Rainha do basquete brasileiro conversou com atletas do Sport Club do Recife
Lucas Fitipaldi - Diario de Pernambuco
“Despertem em vocês a atleta capaz de abrir mão de tudo, menos do basquete. Se eu fiz, vocês podem também.” “O basquete deve estar em primeiro lugar. Se você tiver alguma dúvida disso, desta idade, jamais conseguirá ser a melhor.” “Não dá para fazer um monte de coisa ao mesmo tempo. O campeão foca numa só.” “Só tem sorte quem trabalha.” “Vocês vão ganhar o jogo da semana que vem dependendo do que estão fazendo hoje. Não adianta pedir pelo amor de Deus”.
A Rainha Hortência falou por aproximadamente meia hora para uma plateia de cerca de 50 garotas com idade entre 12 e 14 anos, na quadra do Círculo Militar do Recife, na tarde desta quinta-feira. Ouvidos atentos a postos, as atletas do Colégio Atual e do Sport Club do Recife tiveram uma oportunidade única. Afinal, os ensinamentos vinham da maior jogadora de basquete do brasil em todos os tempos. Não haveria referência melhor.
O local escolhido não foi por acaso. A partir de agosto, o Círculo Militar será um dos polos do projeto Cestinhas do Futuro, iniciativa do Sport que pretende reunir meninas de escolas públicas interessadas em praticar basquete. “O objetivo aqui foi despertar dentro delas a vontade, a amabição de querer. Mostrar o caminho que dever ser trilhado para chegar lá. Se eu pude, elas podem também. Pode ter certeza de que quando elas entrarem na quadra amanhã, a atitude será outra”, disse Hortência. "Gosto de estimular essas meninas, acho bacana passar um pouco da minha experiência", completou.
Lídia Emanuele, de 14 anos, começou a jogar basquete há apenas quatro meses e meio. O sonho de se tornar uma profissional no futuro, porém, já faz a cabeça da garota. “Ela nos incentivou muito a querer ter uma meta de vida. A gente só consegue aquilo que quer. Meu pai já tinha falado dela pra mim. Eu tenho um sonho e nunca tinha vindo numa palestra assim.”
Com apenas 11 anos, Emiriellen Enuella já mede 1,74m. A garota que teve o primeiro contato com a modalidade aos seis anos, mas depois largou, também se entusiasmou. “Eu nem era tão ligada, mas depois dessa conversa fiquei interessada. Como ela disse, tem que ralar pra depois rolar”, comentou.
Ao lado de Hortência estava Alessandra, a experiente pivô de três Olimpíadas contratada pelo Sport para a disputa da Liga de Basquete Feminino, a partir de outubro. O anúnico de Alessandra e do novo projeto do basquete rubro-negro foi justamente o motivo que trouxe Hortência à Capital Pernambucana. Hoje diretora de Seleções Femininas da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), a Rainha veio prestigir a cerimônia ocorrida na véspera no salão nobre do Conselho Deliberativo do Clube, ocasião em que o nome de Adrianinha, armadora da seleção, também foi anunciado como novo reforço rubro-negro.
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