quinta-feira, 13 de maio de 2010

Basquete feminino, cada vez mais velho, ignora solenemente a necessidade de renovação

A Natália do Vôlei Nas últimas semanas, acompanhei as decisões das Superligas e me surpreendi. Jogos de altíssimo nível técnico e com jovens protagonistas.

No feminino, poderia citar Natália (21 anos e um talento explosivo), Adenízia (23), Camila Braite (21), Thaísa (22), Ana Tiemi (22)…

No masculino, a base do time campeão (Cimed) é composta por um trio que teima em combinar juventude e talento: Bruno (23), Thiago Alves (23) e Lucas (23).

Tudo bem, pensei. Deve ser coisa do vôlei.

Mas no último fim de semana, vi as semifinais do NBB e entre muita gente experiente, há espaço para jovens como Cauê Borges (19, em Franca) ou Raulzinho (17 anos, no Minas).

A partir dessas observações, decidi checar que espaço as jovens atletas estão tendo nos melhores clubes daqui. Someio  tempo de atuação de todas as jogadoras dos quatro primeiros colocados do Paulista (Catanduva, Santo André, Ourinhos e Americana) e dividi esses valores em faixas etárias.

Depois de muita conta, verifiquei que até o momento nada menos do que 82% do tempo de quadra na competição é dado a jogadoras com mais de 25 anos de idade.

As menores de 20 anos mal chegam a 5% do tempo de jogo.

Entre as de 20 e 25 anos, o tempo em quadra é apenas  13% do total.

grafico

A sensação ruim ao ver tais números me foi reforçada essa semana por dois outros ‘posts-vídeos’ aqui do blog.

No primeiro, Maria Helena Cardoso comandava um feroz BCN/Piracicaba numa semifinal de Campeonato Paulista (1996), com Claudinha (21 anos), Cíntia (21), Jacqueline (20) e Patrícia Mara (19). Que clube hoje faz isso? Que técnico hoje teria tal ousadia? Para ficar em um exemplo: Santo André, uma equipe com categorias de base e boa técnica, joga o atual Paulista e sua atleta mais jovem em atuação tem 26 anos.

No segundo, ontem, são ilustrativos a evolução de Danila, acolhida na Itália aos 21 anos, e os comentários dos leitores.

Sinceramente, não vejo futuro algum para esse esporte enquanto aberrações como essa não forem corrigidas.

Todo o resto – inclusive técnico estrangeiro – não passa de perfumaria barata.

24 comentários:

Anônimo disse...

Este link abaixo traz um texto que é a cara do Basquete do Brasil. Vale a pena ler e é uma pena não ter sido divulgado.

http://testepbf.blogspot.com/2010/04/hablas-espanhol-pelo-tecnico-marcio.html

Anônimo disse...

A comparação é no mínimo injusta.
Hoje o basquete feminino vive com
um pé na uti. O que pode ser feito pelos clubes,está sendo feito.
Infelismente as jogadoras que estão
vindo da base não têm o potencial
que alguns pensam que tem. Isso é
um problema de patrocinio e por
tabela de estrutura.Algumas meninas
estão surgindo mas ainda é em
numero muito pequeno.Com certeza
quando elas estiverem prontas,serão
utilizadas nas categorias adultas.
E por favor não me venham falar de
Danila.Falem então da Nadia,da Kika
e da Fabi.

Bert disse...

É decepcionante o tempo perdido para escrever um texto como esse e o primeiro comentário que tenho é de alguém que reduz ele a uma comparação ao vôlei e não entende o exemplo citado (Danila). Será que esse pessoa leu o texto ou viu só a foto da Natália e a tabela?

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Não vamos esquecer que na época de
Bcn e Maria Helena,os clubes todos
tinham patrocinadores,estrangeiras
e estrutura.A realidade era bem diferente de agora.Na base os talentos apareciam e agora as jogadoras de potencial são poucas e
estão muito mais a serviço das seleçôes do que dos seus clubes.

Anônimo disse...

A base precisa ser treinada, levada a sério, coisa que muito clube não faz por falta de verba e até mesmo por falta de profissionais qualificados, que poderiam ser supridos por essas jogadoras que pararam de jogar e se formaram em Ed. Física.

Vamos acordar CBB! Hortência, você poderia dar uma atenção maior, fazer um projeto para incentivar municípios, patrocinadores e até mesmo políticos a investir no basquete. Fazer umas visitas nas prefeituras, seria uma boa.
Poderiam trazer o Colinas para ajudar nessa parte e não na adulta.

Concordo que temos jogadoras jovens muito fracas e que as jogadoras acima dos 25 anos dão um show nelas. Vamos fazer o que? Convocar as mais novas e levar um show de vexame? Elas precisam de oportunidades, mas quem se preocupa? E é preciso também uma dedicação maior, quem vai treinar arremesso fora do horário de treino?

Você acha que Jundiaí e São Caetano tem uma equipe de jovens pq querem dar oportunidades as mais novas??? Eles não tem dinheiro para contratar jogadoras experientes. Mas enfim, pelo menos dão oportunidades para elas.

Acho que a solução seria conseguir mais equipes de base e claro, treinadores aptos a exercerem um bom trabalho.
É uma situação ruim, mas com um bom planejamento, dedicação e atenção as coisas vão melhorar.

4.

F1 Trulli disse...

Bom, o anônimo já disse tudo
toda “regra” a exceção...

lógico q tem q se da oportunidades e se apostar em atletas jovens quando essas mostram potencial.

Adenízia, Joycinha, Thaísa e Natália (q vale lembrar era jogadora d basquete, desistiu e foi p/ vôlei) foram revelações, se destacaram na seleção sub 18 (e etc)
A mesma coisa no vôlei masculinos.

O Raulzinho (Minas), c/ 14 anos (eu acho) já tava no esporte espetacular (fizeram até a infeliz comparação c/ Ricky Rubio)


Já no basquete feminino, quais são as revelações de 18 ou 20 anos, q ñ estão sendo aproveitadas?

O q vejo é a “Magic Paula” e Hortência ñ pouparam e descerem críticas a “nova geração”

Hortência: “ essa nova “safra” é ruim (se referindo a sub 20, sub 18 ...),”
Paula: “o que falta para essas meninas é talento”



eNTÃO, essa geração precisa é ser “Lapidada”. LOGO trazer um técnico c/ talento pra isso NÃO É “PERFUMARIA BARATA” e sim INVESTIMENTO

Anônimo disse...

"Entendeu ou quer que desenhe?"


Bert,


Parabéns pelo texto, muito bom!!!


Infelizmente tem pessoas que nem "desenhando" conseguem entender o que você escreve!


Paulinho.

Anônimo disse...

Existem muitas diferenças entre o basquete feminino e os outros esportes citados nopost, ou até mesmo entre o basquete feminino atual e o de 10 anos atrás e o atual, entre elas planejamento, visão, organização, inovação, ousadia, etc, etc, etc...

Anônimo disse...

Se a maioria das atletas da seleção sub-21, vice-campeã mundial de 2003 simplesmente pararam de jogar, imagina as outras gerações que não conseguiram ir tão longe.

Anônimo disse...

A maioria dos treinadores são preguiçosos e os dirigentes imediatistas e não enxergam um plamo à frente do nariz.

Anônimo disse...

Os quatro maiores clubes do Brasil tem a mesma mentalidade, contratram atletas prontas, as mais experiente possíveis, pensando apenas no próximo campeonato, então o torneio termina, vencendo ou não, o clico recomeça, dispensam a maior parte da equipe e contratam outras ainda mais experientes. As menores de 23 anos, ficam esquentando banco, entrando 5 ou 10 minutos por partida. Quem consegue evoluir desse jeito?

Anônimo disse...

Se tem um tecnico que renova a base e coloca a garotada para jogar com confiança e as vezes arrisca com a molecada é o Helio rubens que na minha opiniao deveria estar a frente da seleção brasileira e o helinho tambem pelo que vem jogando.Eles são um show a parte e alem disso de uma seriedade impressionante no trabalho que realizam.O helio prepara esses novos talentos que surgim em franca com muita qualidade e o psicologico muito bem trabalhado.parabens a vcs de franca pelo lindo trabalho que fizeram mo nbb e em todos esses anos que vcs fizeram da cidade de franca a cidade do basquete.sucesso sempre so vem para quem trabalha com seriedade e vcs são assim.E adoro o grupo unido e familia que vcs sempre montam independente de entrar alguem novo ou não.sou fã de vcs.
maria

Anônimo disse...

Sabe o que acho interressante, quanto tempo levou pra que a geraçao de hortencia fosse medalhista???
Qdo uma jogadora "nova" vai ter uma oportunidade se nao joga??vai ganhar experiencia onde??nos treinos??
Ousadia, um voto de confiança...o que acontece é que sempre queremos resultados imediatos, e nao queremos dar a cara a bater caso as coisas nao aconteçam rapido, temos um unico exemplo claro, a Fran foi testada na seleçao e demonstrou que pode dar mto ao Brasil, deve sim continuar-se com o trabalho de evoluçao dela, e olha, ela é nova, mas quantas mais tiveram um teste???testar jogadoras em treinos e amistosos com time masculino (como fez nos tempos do Bassul), qdo é que vao aprender alguma coisa e ganhar experiencias??agora fica claro que , queremos resultados e nao temos patrocinios e o bla bla de sempre mas nao temos mesmo capacidade de gerenciar uma renovaçao....

Paulinho disse...

Bert,


Gostei da proposta. É possível montar uma equipe competitiva, formada apenas por atletas com menos de 25 anos:

Armadora: Joice
Ala: Djane
Lateral: Izabela
Ala/pivô: Franciele
Pivô: Nádia


Reserva:

Armadora: Ariani
Ala: Tássia
Lateral: Priscila Borges
Ala/Pivô: Damiris
Pivô: Clarissa

Ala: Tatiane Conceição
Pivô: Danila

Com investimento baixo e trabalho estratégico a médio prazo essa equipe que não existe brigaria por títulos em dois ou três anos.

Será que é tão difícil assim ou eu tô viajando na maionese???

Fernando Pratti disse...

Excelente análise!
Falta compromisso das equipes de ponta e seus patrocinadores com o trabalho de base e falta o mesmo compromisso das federações e CBB.
Em outras épocas, as equipes que tinham times adultos eram obrigadas também a montarem equipes menores.

Anônimo disse...
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Bert disse...

Piada, anônimo excluído 22:39, é quem não sabe ler nem texto, nem entender comentários.

Marival Junior disse...

Mas será que estas atletas citadas pelo Paulinho topariam fazer parte de uma equipe fora de SP?

Anônimo disse...

A visão d Bert está equivocada

É lógico q se as equipes colocassem as atuais jogadoras d 18 a 21 anos, O nível da competição cairia ainda +. E o pior é q essas jogadoras ñ iriam evoluir NADA!
Como foi colocado, precisa Lapidar essas meninas primeiro (criar uma divisão d acesso ou coisa do tipo).
Não adianta em nada pegar uma dessas meninas e colocar pra jogar nos principais times. EX: o q a Ísis fez quando atuou pela seleção brasileira? NADA! Ñ jogou nada. Porem hoje se ela for jogar pela seleção, vai ser outra coisa. + nem na copa América ela foi se quer pré-convocada. Ou seja, a convocação precoce dela só prejudicou sua imagem.

Basqueteiro... disse...

Parabéns pelo texto e pela estatística.

Só podemos concluir uma coisa: O volei está sabendo recrutar o melhor material humano que possuímos.

E, principalmente, está sabendo transformar potencial em realidade. Não basta atrair as meninas de 1,90m de altura. É preciso atrair as melhores meninas de 1,90m de altura e trabalhá-las de forma correta.

Quando digo as melhores meninas de 1,90m de altura, estou querendo dizer não apenas pelo físico, mas também, as meninas líderes, as meninas disciplinadas, as meninas que sabem pensar a longo prazo, que consigam trabalhar em equipe, que consigam aguentar o lado emocional de estar longe de parentes e amigos.

O volei já vem fazendo um trabalho contínuo desde a década de 1980. Não é à toa que o volei é várias vezes campeão mundial em todas as categorias tanto no masculino quanto no feminino. Só está faltando o título do adulto feminino. O que é apenas uma questão de tempo.

Enquanto isso, a gente sobe "Colina", desce para o sul, ou melhor desce Bassul. E nesse sobe e desce, o basquete vai dançando o rebolation porque boquinha da garrafa já está fora de moda.

Anônimo disse...

O maluco que falou do Hélio Rubens,não deve acompanhar o basquete masculino.Todos os titulares de Franca tem mais de 35 anos.E as revelações são todas de fora de Franca,o unico que joga regularmente é o Benite e chegou no ano passado vindo do Pinheiros.

Anônimo disse...

Marival,


Essas meninas e outras estão espalhadas por aí, boa parte já atuou fora de São Paulo, com certeza topariam fazer parte de um bom projeto, pois não acho que recebam o valor que merecem.

Anônimo disse...
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