Em 1962, quando a paulista Laís Elena Aranha trocava a cidade de Garça (SP), onde nasceu, pela capital do Estado para estrear, aos 17 anos, no basquete do Corinthians, a paulistana Marli Müller, de apenas três, sequer sonhava que, no futuro, faria carreira nesse mesmo esporte. No comando da equipe adulta de Santo André (SP) há três décadas, Laís é a treinadora com mais experiência no Campeonato Nacional Feminino. Esteve presente em todas as 11 edições e conquistou o título de 1999. Marli, técnica do Clube Doze/Floripa (SC), estreou na competição em 2007 e faz, esse ano, sua segunda participação.
Mas as diferenças entre as duas param por aí. Ambas formadas em Educação Física, Laís e Marli têm trajetórias de vida inteiramente dedicadas ao esporte e à formação de novas gerações de jogadoras. Marli chegou a jogar em São Bernardo, mas apenas em disputas escolares. Ao mesmo tempo, se dedicava ao atletismo e ao handebol. Em 1981, quando terminou a faculdade na capital paulista, recebeu um convite para jogar handebol em Florianópolis. Aceitou e lá permanece até hoje. Em 1984, voltou para o basquete ao assumir o treinamento do time mirim da ADIEE (Associação Desportiva Instituto Estadual de Educação). Atualmente, além da equipe adulta feminina, treina também as categorias de base. Poucos dias antes do início do Nacional, Marli estava em Porto Alegre (RS) com a seleção feminina Sub-15 de Santa Catarina para o 17º Campeonato Brasileiro – Divisão Especial, onde conquistou o quarto lugar. Acumular tantas funções pode ser cansativo, mas a recompensa é mais que especial.
— Meu trabalho vai desde as escolinhas até o adulto. É muito gratificante ver as atletas crescendo, ganhando prêmios. É um grande retorno. A Íris, por exemplo, nossa capitã no Clube Doze/Floripa, está comigo desde os 13 anos e hoje eu já treino a filha dela, Isabela, de 12. A Carina de Souza, atualmente no Americana, também saiu daqui e tem uma carreira de sucesso. Isso tudo me deixa muito feliz.
Já Laís jogou profissionalmente até 1980. Pela seleção brasileira, foi pentacampeã sul-americana, bicampeã dos jogos Pan-Americanos e medalha de bronze no Campeonato Mundial do Brasil (1971). Seu primeiro trabalho como técnica foi no clube Pirelli (SP), onde dirigiu por oito anos as equipes de base, conquistando três títulos na categoria mini paulista. Os bons resultados a levaram à equipe adulta, que treina até hoje. Das quadras de Santo André também saíram grandes nomes do basquete feminino brasileiro, motivo de orgulho para a técnica.
— A paixão pela base é permanente. Quando se trabalha com crianças, você vê no dia-a-dia a evolução delas. É muito gratificante participar da parte educacional da criança. Isso foi importante para mim, no meu aprendizado de técnica. Aqui formamos as irmãs Leila e Marta Sobral, Chuca, Mamá, Vivian. Todas elas são motivo de orgulho meu e de toda a comissão técnica do Santo André.
Quando o assunto é o relacionamento com as atletas, tanto Laís quanto Marli procuram buscar o diálogo. Nenhuma das duas se identifica com posturas mais autoritárias. Ambas admitem que o fator psicológico pesa e, portanto, precisa ser constantemente trabalhado junto às jogadoras.
— Meu estilo é mais de conversa. Hoje em dia, não se pode mais ser um técnico arrogante. É preciso trabalhar o lado psicológico das atletas. Sei que se elas estiverem bem, vão render em quadra. Então procuro ser sempre muito positiva. A imprensa aqui em Florianópolis me chama de guerreira, e eu sou mesmo. Estou lutando para estruturar e profissionalizar cada vez mais o basquete catarinense — diz Marli Muller.
A experiente Laís admite que seu estilo de conduzir a equipe vem mudando ao longo do tempo. Nesta 11ª edição do CNBF, não se sente à vontade para cobrar tanto das atletas, pois sabe que outros clubes investiram muito mais em contratações do que o Santo André, tornando-se bastante competitivos.
— Como técnicos, nós temos que ter o pé no chão. Tenho consciência do quanto posso cobrar. Já fui uma técnica muito disciplinadora, mas hoje procuro administrar isso. Minha cobrança não é autoritária, procuro ter uma relação afetiva com as atletas. A carreira de jogadora de basquete não é eterna, então procuro mostrar que nem sempre o mais importante é ganhar o jogo. Tenho que prepará-las para um jogo muito mais difícil, que é o jogo da vida — afirma Laís.
Mas as diferenças entre as duas param por aí. Ambas formadas em Educação Física, Laís e Marli têm trajetórias de vida inteiramente dedicadas ao esporte e à formação de novas gerações de jogadoras. Marli chegou a jogar em São Bernardo, mas apenas em disputas escolares. Ao mesmo tempo, se dedicava ao atletismo e ao handebol. Em 1981, quando terminou a faculdade na capital paulista, recebeu um convite para jogar handebol em Florianópolis. Aceitou e lá permanece até hoje. Em 1984, voltou para o basquete ao assumir o treinamento do time mirim da ADIEE (Associação Desportiva Instituto Estadual de Educação). Atualmente, além da equipe adulta feminina, treina também as categorias de base. Poucos dias antes do início do Nacional, Marli estava em Porto Alegre (RS) com a seleção feminina Sub-15 de Santa Catarina para o 17º Campeonato Brasileiro – Divisão Especial, onde conquistou o quarto lugar. Acumular tantas funções pode ser cansativo, mas a recompensa é mais que especial.
— Meu trabalho vai desde as escolinhas até o adulto. É muito gratificante ver as atletas crescendo, ganhando prêmios. É um grande retorno. A Íris, por exemplo, nossa capitã no Clube Doze/Floripa, está comigo desde os 13 anos e hoje eu já treino a filha dela, Isabela, de 12. A Carina de Souza, atualmente no Americana, também saiu daqui e tem uma carreira de sucesso. Isso tudo me deixa muito feliz.
Já Laís jogou profissionalmente até 1980. Pela seleção brasileira, foi pentacampeã sul-americana, bicampeã dos jogos Pan-Americanos e medalha de bronze no Campeonato Mundial do Brasil (1971). Seu primeiro trabalho como técnica foi no clube Pirelli (SP), onde dirigiu por oito anos as equipes de base, conquistando três títulos na categoria mini paulista. Os bons resultados a levaram à equipe adulta, que treina até hoje. Das quadras de Santo André também saíram grandes nomes do basquete feminino brasileiro, motivo de orgulho para a técnica.
— A paixão pela base é permanente. Quando se trabalha com crianças, você vê no dia-a-dia a evolução delas. É muito gratificante participar da parte educacional da criança. Isso foi importante para mim, no meu aprendizado de técnica. Aqui formamos as irmãs Leila e Marta Sobral, Chuca, Mamá, Vivian. Todas elas são motivo de orgulho meu e de toda a comissão técnica do Santo André.
Quando o assunto é o relacionamento com as atletas, tanto Laís quanto Marli procuram buscar o diálogo. Nenhuma das duas se identifica com posturas mais autoritárias. Ambas admitem que o fator psicológico pesa e, portanto, precisa ser constantemente trabalhado junto às jogadoras.
— Meu estilo é mais de conversa. Hoje em dia, não se pode mais ser um técnico arrogante. É preciso trabalhar o lado psicológico das atletas. Sei que se elas estiverem bem, vão render em quadra. Então procuro ser sempre muito positiva. A imprensa aqui em Florianópolis me chama de guerreira, e eu sou mesmo. Estou lutando para estruturar e profissionalizar cada vez mais o basquete catarinense — diz Marli Muller.
A experiente Laís admite que seu estilo de conduzir a equipe vem mudando ao longo do tempo. Nesta 11ª edição do CNBF, não se sente à vontade para cobrar tanto das atletas, pois sabe que outros clubes investiram muito mais em contratações do que o Santo André, tornando-se bastante competitivos.
— Como técnicos, nós temos que ter o pé no chão. Tenho consciência do quanto posso cobrar. Já fui uma técnica muito disciplinadora, mas hoje procuro administrar isso. Minha cobrança não é autoritária, procuro ter uma relação afetiva com as atletas. A carreira de jogadora de basquete não é eterna, então procuro mostrar que nem sempre o mais importante é ganhar o jogo. Tenho que prepará-las para um jogo muito mais difícil, que é o jogo da vida — afirma Laís.
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