LBF faz bela festa no Desafio das Estrelas

As festas de “Jogo das Estrelas” não são evidentemente uma tradição brasileira e são raras por aqui nas mais diversas modalidades esportivas.

 

Na tradução desses eventos tipicamente norte-americanos muitas vezes o resultado beira o constrangedor.

 

Ontem, no entanto, a Liga de Basquete Feminino (LBF) conseguiu um resultado admirável na realização da sua primeira edição do Desafio das Estrelas.

 

A organização foi surpreentendemente boa. Havia bom público, o clima dentro e fora de quadra era bastante agradável.

 

A associação entre um tema feminino e de alcance social (a prevenção do câncer de mama no Dia Internacional das Mulheres) e o resgate da história da modalidade (na homenagem às campeãs mundiais de 1994) funcionou bem e aumentou as expectativas por edições futuras.

 

Nada mal para uma modalidade que ainda tenta regastar sua auto-estima e para uma liga que ainda busca afirmação.

 

Abaixo, algumas notas sobre a festa:

Lineu Rosa – Ficou de muito bom gosto a decoração do ginásio de São José para o evento. Show de bola.

 

Cobertura da TV – O Sportv fez um bom trabalho, sem apresentar os costumeiros cortes e interrupções (mesmo no momento das homenagens). Mais tarde houve um link ao vivo na Tv aberta durante o Globo Esporte.

 

Nunca perde a majestade? – Lamento profundamente os desacertos de Hortência no papel de diretora do departamento feminino da CBB, mas felizmente o começo como diretora da Liga é mais promissor.

 

Uniforme – Um pequeno deslize foi o uniforme das atletas. Para quem acompanhou pela TV, os trajes dos dois times no primeiro tempo estavam muito parecidos e o resultado visual foi desagradável. Na segunda metade, foi uma boa sacada o uso dos uniformes da conquista do Mundial 94.

 

Beleza Pura – Homenagem linda às campeãs mundiais, que deveriam ser reverenciadas todos os dias. Essas mulheres são maravilhosas.

 

Um beijo para Leila Sobral – Fiquei comovido com a emoção genuína da pivô Leila Sobral durante a homenagem. Foi uma alegria poder acampanhar a carreira dessa menina que jogava demais. Aqui pelo blog eu mando um beijo para Leila e agradeço por todas as alegrias que ela nos deu.

 

3 Faltas – Uma pena as três ausências no elenco. Faltaram a colossal Magic Paula (que há duas semanas teve uma participação deliciosa no Revista CBN, que pode ser ouvida aqui), a pivô Cíntia Tuiú e a também pivô Simone Pontello que anda bem sumida. Cadê Simone?

 

Destino sempre irônico – Na hora das homenagens, coube a Iziane vestir a camisa 8 de Magic Paula. A maranhense ficou emocionada ao lado de Hortência, mas foi uma imagem estranha de se assistir. Vestida com o 8 de uma atleta com conduta impecável na carreira e de talento avassalador, as contradições de Iziane pareceram ainda mais aberrantes.

 

Não pode! – Adrianinha não jogou e ficou por isso mesmo. Acho que outras armadoras ficariam honradas em participar da festa e o time brasileiro teria sofrido menos ao ter uma reserva para Tainá.

 

Paixão por Tainá – Não punha fé na menina e o jogo não valia nada (I), mas como evoluiu Tainá. Incrível! Na mesma linha, devo registrar o crescimento de Cacá, espiã infiltrada no time das estrangeiras.

 

A bola de 3 que caiu – Não aprovo a atrapalhada participação de Brasília nessa edição da liga, mas admito que foi uma cena bonita a cesta de três da ala Verônica durante o jogo.

 

A bola de 3 que não caiu – O arremesso de três de Iziane anda cada vez menos eficaz. E o seu movimento neste arremesso está cada vez mais estranho. Visualmente é bastante desagradável, com um movimento “sofrido” de cabeça, tórax e braços. No início da carreira, Iziane não arremessava assim e aproveitava mais. Parece-me uma adaptação para que o arremesso saia mais alto, que talvez tenha surgido na WNBA, mas o resultado não convence.

 

Lisdeivi de novo– Não valia nada (II), mas a técnica do time das Estrangeiras, Lisdeivi, mostrou que sabia exatamente o que estava fazendo, deu o bote e deixou Plutín deitar e rolar.

 

Paola Ferrari on Fire – Não valia nada (III), mas a paraguaia  compareceu com sua conhecida fúria matadora no quarto final. Pena que em Americana seu potencial (e de outras jogadoras) tem sido claramente mal administrado.

 

FIBA dá uma ajudinha – Comovida com a nossa festa e o otimismo que ela despertou, a FIBA não quis colocar água no nosso choppe nem tirar o gelo do nosso guaraná e transferiu o sorteio do Mundial desse ano para o próximo sábado.

 

O que vem pela frente? – Nos próximos anos, a liga deve se esforçar em fazer a festa crescer. Outras competições (desafio de 3 pontos, por exemplo?) e uma maior interação com o irmão rico (NBB) podem ser algumas das saídas.