos do Rio, as chances ainda estão abertas e todas vão ter a oportunidade de mostrar o seu valor. Esta não será uma convocação fechada, mas é um passo importante para vivenciar as Olimpíadas.

Já tem suas vagas garantidas na competição olímpica feminina: Brasil (sede); Estados Unidos (campeão mundial 2014); Sérvia (campeã europeia); Senegal (campeã da África); Canadá (campeã da Copa América); Austrália (campeã da Oceania) e Japão (campeão da Ásia). Além do Brasil, país sede, e dos Estados Unidos, campeões mundiais de 2014, estão garantidos no torneio masculino: Austrália (campeã do Pré-Olímpico da Oceania); Nigéria (campeã do Pré-Olímpico da África); Venezuela (campeã da Copa América); Argentina (vice da Copa América), Espanha (campeã da Europa); Lituânia (vice da Europa) e China (campeã da Ásia).

Fonte: O Globo