terça-feira, 29 de setembro de 2009

Hortência vê futuro difícil para o basquete (R7)

Agora dirigente, estrela do basquete prevê "muitos problemas" com categorias de base

Fernando Franco

Brasil_Campeon501 Hortência Marcari, hoje dirigente na Confederação Brasileira de Basquete, está pessimista em relação ao futuro do basquete brasileiro feminino. A paulista, tida como uma das maiores jogadoras do todos os tempos e campeã mundial pelo Brasil em 1994, acompanhou a vitória na Copa América da seleção brasileira, que derrotou no domingo (27) a Argentina na final por 71 a 48, em Cuiabá.

Porém, depois de apenas alguns meses trabalhando nos bastidores do basquete, sua visão sobre as futuras atletas do Brasil no esporte não é animadora. Publicamente contrária ao presidente anterior da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, Hortência culpa o abandono do esporte nas suas categorias mais jovens pela "seca" atualmente encontrada nas equipes juvenis.
- Vamos ter muitos problemas. Há dez anos não é feito no basquete um trabalho de investimento na base. Muitos garotos e garotas que jogam não foram descobertos e a geração que está aparecendo agora não é excepcional. Vamos ter muito trabalho no futuro.

Veteranas como Alessandra e Helen Luz aceitaram voltar para a seleção de Paulo Bassul após pedido da dirigente, que percebeu a necessidade de uma equipe mais experiente. As duas foram centrais na conquista do título em Cuiabá. Há muito tempo atletas e técnicos pediam uma maior participação de Hortência nos bastidores do esporte, mas apenas quando Grego saiu da Confederação foi possível sua entrada na entidade.

- Eu cheguei a procurar o Grego, mas ele não me deu a oportunidade na época. E tive que me posicionar uma hora, contra tudo o que estava acontecendo no basquete. Apoiei a mudança de gestão, as alterações no estatuto... Aí o Carlos Nunes (atual presidente) entrou e eu senti que as coisas estavam melhores. E em uma reunião ele disse que eu tomaria conta do feminino. Era o que eu sempre quis.
Hortência diz que existem projetos que podem ajudar as categorias de base, como o programa social Basquete do Futuro, da própria CBB, mas isso não basta. É preciso, segundo ela, de um método de ensino para os atletas e cursos para professores, além da troca de informações entre técnicos experientes e treinadores de base.

Veteranas do basquete e técnico Bassul apoiam Hortência

Se depender das jogadoras mais experientes e do técnico da seleção Paulo Bassul, Hortência tem carta branca para trabalhar nos bastidores do basquete. A paulista, que completou 50 anos na última quarta-feira (23), recebeu o apoio do time campeão na Copa América quando assumiu as seleções femininas nacionais, há quatro meses.

Alessandra, pivô de 35 anos do Brasil e parceira de Hortência na conquista da medalha de prata na Olimpíada de Atlanta-1996, diz que a Confederação Brasileira de Basquete precisa melhorar muito as categorias de base do país.

- A situação não está boa. Não tem atenção para a base. Parece que tudo o que construímos até 2006 (quando o Brasil ficou em quarto lugar no Mundial em São Paulo) acabou em três anos. Está um pouco desanimador.

O técnico Bassul, por sua vez, aplaude este início de trabalho de Hortência. Para ele, um nome forte por trás da seleção era o que faltava.

- O que eu mais estou gostando é que ela está brigando pelo basquete feminino. Eu precisava de uma pessoa que fizesse isso na Confederação. Com ela cuidando das coisas fora da quadra, fico tranquilo para fazer o meu trabalho.

Hortência trouxe as melhores atletas para a seleção e tentou até convencer Iziane, brigada com o técnico do Brasil. A ala, porém, não aceitou. Hortência resume sua missão como dirigente com uma frase: é preciso mudar a imagem do basquete.

- Para isso temos que vencer. É assim que você consegue mudar a visão das pessoas, do basquete que sempre perde. Fui atrás das jogadoras e disse: 'o basquete precisa de vocês'. Mas a grande estrela da seleção é a camisa. Quem não quis assim, ficou fora.

"Sem a Hortência eu não voltaria para a seleção", afirma AlessandraBrasil_Campeon502

A pivô mais experiente da seleção brasileira de basquete, Alessandra, 35 anos, revelou em entrevista exclusiva ao R7 que só aceitou retornar ao time nacional graças à Hortência. Após três anos de ausência e brigas com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB), a paulista voltou a jogar pela equipe na na Copa América em Cuiabá, que terminou com o Brasil campeão neste domingo (27) sobre a Argentina.

Alessandra foi convencida por Hortência, hoje responsável pelo departamento feminino da CBB, a jogar. A atleta está processando a Confederação porque o antigo presidente Gerasime Bozikis, o Grego, se recusou a cobrir o seguro de suas despesas médicas quando Alessandra se machucou no Campeonato Mundial de São Paulo, em 2006. Agora com Grego fora da entidade e com Paulo Bassul no comando da seleção, Alessandra voltou ao time.

- Acho que se não fosse a Hortência eu não voltaria. Eu teria que pensar muito, sem ela eu dificilmente voltaria. A Hortência me chamou e apresentou o seu projeto para mim e para a Helen e decidimos jogar. Ela está tentando salvar o basquete feminino.

A decisão não foi fácil para Alessandra. Além da briga com a CBB, a jogadora casou há poucos meses e teve de cancelar a lua de mel para se concentrar em Barueri (SP) com o resto do grupo antes da Copa América. Ela precisou encarar fortes treinos físicos e se adequar à equipe reformulada de Bassul, repleta de jovens atletas. Alessandra conta que decidiu jogar por conta de sua história ao lado de Hortência.

- Tive de abdicar de muitas coisas pessoais para estar aqui. Mas eu e a Hortência temos um histórico, tivemos muitas alegrias juntas. Acho que isso me fez pensar na decisão de voltar. É um novo ciclo no basquete feminino e estou bastante otimista. Precisamos levantar o feminino com vitórias, não só no adulto mas também nas categorias de base.

Fonte: R7

9 comentários:

Joao Claudio disse...

Juro que fico feliz de ler essas declaracoes da Hortencia, pois depois de um campeonato vencido as pessoas tendem a esquecer dos problemas mais evidentes do nosso basquete, que e a base. Por conta desse descaso que estamos assim. Vendo os jogos da Paula e da Magrela fica dificil entender com aconteceu isso, apesar do descaso da politica esportiva no Brasil, Paula e Hortencia deixaram um legado e marcaram o coracao das pessoas no Brasil>>> Fico feliz de ve-la voltando a selecao como dirigente, pois ela ama o basquete de verdade. Espero que Paula ajude tambem, pois sua parceria com Hortencia ja deu certo dentro, por que nao fora.
Parabens, Hortencia!!!
Vamos la Brasil!!!
Precisamos nos recuperar!!!

saudeieda disse...

Parabens Brasil!Parabens Hortencia!
vamos continuar nessa luta e nos preparar ´para o mundial mas começar AGORA,nao vamos esquecer que, algumas atletas talvez nao participem desse mundial entao n vamos deixar para a ultima hora a selecionar neninas de talento e que estao aí sem oportunidade nao vamos chamar meninas e depois corta-las so para mostrar poder e vingança ,nao vamos convocar meninas para montar um falso ¨time¨pois a verdade é vc fica ate as ¨estrelas¨chegarem¨ vc fica porque nao tenho outra na sua posiçao.A panelinha existe e é fato mas Hortencia nos o 6º jogador continuamos a confiar em vc dentro e fora das quadradas abraço e boa sorte!!!!

Anônimo disse...

GOSTEI MUITO DE SABER QUE APARECEU A SALVADORA DO BASQUETE FEMININO NA BASE, A COISA ESTÁ PIOR DO QUE ELA IMAGINA ABASE NO RJ, ESTA SENDO ,MUITO HUMILHADA QUANDO NÃO ACONTECE O RESULTADO ESPERADO,POR SEUS TÉCNICOS,ELES NA VERDADES NÃO ESTÃO COM ENTERECE EM FORMAR ATLETAS NA VERDADE,ELES QUEREM SÓ CRESCER PROFISSALNAMENTE,PORQUER SÓ DÃO VALOR AO TALENTO NATO,AQUELA MENINA QUE NÃO FALTA UM TREINO TEM TREMENDA VONTADE DE APRENDER NÃO TREINO ESPECÍFICO NA SUA DEFICIÊNCIA,SIMPLISMENTE É AGREDIDA VERBALMENTE(UMA PALAVRA AGRESSIVA É PIOR DO QUE UM TAPA),ASSIM QUEM AMA O BASQUETEBOL ,RESISTE ATÉ AONDE DA,VÁRIAS ESTÃO DESISTINDO,ISSO ME DÓI MUITO PORQUE É UM EPORTE TÃO BONITO,TÃO INTELIGENTE, VE SE NA PRÓXIMA TEMPORADA,MANDDA SUPERVISORES PARA TODOS OS ESTADOS,OBSEVAREM MAIS DE PERTO. EU TENHO CERTEZA,QUE COM VOCÊ NO PODER TERMOS PROGRESSO NO BASQUEBOL BRASILEIRO FEMININO POR FAVOR NÃO DESISTA, BOA SORTE

Anônimo disse...

Taí, achei a Hortensia muito convincente porque foi realista. Mas o basquete feminino tem um potencial excepcional faltando apenas um apoio maior as categorias de base especialmente fora do interior de São Paulo porque está acontecendo muito coisa boa, inclusive no basquete de rua, na CUFA, na Mangueira. Existem abnegados no Maranhão, na Paraíba, em Pernambuco, em Minas, em Goias em Brasilia, no Paraná, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.. ,mr perdoe se esqueci alguem...

Anônimo disse...

Acontece que o problema dos clubes que trabalham com a base é dinheiro .Sem ele pouco se pode fazer.Enquanto o Ministério dos Esportes não selecionar e direcionar as verbas para quem realmente trabalha com a base as coisas vão continuar como estão:Projetos mirabolantes em varios lugares sem resultado algum ,Esta na hora de gastar o dinheiro com quem trabalha sério e tem credibilidade

Anônimo disse...

Pois é, anônimo das 15:18, também é verdade que o interior de São Paulo terá que abrir mão de seu poderio político com generosidade para o bem do basquete brasileiro tornando o basquete feminino mais nacional. Concordo em gênero, número e grau com você.

Anônimo disse...

Fico pensando, o volei que é um exemplo de esporte olímpico bem sucedido está repatriando seus atletas. Porque? Ora, porque além do volei ser um bom investimento de marketing, o Real está valorizado frente a maioria das moedas, o que faz com que os salários aqui sejam competitivos com os do exterior. Se é assim imaginem um campeonato brasileiro de basquete feminino de 16 equipes fortes com Helen, Adrianinha, Alessandra, Erika, Micaela, Kelly,
Iziane(porque não?),Silvia, Karen, Zaine, Catia Cilene, Fernanda, Fernanda Bibiano, Natalinha, Nadia, Katia, Karina Jacob, Silvinha, Claudinha, Isis, Mamá,Grazi,Danila, Palmira, Ariadne, e mais uma meia duzia de estrangeiras de qualidade trazidas com bom salário!
Pergunto: Alguém sabe quanto estas meninas ganham para ficar fora de casa longe da família? Vão pelo salário ou vão para se manter em atividade competitiva?
Não custa sonhar!

Anônimo disse...

Esqueci e levei um puxão de orelha:
Franciele, Clarissa e Izabela, é claro estariam neste grupo

Anônimo disse...

Vamos é trabalhar,trabalhar e muito.Vamos mudar a forma de usar o dinheiro.Quem faz basquete de rendimento nesse país são os clubes e esses estão abandonados.Se as providencias não forem tomadas ai sim a coisa vai ficar muito mais feia do que esta.