segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

O que quer, o que pode essa Liga?

Enfim começou.

Depois de uma longa espera, a "nova" LBF começou.

São apenas dez dias desde o início da temporada, mas o começo é animador.

A competição conseguiu atrair nove equipes, segunda maior marca desde a temporada de estreia, igualando o número de times do torneio de 2011, e abaixo da marca recorde de dez times, em 2014.

Conseguiu algo inédito: a transmissão de jogos em tv aberta, na rede Gazeta, viabilizou a transmissão dos jogos via web _ outra iniciativa bastante ousada e melhorou bastante a divulgação do torneio nas redes sociais.

Realmente chama a atenção o trabalho comandado por Ricardo Molina na entidade, ainda mais quando se considera o cenário de crise da modalidade no país, agravado pelo fracasso na classificação para o Mundial da categoria e por uma incômoda inércia da nova administração da CBB na gestão do feminino.


Havia uma expectativa em função do aumento de equipes e do êxodo de atletas que o torneio fosse (bem) fraco. Mas até o momento não aconteceu nada que não tenhamos visto nos anos anteriores. 




São ainda poucos jogos realizados, uma das equipes (Blumenau) ainda não estreou e é precipitado qualquer exercício de adivinhação. 

Mas os movimentos iniciais sugerem uma disputa equilibrada, mas polarizada entre duas equipes: o Vera Cruz/Campinas e o Sampaio Basquete.

A equipe campineira dá continuidade ao trabalho de Americana, maior vencedor da LBF, e foi alçada à condição de favorita com a surpreendente contratação de Ariadna. A cubana vem perdendo precisão e explosão nos últimos anos, mas ainda é uma atleta diferenciada no ambiente doméstico. Com a argentina Melissa Gretter, a experiente Babi e as alas Patty e Jeanne, o time tem concentrado seu jogo nesse setor. Nesses primeiros jogos, nota-se uma dose de inibição no bom trio de pivôs (Fabi, Aline e Mônica), um grupo menos acostumado ao protagonismo.



Última equipe a definir o elenco, o Sampaio é uma boa surpresa do começo da temporada. O francês Virgil tinha no currículo como técnico principal uma passagem algo confusa em Americana. Mas contratou com competência e parece ter feito uma escolha acertadíssima com a destemida armadora  americana Briahanna Jackson. Mesmo com elenco reduzido, o treinador tem movimentado bastante as atletas e arrancado atuações sólidas de Joice Coelho e Vitória Marcelino. Comenta-se que o poder de fogo do clube pode subir bastante com a chegada de mais um (misterioso) reforço no próximo mês. Entre os nomes especulados está o de Damiris, que certamente colocaria a equipe maranhense em uma situação privilegiada.

Numa situação um pouco abaixo está a tradicional equipe de Santo André. Vista como potencial favorita às vésperas do início da Liga, o time viu suas expectativas serem reduzidas quando Ariadna desertou. Ainda assim o time tem uma organização correta sob o comando do técnico Bruno Guidorizzi, na melhor tradição "lais-elênica" de arrancar leite de pedra. Uma nova contratação (que no momento parece improvável) pode aumentar a cotação do clube na competição.



Se esses três primeiros clubes tem uma organização tática que favorece o trabalho das jogadoras, os outros dois clubes começaram a competição mal pela mão pesada de seus treinadores.

O Funvic/Ituano conta com um quarto da última seleção olímpica (Kelly, Joice e Palmira). Tem boas revelações (como Maira e Licinara) e boas opções no banco (Aruzha e Milena). No entanto sob o comando do eterno Antônio Carlos Barbosa, os ingredientes ainda não renderam um bom prato. O time jogou suas duas partidas de maneira desorganizada e antiquada e enxerga no horizonte uma dura primeira temporada.

Outro técnico que lida mal com seus ingredientes é Roberto Dornelas, do Uninassau Basquete. Até o momento o que se vê é uma dependência enorme das individualidades de Casanova e Gil, a apatia de Tássia e uma porção de jovens (e talentosas) jogadoras desorientadas. Só vejo chance de salvação, caso uma dessas novas atletas consiga se firmar, repetindo o milagre de Raphaella Monteiro na temporada passada. 



Entre o trio que parece nesse início menos bem acabado, há o xodó da temporada: o São Bernardo/Unip/Brazolin. É um exercício muito agradável ver um amontoado de meninas jovens e ignoradas pelo mercado dando sinais evidentes do que podem. Ontem foi possível assistir uma atuação incrível de Thayná (30 pontos, maior marca da competição até o momento), uma jogadora de 21 anos que no ano passado estava relegada à disputa de uma competição amadora. Acompanhar essas meninas e a euforia do técnico Marcio Bellicieri com a primeira vitória já valeu essa liga. Vida longa ao São Bernardo!

O time de Presidente Venceslau experimenta alguma melhora com a chegada de suas argentinas, mas que me parece insuficiente dentro do cenário de acomodação técnica e física da maioria de seu plantel. 

Por fim, a equipe do Poty/Bax/ Catanduva veio para a batalha com um elenco muito limitado, mas que ainda assim transparece as boas intenções da técnica Fernanda Hartwig. A recuperação da armadora Thaissa pode eventualmente tornar o cenário menos dramático.  

Vale a pena ficar de olho!


14 comentários:

Anônimo disse...

fiquei surpreso com esta thainá......

Anônimo disse...

Kelly, Joyce e Palmira jogando juntas sobe o comando do Barbosa completam 7 jogos sem vencer, contano com os jogos das olimpíadas e esse inicio da liga. Barbosa é fera.

Anônimo disse...

Além da Thayná outra jovem que vem enchendo os olhos é a Aline Moura do Campinas. Minhas esperanças estão ressurgindo das cinzas com essa nova LBF. Agora sobre o time do Baaarrrbosaaa, sem comentários.

Anônimo disse...

Estou encantado com essa equipe de São Bernardo. Vai dar muitas alegrias ainda. E tem o lado agradável de ver belas meninas desfilando em quadra. É sem dúvida, a equipe mais bonita da Liga.
Além da beleza, vai encantar também pela qualidade, pois elas tem muito ainda a crescer.
Realmente a Thayná é uma grande surpresa e estava quase sendo um talento perdido. Ainda bem, que a acharam ainda em condições de jogar.

Anônimo disse...

E o basquete feminino quase perde mais uma menina que com apenas 21 anos faz 30 pontos em sua primeira competição adulta e é cestinha do campeonato. Ela poderia ter o mesmo fim das colegas de sua geração que também eram titulares das seleções de base como Tainá e Caroline Reis de Tupã e Kananda de Ourinhos. Todas meninas talentosas, com histórico de cestinhas nos campeonatos de clubes e seleções de base. Que a partir de agora, isso deixe de acontecer e quem sabe até, sendo bem otimista, seja possível resgatar essas meninas que pararam antes de chegar no adulto.

Anônimo disse...

Gente cade a Franciele que não esta em time nenhum???

Anônimo disse...

O time da Fran ainda não estreou.

Essa Thaina é uma boa surpresa, assim como a Milena a Laís, mas é cedo pra criar mil e uma expectativa nela.

Pelo que vejo, a posição 3 é aquela com maior número de atletas que podem servir à seleção futuramente.

Anônimo disse...

Está na época da nova geração aparecer. Apenas lamento o baixo nível jogado. Talvez se contratassem mais americanas seria uma melhor referência para essas jovens.

Anônimo disse...

A Liga está ótima. Várias ações muito bacanas. Só não curti a ideia do Jogo das Estrelas. Montar a seleção da LBF para jogar contra uma equipe da Liga Argentina? Sem graça. Com um número restrito de brasileiras participando. Seria mais interessante fazer uma festa com 20, 22 ou 24 atletas que jogam a LBF, uma disputa entre as melhores brasileiras contra as estrangeiras. Por enquanto são 8 estrangeiras mas parece que Sampaio vai contratar mais uma, além da Jackson e o dirigente de Santo André disse que vai contratar duas estrangeiras para substituir Ariadna.

Anônimo disse...

E o time de Barbosa perde mais uma, ocupa a ultima colocação no campeonato. Que isso hem Barbosa, Kelly, Joyce e Palmira. Esse quarteto é bem capaz de disputar o sul americano.

Anônimo disse...

Franciele fez uma carreira muito sólida na Espanha, quando o nível por lá era bem melhor que hoje. Tem também boas experiências na seleção. Não entendo como ela foi tão sub utilizada no Sport Recife, Santo André e Blumenau. Ela é jogadora para ser titular absoluta e cestinha de qualquer equipe da atual LBF. Não dá para entender porque está de fora. Algumas equipes optaram até por pivôs argentinas desconhecidas. Turnover.

Anônimo disse...

A Fran está na LBF, mas pra ela jogar, o Blumenau tem que estrear.

Anônimo disse...

A Fran estava relacionada no elenco do Blumenau da temporada passada. Até alguns dias o site da LBF estava desatualizado. Agora que atualizou ela não aparece mais no elenco dessa temporada.

Anônimo disse...

pelo amor de Deus, cortemo carbo da Silviona the St Andre, como uma atleta de alto rendimento pode estar tao fora de forma assim.