domingo, 17 de janeiro de 2010

Entrevista – Branca (Databasket)

brancaent A treinadora Branca tem tudo para seguir de encontro aos seus objetivos e ao sucesso, visto que é uma trabalhadora incansável, honesta e muito dedicada, além de ser muito antenada com o que acontece, não só no cenário nacional, como internacional. Na sua carreira de atleta, além dos títulos e conquistas, Branca foi uma armadora de grande técnica e garra, deixando seu nome gravado para sempre na história.

Confira, os planos para o futuro e algumas opiniões, bem como lembranças de Branca, na entrevista exclusiva concedida ao Databasket ...

Faça um pequeno panorama de quem é Branca no basquete:

Iniciei trajetória no Colégio Dom Bosco, em Osvaldo Cruz/SP, terra natal, minha primeira competição federada foi aos 10 anos, em Jundiaí/SP (Divino Salvador). E, assim se foram 23 anos como atleta. Defendi Piracicaba, Sorocaba, Araçatuba, Campinas e Recife. Parei de jogar em 1999, e me transformei em treinadora, passando pela Unimep/Piracicaba e Americana.

Como foi a temporada de 2009 para o basquete feminino brasileiro? E, no geral?
Temporada, nada diferente dos anos anteriores, poucas equipes, quase sempre as mesmas chegando às semifinais. Valeu o resultado da Copa América, pelo título e vaga do Mundial República Tcheca em setembro/2010.

E o ano de 2009 para você, como foi?

Foi muito bom graças a Deus, vida pessoal e profissional prefiro traduzir com essa música que gosto bastante, penso ser da Patrícia Marx:
“Nada nessa vida é por acaso
Nada nessa vida é por querer
Tudo nessa vida tem seu preço
E se você quiser
Tem que pagar pra ver
”.

O que você pode falar do seu trabalho à frente de Americana, seu último time, e também o que pode abordar sobre os motivos que a levaram a deixar o time?

Fui contratada setembro/08 e demitida setembro/09. Nesse período chegamos as finais do campeonato brasileiro e paulista, mas não vencemos Ourinhos em nenhuma das competições. Fui demitida pelo presidente do clube, Ricardo Molina, sem nenhuma explicação e justificativa. Hoje, acredito que meu vínculo era o título, mas quem monta a equipe é ele. E quem levou a pior fui eu (risos).

Como você vê a presença da ex-jogadora Hortência, sua contemporânea, na coordenação dos selecionados femininos da Confederação Brasileira de Basketball (CBB)?

Gostei bastante, chegou em boa hora! Hortência é articulada, é realizada como atleta, tenho certeza que vai trilhar sua carreira como diretora com muito profissionalismo e sucesso.

Na sua opinião, o Paulo Bassul segue no comando do time feminino ou a CBB irá optar por um outro nome?

Acredito que a CBB vai anunciar outro nome para comandar a seleção feminina. Nova gestão na maioria das vezes quer nova equipe. Desejo que o Paulinho seja respeitado porque é um bom profissional.

Como você acha que será a participação do Brasil no Mundial de 2010? E, no masculino?

Gostei muito da chave do Brasil (Brasil, Espanha, Coréia e Mali), temos uma chance enorme de sair em primeiro lugar da chave. Tenho acompanhado pelos meios de comunicação que existe (mesmo sem o técnico) um “planejamento”, com tempo hábil para os treinamentos, jogos amistosos, adaptações e tudo mais.
Já que vão mudar o técnico, façam uma imersão com as jogadoras para que elas sejam “humildes”, menos materialistas (preocupadas com diárias e bichos), respeitem e obedeçam à risca seus treinadores/técnicos (sejam mais apegadas à tática do jogo e não as loucuras). Só assim o Brasil vai obter resultado merecido. Não posso deixar de dizer que existem as exceções e um dos exemplos é a ala/armadora Helen Luz.

Por que ainda não temos uma liga para organizar um campeonato nacional feminino?

Porque temos poucas equipes, poucos investidores. Vivemos num país machista. A CBB e todas as Federações, ao longo de tantos anos e gestões, não tiveram interesse em massificar a modalidade, capacitar técnicos, entre outros.

Na sua carreira de atleta, você sempre marcou pela garra e vontade de vencer, além da qualidade técnica, visão de jogo e habilidade. E, como treinadora, qual é o seu perfil?

Treinadora dedicada e exigente nos treinamentos, só assim me tornar excelente técnica. Não suporto técnico exibicionista e político (sabe aquele porque eu, porque eu?). Ixi, lembrei de uns quatro ao redigir.
Ser técnico é aceitar que cada jogo, cada campeonato, cada equipe ou cada crítica serve como lição e aprendizado e juntos serão transformados em experiências. O perfil revela a personalidade, mas vivemos de vitórias e derrotas e isso na maioria das vezes transformam as pessoas.
Nesse segmento, não diferente de outras áreas, existe falta de ética, os bajuladores, preguiçosos, os que não respeitam árbitros nem adversários, técnicos que optam por buscar os investidores porque daí ele manda e desmanda, técnicos que querem aparecer mais do que seus jogadores ... por aí vai.

Você almeja comandar a Seleção Brasileira? Caso a resposta seja afirmativa, em quanto tempo você acredita que alcançará este objetivo?

Sim, claro! Se não almejasse teria nascido morta para carreira. Acredito no processo, quero fazer parte das comissões, ter experiências em categorias que antecedem o adulto. No Brasil isso acontece timidamente, as comissões não são entrosadas, falando com o coração, não são fiéis. Acredito que um dia isso venha acontecer.

No seu entender, a política está ganhando proporções elevadas em nosso basquete?

Política querendo ou não permeia todos os segmentos, pergunto a você, quantas vezes vimos presidentes mandando e desmandando? Quantas vezes o marketing mandou e desmandou? Quantas vezes a televisão mudou horários de jogos? Quando não se tem organização todo mundo manda, principalmente a política.

Quais são os treinadores que você procurou se espelhar?

Tenho admiração por vários treinadores, sei que todos ao longo de suas trajetórias foram ganhando uma maneira de comandar, se nomes são importantes vamos lá: gosto muito do meu primeiro técnico Borracha (Norberto José da Silva), Phil Jackson, João Marcelo, Nestor, Helio Rubens, Maria Helena/Heleninha, Bernardinho, Vendramini, Barbosa, Macau, Anne Donovan ... como disse, tenho admiração por muitos treinadores (técnicos) e espero não melindrar ninguém porque o nome não foi citado.

Quem são os seus ídolos no esporte, na vida e no basquete?

No esporte, Paula e Hortência pelo exemplo, dedicação e comprometimento, Ayrton Senna pela missão, Guga pela irreverência, Raí pela elegância, Dunga pela garra e muitos outros. Tem muita gente boa nesse país, graças a Deus. Na vida, sem dúvida meus pais e irmãs.

Fale um pouco do trabalho social do Instituto Passe de Mágica.

Quando recebi proposta para atuar no alto rendimento, “abandonei” Paula e o projeto social Passe de Mágica, mas graças a Deus, Paula valente faz tudo acontecer. Gosto muito do alto rendimento e espero poder ter uma nova oportunidade para atuar como técnica.

Mensagem final:
A coisa mais fina do mundo é o sentimento. (Adélia Prado)

Fonte: Databasket

12 comentários:

Anônimo disse...

Como filósofa a Branca daria certo.Como técnica,não acredito.Ela não tem o mais importante; carisma .Quem tem,tem.

Ana Clara disse...

Como Hortência está querendo que ex-jogadoras estejam mais presentes nas seleções basileiras, a Branca seria um grande exemplo disto.

Assim como Janeth deveria ser inserida numa seleção de base como técnica ou assistente, e futuramente ingressar numa seleção adulta.

Mas parece que Hortência não vai muito com sua cara... não houve um desentendimento entre elas no passado????

Anônimo disse...

Branca, a sua musica é perfeita principalmente aonde diz que nada acontece por acaso.

Unknown disse...

A Branca sempre lúcida e coerente!Parabéns!

Sylmara disse...

E anônimo...vc não deve conhecer a Branca...já a apresentei para muita gente, inclusive para uma platéia de alunos universitários, e o comentário de todos sempre foi sobre o carisma dela!!!!

Anônimo disse...

Não me causa admmiração o posicionamento da Branca. Ela, como qualquer pessoa sensata, sabe que a Hortência fará a coisa certa.

As duas tiveram sim, desentendimentos (pancadaria) terríveis no passado. Acredito que já superados.

O primeiro deles foi quando ainda jogavam juntas em Sorocaba. Após um jogo que a Minercal perdeu, as duas se pegaram no vestiário. Resultado: Branca fora do time.

O segundo, em 1993, quando Paula e Hortência defendiam a Nossa Caixa Ponte Preta. Em um jogo em Araçatuba, Hortência quase agrediu Branca em quadra. No vestiário da Nossa Caixa, Paula tomou as dores da irmã e houve pancadaria também entre Paula e Hortência. Resultado: Paula transferiu-se para Cesp/Unimep no ano seguinte.

Anônimo disse...

Gente, deixa e menina trabalhar em paz!!!! Até o Zico e o Romário se entenderam!!!!
isto é coisa do passado!!!!
A Branca está se revelando uma ótima técnica!!! precisa de mais experiência e maturidade!!!!
E já está bem mais calma!!! Quem a conheceu com 20 aninhos que o diga!!!!!

Boa sorte Branca!!!!

A Paulista

Ricardo disse...

Ótima entrevista.

Anônimo disse...

o problema de amareicana nao e o tecnico e sim as jogadoras.ninguem percebeu isso ainda nao...pode passar quem for ali se nao mandar embora a batata podre nao chega a lugar nehunum

Anônimo disse...

concordo mesmo, as jogadoras querem ser uma melhor que a outra , nao tem tecnico que resista.Se pelo menos tivesse armadora que coloque tecnica e morall.Uma líder!! Mas tá dificil.
.

Anônimo disse...

O problema de Americana é que falta uma armadora verdadeira... Aquela Babi e Natália são piadas. Uma totalmente alheia ao jogo, a outra se não é na velocidade, não faz nada que preste. Nem sabe arremessar direito. Se é para resgatar veteranas, que venha a Adrianinha. Aí sim será campeã.

Anônimo disse...

sempre gostei muito da BRANCA alem de uma otima tecnica e guerreira e fala o que pensa nao se preocupa em agradar . Acho que deveria voltar pra Piracicaba, nao que a ANA nao seja uma boa tecnica mas precisamos de tecnicas boas na base e no adulto.