quarta-feira, 18 de agosto de 2004

A Primeira Derrota

Defesa Russa Congela Brasil


Ai, não queria que esse dia chegasse.

Mas chegou.

Depois de duas belas apresentações (contra Japão e Grécia), o basquete brasileiro perdeu sua primeira partida em Atenas, para as russas.

O pior é essa amarga sensação que me entala na garganta: "perdeu, mas podia ter ganhado".

E hoje, nem vou criticar Barbosa ou Bassul.

As jogadoras foram as grandes responsáveis pela derrota de hoje.

Por que não tiveram concentração e disposição necessária para manter a partida sob controle.

O jogo começou igual, com o Brasil até passando a frente. Nem mesmo a saída de Janeth, que sentiu a perna em um lance, abalou o time. O quarto incial terminou em 21-17 pras russas. Mas no segundo quarto, com a defesa russa acertadíssima, asfixiando nossas jogadoras, o time congelou em quadra. O ataque virou uma piada. Atônitas, as brasileiras se esqueceram da defesa, e aí as russas fizeram barba, cabelo e bigode e garantiram uma vantagem de 18 pontos (25-11).

No segundo tempo, o Brasil melhorou, principalmente no quarto final, com a entrada de Érika, fez vitórias parciais (20-17 e 19-14), mas pagou o preço do desleixo do segundo quarto e ficou com a derrota.

Janeth foi a cestinha, com 19 pontos. Mas esteve longe de fazer uma boa partida. Cada vez que ela pegava a bola, já havia três russas congestionando o garrafão. Assim, a pontaria da estrela caiu (48%). Suas (4) tentativas de 3 foram frustradas. Jogou 37 minutos, pegou 7 rebotes, deu 3 assistências.

Iziane teve um aproveitamento melhor, mas deveria ter chamado um pouco mais de responsabilidade para si. Marcou 12 pontos, em 25 minutos. Pegou 1 rebote, deu 1 assistência.

Helen esteve no geral bem. O grande problema foi que sua pontaria nos 3 esteve longe do que mostrou até então (2/10). Foram 10 pontos, em 33 minutos, mais 5 assistências, 3 roubadas e 2 rebotes. Faltou pra Helen chamar o controle do jogo, no momento de desatenção do time e por a casa em ordem.

Érika entrou muito bem no jogo. Foi a pivô de melhor comportamento, pelo Brasil. Deveria ter jogado mais tempo, em função da péssima atuação de Alessandra no ataque. Foram 8 pontos, 2 rebotes, 2 roubadas e 1 toco, em apenas 12 minutos.

Alessandra pegou 8 rebotes, roubou 2 bolas, deu 1 toco, mas, no ataque, esteve muito mal embaixo da cesta. Perdeu lances inacreditáveis debaixo da cesta e falhou na marcação de Stepanova. Marcou 7 pontos; 27 minutos.

Cíntia também marcou 7 tentos. A pivô, nos jogos, vem ficando livre na cabeça do garrafão, mas ainda não soltou o melhor do seu jogo ofensivo. E cometeu alguns erros bobos de passe. Pegou 4 rebotes, deu 1 assistência e 1 toco, em 24 minutos.

Leila entrou com a voluntariedade de sempre, mas era um jogo desfavorável para sua atuação na posição 4. Foram 4 pontos, 1 assistência, em 16 minutos.

Adrianinha entrou, numa alternativa que havia funcionado nos jogos anteriores, ao liberar Helen para o chute de três. Mas hoje, a armadora não fez uma boa partida. Não tentou um lance de três. 3 assistências, 2 roubadas e 1 rebote, em 23 minutos.

Silvinha segurou os 3 minutos de banco de Janeth.

Kelly jogou menos de 1 minuto.

Vívian e Karla não entraram.

Acho que Karla poderia ter sido uma opção, pelo chute de 3 e por já haver jogado na Rússia.

Espero que o resultado tenha servido de lição para que as brasileiras entrem mais concentradas daqui pra frente.

As chances de ser primeiro do grupo diminuíram, mas não podemos desistir.

O caminho é longo.

Pra frente, Brasil.


Obs: A rodada foi encerrada com Espanha 91 X 57 Nova Zelândia, com 15 pontos de Laia Palau.




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