A carioca Karina Jacob

Ainda em ascensão, a carioca Karina Jacob vem mostrando que é craque. Aos poucos, a pivô de 24 anos vem conquistando seu espaço na seleção brasileira adulta, patrocinada pela Eletrobrás. Das 14 atletas que compõem a equipe do técnico Paulo Bassul, Karina é a única jogadora nascida na cidade maravilhosa. Longe do Rio de Janeiro desde 2003, a jogadora não perde o sotaque nem o jeitinho carioca. O “r” e o “s” continuam os mesmos. Determinada em tudo na vida, Karina é bem calma e tranquila quando está longe das quadras. Mas quando está no garrafão, seja no treino ou no jogo, a pivô é outra pessoa.

 

— Sou bem quieta, estou sempre na minha. Não sou de falar muito também, eu brinco mais com quem eu tenho intimidade. Mas dentro de quadra, sou outra pessoa. Sou bastante explosiva. A gente sempre tem que ter determinação na vida e lutar por tudo que o quer. Durante os treinos, quero ir bem, melhorar sempre, me superar a cada dia. Nas partidas, quero ajudar meu time a ganhar. Por isso, não desisto nunca. Jogo com muita garra e brigo mesmo por todas as bolas.

 

A seleção está se preparando para a Copa América / Pré-Mundial, que será realizado na cidade brasileira de Cuiabá, de 23 a 27 de setembro. A competição garante três equipes no Campeonato Mundial da República Tcheca em 2010. A expectativa para ficar entre as doze é grande. Acostumada a ginásios lotados como os de Catanduva, Americana e Ourinhos, Karina quer ver a torcida brasileira toda junta em ação.

 

— Estou me dedicando aos treinamentos porque quero muito ficar no grupo. Defender o Brasil no meu país, diante da torcida brasileira, dos amigos e familiares, será um momento inesquecível na minha carreira e vou lutar para poder vivenciá-lo. Nós temos um grupo muito bom, com atletas de várias idades. Temos a Nádia com 20 anos e Alessandra e Helen com 35. Os treinos estão fortes, evolui bastante desde o dia em que me apresentei e espero continuar melhorando para garantir meu lugar na equipe que vai para Cuiabá.

 

O garrafão brasileiro conta com a experiência da pivô Alessandra Oliveira. Dividir a quadra com a pivô de 35 anos está sendo uma ótima experiência para Karina.

 

— Nunca imaginei que um dia eu ia treinar com a Alessandra. Ela é uma jogadora com muita bagagem internacional, tanto em clubes como em seleção. Ela sempre tem boas dicas, estou aprendendo bastante com ela. A malícia em algumas jogadas, um contato mais forte na defesa que não seja caracterizado como falta e outras coisas também que ela vai falando e vou acrescentando no meu jogo. Está sendo muito bom conviver com ela dentro e fora da quadra.

 

Durante a preparação, o time fez amistosos contra equipes masculinas das categorias de base. O jogo de contato forte com os meninos está sendo uma boa preparação para enfrentar as seleções femininas da Argentina e Canadá nas partidas antes da Copa América.

 

— É muito bom jogar contra equipes masculinas. Eles correm mais, saltam mais. São partidas que exigem muito da gente e isso vai nos ajudar lá na frente, quando chegar a hora de enfrentar os times femininos. A intensidade diminui e, para nós, vai ficar mais fácil porque vamos estar acostumadas com o ritmo forte.