Os Jogos Pan-Americanos de 1991, em Havana (Cuba), marcaram o início de uma trajetória cheia de conquistas e revelações no basquete feminino brasileiro. Com nomes que perduram até hoje, como Paula, Janeth e Hortência, o Brasil bateu as donas da casa na final por 97 a 76 e levou o ouro. As jogadoras, inclusive, receberam as medalhas das mãos do presidente Fidel Castro, que saiu da sua área VIP.
Durante a entrega, Fidel ainda brincou com Hortência e Paula, falando para as duas que elas tinham trapaceado e deviam estar com uma "mira-laser" na mão, pois não erravam os alvos. A cena se mantém como um dos momentos marcantes da participação brasileira em Pan-Americanos e também na carreira dessas jogadoras.
Tanto Paula, quanto Janeth e Hortência concordam que o título em 1991 não foi o mais importante daquela Seleção, mas representou o início de uma década vitoriosa do basquete feminino brasileiro. A partir desse título, a equipe conquistou o Mundial em 1994, foi medalha de prata em Atlanta 1996 e bronze em Sidney 2000. Veja entrevista com três ícones da modalidade:
Terra - Como foi o percurso até chegar ao Pan de 1991?
Hortência - A nossa conquista em 1991, na verdade foi o resultado de uma trajetória do basquete feminino que começou em 1979, no Pan de San Juan, quando a equipe brasileira conquistou o quarto lugar. Em Caracas, 1983, conquistamos o bronze e em Indianápolis, 1987, a prata.
Paula - Em alguns momentos queríamos desistir, mas seguimos em frente e acreditávamos que chegaríamos lá. O entrosamento da equipe foi muito importante nessa conquista. Eu olhava para a Hortência em quadra e já sabia o que ela queria (as duas jogaram juntas pela Seleção por 22 anos).
Terra - O que o Pan de 1991 representou para vocês?
Hortência - Ali foi a grande ascensão do basquete feminino, onde demos a grande alavancada. Foi o grande momento nosso, em que adquirimos bastante experiência e confiança e quebramos a hegemonia dos EUA.
Paula - A partir desse título, a Seleção feminina conquistou o Mundial em 1994, medalha de prata em Atlanta 1996 e bronze em Sidney 2000.
Terra - Como foi ter recebido a medalha das mãos de Fidel?
Paula - Foi bacana ter visto Fidel, que foi jogador de basquete, torcendo por Cuba, mas entregando a medalha de campeã para gente.
Janeth - O fato de ter recebido a medalha de um ícone da política mundial foi muito marcante e bom, porque ficamos lembrando o momento em que aconteceu. Não imaginava que ele ia descer da arquibancada da área VIP, e quando isso aconteceu me senti privilegiada.
Terra - Que dica a geração de vocês têm a dar para a equipe que começa agora nas quadras?
Janeth - É importante dedicação, atenção nos detalhes e acreditar nos sonhos. É o que eu sempre digo.
Fonte: Terra
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