quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Entrevista–Damiris (CBB)

Damiris03Apontada como a nova estrela da Seleção Brasileira Adulta, Damiris Dantas, de 20 anos, a jovem atleta conquistou no último domingo (dia 4) o título de MVP do 33º Campeonato Sul-Americano de Mendoza (Argentina – 2013). e ajudou o Brasil na conquista do título invicto da competição.
A pivô possui em seu vasto currículo a passagem pela Espanha, maior liga europeia. Mas o grande presente veio, aos 19 anos, quando foi draftada pelo Minnesota Lynx, equipe da Liga Americana (WNBA), em 2011. Na equipe adulta, a paulista foi também um dos destaques nacionais na conquista do ouro no Pré-Olímpico (Colômbia - 2011) e do bronze no Pan-Americano de Guadalajara (México - 2011).
Mas seu sucesso começou bem antes disso, ainda nas categorias de base do Brasil. Damiris foi escolhida a melhor jogadora do Mundial Sub-19 (Chile - 2011), torneio em que o Brasil conquistou a medalha de bronze. A pivô também faturou o título do Sul-Americano Sub-17 (Chile - 2009) e a medalha de prata na Copa América Sub-18 (Estados Unidos - 2010). Damiris falou sobre suas conquistas e do sonho de disputar a Olimpíada do Rio 2016.
1. Você acabou de conquistar um título Sul-Americano, na Argentina. Como foi fazer parte da seleção que vem sendo campeã há mais de duas décadas?
Foi maravilhoso. Mesmo com uma equipe bem jovem, conseguimos manter a hegemonia no Sul-Americano. Mas esse é apenas o início do trabalho. Temos muito o que aprender e mostrar ainda. Foi realmente muito emocionante e vou guardar pra sempre essa memória.
2. Brasil e Argentina sempre foi um clássico no esporte. Como foi vencer a Argentina em Mendoza?
A Sensação é fantástica, né! Sempre que as enfrentamos são jogos com bastante rivalidade. Não foi fácil, pois elas estavam jogando em casa, com a presença forte e marcante da torcida. Cada vitória é diferente uma da outra e essa foi mais do que maravilhosa. É muito bom subir no pódio e escutar o hino do seu país.
3. No Sul-Americano, você alcançou médias de 16.2 pontos e 10 rebotes por jogo, conquistando o segundo título como MVP da sua carreira. Como se sente com mais essa conquista?
Estou muito feliz. Isso tudo é resultado de muito trabalho, treino, dedicação e vontade de sempre buscar mais. Claro, que não conseguiria nada disso sem o grupo, com um bom corta luz, uma armadora chamando a jogada certa. Divido com o grupo esses prêmios, eles também são delas. Mas estou muito mais feliz com a oportunidade de ter conquistados mais esses títulos para o Brasil. Graças a Deus, conquistei meu segundo título de MVP.
4. Como é o seu relacionamento com o técnico Zanon?
Nosso relacionamento é excelente, dos melhores mesmo. Desde a primeira convocação do Zanon, ele sempre este muito disposto a me ajudar. Ele é muito atencioso comigo e vejo que procura conversar com cada jogadora de maneira individual. Ele me valoriza muito. Estou amando mais do que nunca servir a Seleção Brasileira.
5. O que você acha desse processo de renovação da Seleção Feminina, que a CBB e o Zanon estão trabalhando?
Realmente esta é uma seleção bem nova. Eu acho que esse processo de renovação essencial para o futuro do basquete feminino. Tem muita cara nova nesta seleção, que agora tem também a presença das meninas da sub-19, que eu já tive a oportunidade de jogar junto. Sei que elas possuem muita garra e um grande futuro pela frente. Assim como eu tive a oportunidade de conviver com jogadoras mais velhas e experientes do que eu, estou sempre disposta a passar um pouco dessa vivência para elas e fazer a minha parte pelo sucesso de todo o grupo. Acredito que, continuando nesse caminho, os resultados vão acontecer. É uma geração forte que dará muitas alegrias para o basquete.
6. Sua primeira convocação para a Seleção Adulta veio aos 17 anos de idade e já para um Mundial (República Tcheca - 2010). Como você se sentiu?
Tudo na minha vida aconteceu muito rápido e quando fui convocada pela primeira vez para uma seleção adulta fiquei muito feliz. É o mesmo sentimento que muitas estão passando hoje, ao lerem seus nomes da lista. A oportunidade e a vivência em jogos internacionais é muito importante para confiança da jogadora em quadra.
7. Aos 19 anos, você foi recrutada pelo Minnesota Lynx, um grande time da Liga do Estados Unidos. Pretende jogar na WNBA?
Decidi junto com meus agentes ficar mais um ano no Brasil. Não irei para a WNBA a partir do próximo ano. Quero me desenvolver mais, evoluir mesmo, antes de jogar lá. Esse ano pretendo disputar a Liga Nacional. Mas é meu grande sonho e para realizá-lo da maneira mais apropriada eu preciso estar bem preparada. Estou apostando na minha melhora pessoal antes de jogar pelo Minnesota. Mas faz parte do meu planejamento de carreira mesmo.
8. Você e a pivô Érika são companheiras de quadra pela seleção. Como é a relação de vocês?
A Érika é o máximo e sempre me ajuda muito. Sempre que tenho alguma dificuldade ela esta disposta a me ajudar e me dar algumas dicas ou ensinamentos. O que ela mais insiste comigo é na parte da confiança e na paciência. Ela é uma grande amiga e companheira dentro e fora da quadra. Nos temos um relacionamento e amor parentesco mesmo.
9. Você é muita apegada a família e principalmente com suas duas irmãs. Como que elas veem você?
Quando fico muito tempo fora de casa, sinto muita falta porque somos muito apegadas. Minha motivação é poder ajudar em casa e elas. Dizem que sou o orgulho da família.
10. Você é de Ferraz (SP), mas vive sempre viajando com a Seleção. Como faz para matar a saudade da família?
Uso a internet ou telefone. Procuro manter contato com minha família e amigos todos os dias.
11. Na escola, você jogou vôlei, handebol, futsal e até xadrez. O que a fez gostar do basquete?
É um jogo alegre, bonito de se ver, com contato físico e bastante divertido. Comecei na escola e, seguindo o conselho de uma amiga, liguei para o clube da Janeth no final de 2005. A peneira seria em uma semana. Meu tio José Francisco me levou e fiz os testes. Duas semanas depois, a própria Janeth me ligou dizendo que passei. Comecei a jogar e quando os títulos foram chegando, fui me empolgando e vendo que poderia ser realmente uma boa jogadora. Morava em Ferraz de Vasconcelos (SP) com meus tios e ia aos treinos em Santo André todo dia de trem. Gostava tanto que nem via o tempo passar.
12. O técnico Zanon fará nos próximos dias a convocação para a Copa América, que classificará para o Campeonato Mundial da Turquia, em 2014. Qual sua expectativa?
A melhor possível. O grupo já fez muitos amistosos e venceu o Sul-Americano. Vamos atrás desse título com todas as nossas forças, pois temos potencial e estamos muito bem treinadas. Vamos buscar a vaga no Mundial para o Brasil.
13. O que pretende fazer quando parar de jogar?
Pretendo continuar estudando e fazer faculdade de fisioterapia. Adoraria ser fisioterapeuta quando for mais velha.
14. Você é uma das principais revelações de uma seleção renovada. Qual a expectativa para 2016?
Falam que eu vou ser o carro-chefe em 2016, se Deus quiser, então tudo que eu estou aprendendo eu quero ajudar ao grupo e passar ir passando para as garotas que vão estar chegando em 2016. Dizem que eu sou o futuro do basquete brasileiro, mas eu respondo que não. Sou o presente. Eu jogo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Tassia, Taina, Sassa, zangalli, Ramona, Thais Pinto, Maria Carolina e DAMIRIS ; devem brilhar pela seleção no MUNDIAL de 2018

Anônimo disse...

Anônimo das 07:07 que isso que você escreveu se realize, torço muiitoo por essas jovens priomessas. Quero muito que essas meninas novas tragam de volta a alegria de assistir a um bom basquete feminino brasileiro.
Ah sim! Coloco aí na sua lista também a Carla Lucchinni, Alana Gonçalo e a Alana Arias.