quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Um vídeo antigo e a sensação de desperdício de tempo e talentos


O Renato me mandou esse vídeo há algumas semanas. É o registro de um amistoso prepatório entre Estados Unidos e Brasil para Sydney (2000). Nunca o havia visto.

Comecei a assistir e o início é empolgador. As brasileiras começam se impondo contra as americanas e é agradável ver Helen, Janeth, Alessandra, Cíntia Tuiú, Claudinha e Silvinha no auge das formas física e técnica.

Passam-se alguns poucos minutos e o cenário vai mudando. O Brasil usa mal seu banco, não mantém intensidade e o padrão tático é medonho, com constantes “chuveirinhos” para as pivôs.

Ver esse vídeo fora do seu contexto é uma experiência curiosa. A Olimpíada já passou, a maioria daquelas jogadoras já se aposentou, Barbosa não é mais técnico da seleção; mas ainda assim a sensação de desperdício de talentos reaquece a raiva e a frustração de quem gosta de basquete.

Catorze anos depois, temos uma geração evidentemente menos talentosa que aquela. Incrivelmente a postura da CBB segue relaxada, com uma programação preguiçosa em ano de Mundial.

Para jogar o Sul-Americano (que o Brasil suou pra ganhar no ano passado), por exemplo, a apresentação aconteceu dia 03 (domingo). A competição começa no próximo dia 14 (quinta-feira). É esse um tempo adequado para um seleção que encerrou sua última competição oficial (a Copa América do ano passado) dando claros sinais de que havia muito trabalho a ser feito?

Parece bem claro que a CBB está gastando todas as suas economias com a seleção masculina (salário de Magnano, torneios amistosos e convite para o Mundial) e deixando o feminino e as seleções de base ao “Deus dará”.

Por outro lado, é decepcionante a postura do técnico Zanon, de quem eu admiro a coragem e a filosofia de trabalho, mas que deu mais uma escorregada nessa semana em matéria do Globoesporte.com, que revela que o treinador trabalha com as meninas “pela manhã” e “à tarde” com a equipe masculina de São José que estreia amanhã no Paulista.

Mais uma vez o basquete feminino se mostra campeão em revisitar seu problemático passado, reescrevendo um enredo cada vez mais medonho, em que a raiva e a frustração vão sendo empurradas goela abaixo dos tolos que inventaram de gostar dele.

Mais seleção:

A 10 dias do Sul-Americano, Zanon fala em "título" para basquete feminino

"Ficarei enquanto puder ajudar", diz Adrianinha sobre futuro na seleção

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21 comentários:

Henrique Baptista Silva disse...

Seu comentário é perfeito no teor da indignação sem gastar ofensas desnecessárias para se fazer entender,porque a realidade já fala por si só;à todos nós que amamos o basquete feminino. O descaso da mídia movida pelos interesses,que segue a mesma lógica. Que ao meu ver,é o que mais dói. Uma coisa... é o que já nos sentimos desapontados DENTRO da realidade do basquete. ...Outra,é o que a mídia tão "desinformada quanto desinteressada(sem noção)poderia divulgar e/ou difundir o feminino tanto quanto o masculino,sem distinção. Porque desconhecem TUDO,e não sabem absolutamente de nada;quando o assunto não seja "O Tal" do amado e venerado FUTEBOL.

Henrique Baptista Silva disse...

Seu comentário é perfeito no teor da indignação sem gastar ofensas desnecessárias para se fazer entender,porque a realidade já fala por si só;à todos nós que amamos o basquete feminino. O descaso da mídia movida pelos interesses,que segue a mesma lógica. Que ao meu ver,é o que mais dói. Uma coisa... é o que já nos sentimos desapontados DENTRO da realidade do basquete. ...Outra,é o que a mídia tão "desinformada quanto desinteressada(sem noção)poderia divulgar e/ou difundir o feminino tanto quanto o masculino,sem distinção. Porque desconhecem TUDO,e não sabem absolutamente de nada;quando o assunto não seja "O Tal" do amado e venerado FUTEBOL.

Anônimo disse...

Mais pra quem assistiu o programa de esportes da globo no domingo foi ridiculo a Hortência falar e elogiar somente a seleção masculina fora que a diaria do feminino caiu para 100 reais é uma vergonha

Anônimo disse...

Mais pra quem assistiu o programa de esportes da globo no domingo foi ridiculo a Hortência falar e elogiar somente a seleção masculina fora que a diaria do feminino caiu para 100 reais é uma vergonha

Anônimo disse...

Esse amistoso foi de uma série de 2, realizados no Havai, às vésperas dos jogos de Sidney. Perdemos o primeiro de lavada e este segundo, embora a diferença final de 22 pontos, foi mais disputado. A seleção norte-americana fazia questão nessa época de jogar contra a gente. Dá raiva mesmo de uma seleção tão talentosa, completamente mal treinada. 2 anos depois, no mundial de 2002, que estávamos até mais no auge que em 2000, ficamos em 7º lugar e mais 2 anos depois em 4º em Atenas. Sem esquecer do mundial de 2002, outro 4º lugar.

Anônimo disse...

e o nosso banco berth era malharilho

Anônimo disse...

Essa situação não acontece apenas na seleção brasileira, acontece nos clubes também, o basquete feminino sempre jogado as traças, deixado de lado, sempre em segundo plano. isso que acontece em Brasília, em São José e em Rio Claro. As equipes femininas tem que competir com a masculina pra conseguir um lugar ao sol, e quase sempre não conseguem! Na FPB tb ocorre, campeonatos femininos com 4-5 equipes, sem apoio, sem nada!
Infelizmente o Basquete Feminino tende a acabar. Se a CBB e as federações não derem um auxílio imediato aos poucos times que ainda tentam fazer Basquete Feminino, com certeza a extinção é certa!
Uma pena..........

Anônimo disse...

Uma geração muito talentosa, com um técnico decadente e sem nenhuma condição técnica e tática de estar a frente da Seleção.
Desperdiçou muita oportunidade a CBB e o "coitado" do Barbosa, desde 1998.

Anônimo disse...

Bert, não entendi sobre a parte do "mais uma vez revisitar o passado".

Técnico da seleção feminina trabalhando meio período em ano de mundial é inédito.

Parabéns ao Zanon, ao grande amigo Vanderlei e a quem elogia o seu trabalho, realmente é impressionante o seu poder de inovação( só que não).

Anônimo disse...

Só eu lembrei do post do Bert onde o "Zanon" dava beijinho no ombro.

Nada como um dia após o outro.

Anônimo disse...

Zanon faz uma renovação drástica, deixando atletas de grande qualidade e em ótimo momento na carreira como Iziane, Karla, Kelly, Gil, Joice Rodrigues e Palmira fora da seleção e prefere trabalhar com atletas novas e outras nem tanto, a grande maioria com pouco ou nenhum destaque nos campeonatos já disputados. Até a aí tudo bem, cada um te uma filosofia, mas então ao invés do cara treinar forte e jogar muitos amistosos, ele treina meio período e 10 dias antes das competições? A conta não fecha. Difícil entender o que se passa por essa cabeça...

Anônimo disse...

Apesar dos problemas, ganhamos o bronze e subimos pela última vez ao pódio em competições de nível mundial.

Fico com raiva da CBB pela falta de uma preparação adequada e de um trabalho coerente, homogêneo da comissão técnica.

Imagine esse time com um bom técnico?

Agora, o que aconteceu depois de 2.000 para mim é o pior ainda.

Nunca mais a seleção feminina foi formada pelas melhores atletas do Brasil.

Um absurdo, um disparate.

Imagine se em Atenas 2004 Claudinha, Silvinha, Adriana Santos estivessem presente?

Imagine se no Mundial do Brasil em 2006, além desse trio, Leila Sobral, que estava fazendo uma excelente temporada na Espanha estivesse presente?

Imagine se em Pequim 2008, além desse quarteto, que tinha na faixa de 30 e 31 anos, Alessandra, Helen e Cintia Tuiu estivessem em quadra?

Como pode Clarissa e Karla terem ficado de fora do Mundial de 2010?

Em 2012, imagine uma seleção formada por Adrianinha, Karla, Iziane, Clarissa e Erika + Joice, Palmira, Chuca, Gil e Kelly + Damiris e Babi (em ótima fase).

Alguém sabe dizer o que Tássia, Nádia e Sil foram fazer em Londres?

Em 2014, o mesmo erro dos últimos anos, mais uma seleção feminina que não será formada pelas melhores atletas do Brasil.

Preferir Débora, Cacá, Izabela Moraes, Fabi e Karina Jacob ao invés de Joice Rodrigues, Karla, Iziane, Gil ou Franciele e Kelly é simplesmente bizarro, surreal!!!!!

E assim, o basquete feminino segue ladeira abaixo, graças a seus dirigentes e técnicos equivocados, queimando ótimas atletas no auge da carreira para apostar em promessas que jamais viram realidade como mostra o nosso histórico recente.

Pelo visto o objetivo do Zanon é entrar para história como o pior técnico da história do basquete feminino e olha que a concorrência é bem grande.

E ninguém aprende com os erros anteriores...

Anônimo disse...


OBSERVADOR

Quando as criticas vão sempre na mesma direção,corremos o risco de perdemos a credibilidade!Seleção de talentos???A Paula e a Hortencia estavam neste jogo ou neste ciclo?como não estavam,um grupo de jogadoras medianas,com uma mais acima Janete,as demais.....!!!Qual destes talentos foram protagonistas em times que jogaram no exterior!!!!Vamos ser mais realistas, menos sonhadores e menos parciais!!!

Anônimo disse...

Acho absurdas as informações colocadas sobre os treinamentos do basquete feminino e sobre o técnico Zanon, de São José dos Campos. Os treinamentos estão sendo realizados em DOIS períodos tanto com a Seleção, na GM, em SJC, quanto com o time masculino de São José. Todos abertos ao público e à mídia interessada. Dedicação e profissionalismo total. Parabéns Zanon, acompanho sua carreira e sou seu fã.

Anônimo disse...

REALMENTE TAMBÉM ASSISTI AO PROGRAMA DE ESPORTES DA GLOBO E NOSSA RAINHA SÓ TINHA VOZ PARA O BASQUETE MASCULINO. NÃO SEI A RAZÃO MAIS ELA ESTAVA COM VERGONHA DE FALAR DO BASQUETE FEMININO. AGORA AS RAZÕES SÓ ELA PODERÁ RESPONDER. VAMOS AGUARDAR...


Anônimo disse...

Se o Zanon estiver treinando apenas meio período a seleção como diz a reportagem do globo é um absurdo, surreal. De qualquer modo, só pelo fato dele estar treinando dois times ao mesmo tempo e comandando os jogos do time masculino no Campeonato Paulista já é algo extremamente bizarro e fora de qualquer critério. Foco é essencial, principalmente para um treinador estreante e sem experiência internacional como ele.

Anônimo disse...

Anonimo 16:54 ... belo comentario!

Paulo Sergio disse...

A seleção de basquete não pode fazer como fez a seleção de futebol na última Copa, ou seja, depender do talento de algumas jogadoras pra tentar vencer as partidas.

É preciso treinamento, planejamento, estrutura, amistosos que realmente acrescentem e, principalmente, a formação de uma equipe que tenha um estilo de jogo. Como fez a Alemanha campeã da Copa.

"Alegria e ousadia" é preciso ter sempre. Mas, o que ganha jogo é dedicação aos treinamentos.

Anônimo disse...

https://www.youtube.com/watch?v=tQcHgoioHto COPA AMERICA DE 1993

MeninoBionico disse...

As 5 titulares da epoca jogavam ou já haviam jogado na WNBA.
A seleção era respeitada e realmente jogava um basquete com estilo brasileiro, tinhamos talentos e jogadoras inteligentes.
Hj temos além de limitações físicas, mentais.
Uma pena.
Enquanto o futebol gera milhões de alienados, barrigudos que mal conseguem fazer um embaixadinha ou correr meio campo, alguns esportes interessantes e com historia como BF sofrem com amadorismo e falta de idolos.
Pena.

Anônimo disse...

OBSERVADOR

A infeliz declaração do Zanon,que mais pareceu uma certa arrogância, e a falta total de comando no departamente técnico em relação ao feminino.Só para ilustrar, a seleção Argentina já esta no Ecuador, treinando e se adaptando a altitude!!!Sem comentários maiores!!