domingo, 14 de setembro de 2014

Janeth espera revelar novos talentos para o basquete em João Pessoa

janeth, janeth arcain, instituito janeth arcain (Foto: Lucas Barros / GloboEsporte.com/pb)

Em busca de "plantar a semente e colher bons frutos" para o basquete do país, a ex-ala da seleção brasileira Janeth Arcain fez o lançamento neste sábado do Instituto, que carrega o nome dela, em João Pessoa. A Paraíba é o primeiro estado após São Paulo a receber o centro de formação para novos atletas. Durante o evento, na Ansef (Associação dos Servidores Federais na Paraíba), Janeth falou sobre a carreira vitoriosa, interagiu bastante com a turma nas arquibancadas e ainda comandou um desafio de enterradas. 

O desafio de enterradas foi o destaque do evento. Quatro jogadores da equipe da Ansef foram convidados por Janeth para participar da brincadeira, entre eles, Andersson. O lateral ficou emocionando com a oportunidade de estar ao lado de uma estrela e garantiu ter a ex-ala como espelho para brilhar um dia com a camisa do Brasil. 
- É uma experiência única. Ela é uma das melhores jogadoras de basquete no mundo do feminino. Esses lances aqui terminou se tornando uma responsabilidade muito grande. É algo bem interessante de acontecer - comentou Andersson.
A responsável por comandar o Instituto Janeth Arcain na Paraíba será a técnica Janaína Chianca. Amiga da ex-jogadora, ela espera ter um trabalho de base forte agregando a esse projeto crianças carentes. 
- Vai ser uma coisa bem legal. Jogava basquete antigamente e e tinha Janeth como ídolo. Acho que vai ser demais agregar o esporte que eu amo a pessoa que eu admiro. É uma responsabilidade grande, mas que estou pronta para assumir - comentou Janaína Chianca. 
Janeth quer estimular outras crianças a praticar a modalidade, assim como ela, desde cedo. A primeira chance foi aos 13 anos, em Catanduva, no interior de São Paulo. Naquela época, já sonhava representar o país. Aos 16 anos, ela conseguiu ingressar na seleção brasileira adulta e depois chegou ao ápice da carreira com a conquista da medalha olímpica por duas vezes: prata em Atlanta (1996) e bronze em Sydney (2000).
- O Brasil é um grande celeiro. Acredito que em João Pessoa possa ter mais atletas que futuramente defendam a seleção do Estado e, quem sabe, a seleção brasileira. É uma semente que estamos plantando - afirmou Janeth. 
Para colaborar com essas conquistas na carreira, a dedicação de Janeth era intensa após os treinamentos com atividades extras de fundamentos. Ficava em quadra tentando fazer várias cestas, tanto que teve bursite (repetição de movimentos em determinadas articulações. No caso dela, o ombro). 
- Quando terminava os treinos, eu ficava fazendo 200, 300, 400 cestas. E quando você vai se dedicando, tudo vira uma consequência do que você vai conquistando, do trabalho que vai fazendo no decorrer da carreira. Sempre treinei muito e sempre amei o que faço. Isso me ajudou. Não acabou nem sendo um trabalho, acabou sendo um amor - disse a ex-ala. 
O ala/armador paraibano Felipe Araújo participou por dois anos do Instituto Janeth Arcain, quando morou em São Paulo. Depois, ele teve a chance de atuar no Santo André, Palmeiras e Sport. Mas após ser aprovado no curso de Economia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), acabou deixando o basquete um pouco de lado. 
- Aprendi no projeto captar alguns valores que levo hoje para vida. O respeito, confiar em você mesmo, dignidade... Acho que o principal foi não ser mais um. Nunca seja mais um. Foi um princípio muito forte. Ter essa experiência ao lado de Janeth foi incrível. A proximidade com ela era muito grande. Inclusive, ela foi minha técnica durante um ano. Você ver que uma pessoa que ganhou tanta coisa tem uma humildade sem tamanho e consegue dar atenção as pessoas de uma maneira diferente. É uma pessoa diferenciada - revelou o paraibano. 
As atividades do Instituto Janeth Arcain, em João Pessoa, para 100 crianças de 7 a 16 anos, são gratuitas. Os treinamentos devem funcionar duas vezes na semana. 
Fonte: Globoesporte.com

3 comentários:

Anônimo disse...

Que legal, só não entendo porque Janeth desistiu da carreira de técnica. Deveria continuar trabalhando com algum time adulto ou juvenil.

Henrique Baptista Silva disse...

Comentáristas/pessoas envolvidas diretamente em geral,acreditam que um pódio numa competição internacional de forte expressão ajudaria ao basquete se tornar o 2ºesporte do brasileiro outra vez. Não discordo,mas acho que não é a única opção. Apesar do crescimento atual ter sido apenas uma conseqüência de intensa dinâmica no esporte de quem já gosta,e não ter se expandido aos não praticantes. Acho que insistir na beleza da intenção prosaica de projetos como o da Janeth,são o que de fato vão render frutos à longo prazo de forma eficaz. Do que a CBB continuar a gastar o dinheiro que não tem pela ânsia de resultados à curto prazo. Tais como,querer sediar o Mundial de 2019 aqui. Que absurdo !

Henrique Baptista Silva disse...

Já vivi bastante para conhecer a lógica da massa ignorante contra o esporte amador. É uma verdade que o elistismo advém da exclusão,pela mentalidade de clubes pela revelação de talentos ao invés das escolas. Mas o MAIOR preconceito "de verdade" pra valer,é da mentalidade extremamente preconceituosa de quem se exclui agredindo o que não conhece. A massa quando vê um esporte que não seja o futebol,"vencer" acha que não precisa apoiar porque tudo já está dando certo sem precisar deles. E quando perde,tem a mentalidade COLONIZADA de dizer que este esporte não é de brasileiros,mas de pessoas que vivem num "outro mundo" dentro daqui porque possuem dinheiro,e por isso "não têm mais nada pra fazer na vida" do que escolher um esporte que ninguém conhece pra seguir. Infelizmente,é assim. Não será,trazendo um Mundial pra cá,que todo mundo vai cair nessa;e começar a gostar de basquete "da noite pro dia" assim à toa;como mágica. Devemos nos conscientizar de engatinhar com os pés no chão em termos de resultados,do que ter ambição em tentativas fracassadas de resultados imediatos.