pois de um comemorado quarto lugar na Olimpíada de Seul (1988), a Austrália foi eliminada no Pré-Olímpico de 1992 e passou a trabalhar duro com a sua seleção de basquete feminino.
O país que seria sede do próximo Mundial de Basquete (1994) e das Olimpíadas de 2000 não podia correr o risco de pagar semelhante mico.
O trabalho foi premiado com o surgimento de um desses raros fenômenos do esporte: a excepcional Lauren Jackson e rendeu muitos frutos nesses 15 anos; seja nos Mundiais: dois bronzes (1998 e 2002) e um ouro (2006) ou nas Olimpíadas, com um bronze (1996) e três pratas (2000, 2004 e 2008).
Apesar disso, o trabalho não pára nem cai, mesmo com uma troca períodica de técnicos: de Tom Maher, passando por Jan Stirling até a atual Carrie Graf.
Quando parecem que as peças de reposição se esgotariam, somos surpreendidos pelo aparecimento de uma nova força como a pivô Liz Cambage.
Assim como no Brasil, os maiores nomes do basquete australiano jogam no exterior: de Lauren à Penny Taylor, de Belinda à Kristi.
Uma das respostas para a diferença de resultados pode estar, no entanto, na organização da liga local: a WNBL. Pouquíssimo badalado, o torneio cumpre sua função básica: oferece mercado de trabalho para as jogadoras de lá e a oportunidade de afirmação para os novos talentos. Dois objetivos básicos que o nosso Nacional não conseguiu alcançar até hoje, quando se aproxima (aos trancos e barrancos) de sua décima segunda edição.
Lá, ao contrário, o torneio com dez equipes segue a pleno vapor. A grande maioria dos estados australianos tem uma equipe na WNBL. A temporada dura seis meses e tem um jogo televisionado por semana. A liga já ousa oferecer teto a algumas das estrelas locais, como Kristi Harrower e Suzy Batkovic, ambas recém saídas da WNBA.
Um dos líderes do começo da temporada é o Bulleen Boomers, treinado por Tom Maher e Michele Timms, que comandam a promessa-realidade Liz Cambage. Na última rodada, o time passou pelo Sydney Flames, de Batkovic (80-71).
Também invictos estão o Adelaide Lightning (da neozelandesa Angela Marino) e o Townsville Fire.
Atual treinadora da seleção local, Carie Graf treina o Canberra Capitals, de Mariana Tolo e atual campeão da liga.
Já é possível ainda importar algumas jogadoras, a maioria de segundo escalão – é verdade – como a canadense Chelsey Audrey (que esteve em Cuiabá, na Copa América), a polaca Marta Dydek (irmã caçula de Margo) e a americana Leah Rush.
Assim como cá, há na liga um saco de pancadas. Trata-se da equipe do AIS (Australian Institute of Sport), até o momento cinco derrotas por um média de 46 pontos de diferença. Mas regitre-se: a jogadora mais velha tem 19 anos e o nobre objetivo é a formação para o futuro.
Aqui, há um decepcionante abandono das promessas, que Hortência afirmou que não iria (irá?) mais permitir. E que Paulo Bassul pretendia combater com a formação de uma seleção de novas, que não decolou.
8 comentários:
brilhante texto!
parabéns
abs, fábio
Nossa, que organização!
Temos que ter isso como um exemplo!
Alguém sabe onde posso acompanahr resultados e estatísticas da wnbl?
Muito bem citado o exemplo, ainda temos esperança que o Brasil tome as rédeas certas na jornada 2016, acredito que Hortência tenha bons planos, pelo menos nas entrevistas ela tem sido enfatica e segura ao falar da preparação e planos futuros. Aguardemos ...
Bert, excelente postagem (como sempre)!
Taí um exemplo que poderia ser seguido aqui no Brasil.
Pq a CBB nao faz um time so com meninas jovens, nao devidamente aproveitada por clubes e monta um time??
Ate serviria para a formação de tecnicos tambem.
Nao sei se eh financeiramente possivel, mas acho uma boa ideia.
Parece que ficamos esperando as "estrelas" voltarem para o brasil pra se fazer um bom campeonato.
Se tivessemos uma base crescente, nao seria necessario a volta das estrelas
Obrigado, Fábio e Paulo.
Henrique, o site da competição é bem completo:
http://www.wnbl.com.au/
Abs.
Bert, era tudo o que eu queria por aqui.... Será que custa tanto dinheiro assim? Acho que não...
A Paulista
Obrigado Bert!
O site é excelente, muito organizado As estatísticas são show de bola!
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