Uma polêmica mudança no uniforme das atletas para a próxima Euroliga feminina tem dividido opiniões no Velho Continente. Em busca de maior atenção para o torneio, dirigentes europeus querem obrigar as jogadoras a abandonar camisetas e calções mais largos para utilizar roupas coladas ao corpo.
Segundo a Fiba Europa, a medida visa aumentar a diferenciação entre o basquete feminino e masculino. As roupas mais justas ajudariam a ressaltar a beleza das atletas e deixariam as partidas mais atraentes para os torcedores. Bermudas estariam proibidas e a peça do vestuário teria uma distância mínima de 10 cm para os joelhos. A questão será discutida no dia 7 de junho, em assembléia entre clubes e federações.
A medida tem causado polêmica entre jogadoras, torcedores e dirigentes. Algumas atletas criticaram publicamente o ‘macaquinho’ e até um abaixo-assinado feito por feministas foi criado na Internet.
“Deveriam explicar porque no basquete feminino é obrigatório e no masculino não há nada sobre mostrar o corpo. Estamos acostumadas a jogar com roupa larga e não vejo motivo para mudanças”, disse a armadora Marta Xargay, do clube espanhol Avenida e da seleção local.
As roupas coladas ao corpo não são novidade no basquete. O Brasil adotou o chamado ‘macaquinho’ para a Olimpíada de Sydney, em 2000, e utilizou o modelo por quase seis anos. A mudança no uniforme, porém, foi feita em comum acordo com as atletas.
“Fomos consultadas e achamos que seria legal para a imagem do basquete”, contou Helen Luz, que utilizou o modelo nas Olimpíadas de Sydney-2000 e Atenas-2004. “No começo foi muito estranho, não estávamos acostumadas e ficamos um pouco tímidas. Mas se tornou natural com o tempo. A maioria das meninas gostava. Vestimos literalmente esta camisa”.
Especialista em marketing esportivo, José Carlos Brunoro questiona a eficiência da medida proposta pela Fiba Europa. Para o executivo, a mudança no uniforme traz poucos benefícios em termos de imagem e ainda pode causar constrangimento entre as jogadoras.
“Não acho que isto deixaria o jogo mais atraente para os torcedores. O que atrai o torcedor é uma partida de boa qualidade”, afirmou Brunoro. “Esta é uma medida problemática dentro de um time, pois nem todas as jogadoras têm um corpo legal. O uniforme deveria ser de acordo com a equipe. Não acredito que este seja o melhor caminho a ser tomado”.
Para Lola Aronovich, professora de literatura da Universidade Federal do Ceará e autora de um dos maiores blogs feministas do Brasil (www.escrevalolaescreva.blogspot.com), este tipo de iniciativa deixa de lado o mérito esportivo e faz com que as atletas passem a ser avaliadas apenas por sua beleza. “Pelo jeito, se não forem atraentes para os homens, não podem jogar. É revoltante que essas profissionais, que vivem para treinar e competir, tenham que se sujeitar a serem sensuais para atrair público”.
“Para os homens que não veem nada de mais em exigir que atletas usem roupas menores, mais justas, mais sexy, fica a pergunta: e se fosse com eles? Por exemplo, mulheres vão muito pouco a estádios de futebol. E se de repente, para atrair mais o público feminino, a FIFA obrigasse os jogadores a usar sunga? Seria justo?”, completou Aronovich.
Mesmo sendo adepta do ‘macaquinho’, Helen faz ressalvas sobre a forma como a questão foi abordada na Europa. “Não acho legal obrigar as atletas a usar. A jogadora tem que estar confortável para atuar. Ainda mais na Euroliga, uma competição que passa por países de culturas diferentes. Do jeito que está sendo feito, não sou a favor”, disse a armadora, que jogou por sete anos no Velho Continente.
Fonte: UOL
Segundo a Fiba Europa, a medida visa aumentar a diferenciação entre o basquete feminino e masculino. As roupas mais justas ajudariam a ressaltar a beleza das atletas e deixariam as partidas mais atraentes para os torcedores. Bermudas estariam proibidas e a peça do vestuário teria uma distância mínima de 10 cm para os joelhos. A questão será discutida no dia 7 de junho, em assembléia entre clubes e federações.
A medida tem causado polêmica entre jogadoras, torcedores e dirigentes. Algumas atletas criticaram publicamente o ‘macaquinho’ e até um abaixo-assinado feito por feministas foi criado na Internet.
“Deveriam explicar porque no basquete feminino é obrigatório e no masculino não há nada sobre mostrar o corpo. Estamos acostumadas a jogar com roupa larga e não vejo motivo para mudanças”, disse a armadora Marta Xargay, do clube espanhol Avenida e da seleção local.
As roupas coladas ao corpo não são novidade no basquete. O Brasil adotou o chamado ‘macaquinho’ para a Olimpíada de Sydney, em 2000, e utilizou o modelo por quase seis anos. A mudança no uniforme, porém, foi feita em comum acordo com as atletas.
“Fomos consultadas e achamos que seria legal para a imagem do basquete”, contou Helen Luz, que utilizou o modelo nas Olimpíadas de Sydney-2000 e Atenas-2004. “No começo foi muito estranho, não estávamos acostumadas e ficamos um pouco tímidas. Mas se tornou natural com o tempo. A maioria das meninas gostava. Vestimos literalmente esta camisa”.
Especialista em marketing esportivo, José Carlos Brunoro questiona a eficiência da medida proposta pela Fiba Europa. Para o executivo, a mudança no uniforme traz poucos benefícios em termos de imagem e ainda pode causar constrangimento entre as jogadoras.
“Não acho que isto deixaria o jogo mais atraente para os torcedores. O que atrai o torcedor é uma partida de boa qualidade”, afirmou Brunoro. “Esta é uma medida problemática dentro de um time, pois nem todas as jogadoras têm um corpo legal. O uniforme deveria ser de acordo com a equipe. Não acredito que este seja o melhor caminho a ser tomado”.
Para Lola Aronovich, professora de literatura da Universidade Federal do Ceará e autora de um dos maiores blogs feministas do Brasil (www.escrevalolaescreva.blogspot.com), este tipo de iniciativa deixa de lado o mérito esportivo e faz com que as atletas passem a ser avaliadas apenas por sua beleza. “Pelo jeito, se não forem atraentes para os homens, não podem jogar. É revoltante que essas profissionais, que vivem para treinar e competir, tenham que se sujeitar a serem sensuais para atrair público”.
“Para os homens que não veem nada de mais em exigir que atletas usem roupas menores, mais justas, mais sexy, fica a pergunta: e se fosse com eles? Por exemplo, mulheres vão muito pouco a estádios de futebol. E se de repente, para atrair mais o público feminino, a FIFA obrigasse os jogadores a usar sunga? Seria justo?”, completou Aronovich.
Mesmo sendo adepta do ‘macaquinho’, Helen faz ressalvas sobre a forma como a questão foi abordada na Europa. “Não acho legal obrigar as atletas a usar. A jogadora tem que estar confortável para atuar. Ainda mais na Euroliga, uma competição que passa por países de culturas diferentes. Do jeito que está sendo feito, não sou a favor”, disse a armadora, que jogou por sete anos no Velho Continente.
Fonte: UOL
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