quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sucessão não resolve problemas do basquete

Falta de comunicação e divergências marcam início de mandato na CBB
Presidente da confederação há dois meses, Carlos Nunes desconhecia a saída do técnico do time masculino depois do Mundial-2010

JOSÉ EDUARDO MARTINS

21b A presidência da Confederação Brasileira de Basquete mudou, porém os problemas ainda são os mesmos dos 12 anos de administração de Gerasime Bozikis, o Grego.
Falta de comunicação, discursos desconexos, divergências com jogadores que atuam no exterior e até ações na Justiça permeiam os dois meses de mandato de Carlos Nunes.
A falta de diálogo ficou clara anteontem, durante a festa do NBB, o Novo Basquete Brasil -primeiro torneio brasileiro organizado pela Liga Nacional de Basquete e com a chancela da confederação brasileira.
Curiosamente, o presidente da entidade se mostrou surpreso com a divulgação da saída do técnico da seleção masculina, o espanhol Moncho Monsalve, depois do Mundial da Turquia, em agosto de 2010.
"Ele [Moncho] não me disse nada ainda em relação a isso. Adotamos uma política diferenciada na confederação. Agora, o presidente é administrativo e não cuida da parte técnica", afirmou Nunes.
"O meu departamento técnico vai avaliar. Gostaria de aproveitar as pratas da casa. Não esse pessoal que já passou pela seleção, mas, nesta linha da renovação, quero trazer, quem sabe, um ex-atleta. Pode ser alguém como Chuí, Oscar, Zanon ou Guerrinha", completou.
O presidente, no entanto, ainda não definiu também quem será o diretor do departamento masculino de basquete. "Procuro um nome, alguém que possa somar ao nosso trabalho com experiência e bagagem", explicou Nunes.
O time de Moncho ainda não está classificado para o Mundial. A seleção tenta uma das quatro vagas na Copa América, que começa em 26 de agosto.
As confusões não estão presentes apenas no masculino. A seleção feminina sofre com os problemas herdados nos últimos anos. Atuando no exterior, a ala Iziane e a pivô Alessandra ainda não sabem se voltam a defender a seleção.
Iziane discutiu com o técnico Paulo Bassul e nem foi à Olimpíada de Pequim-2008. Alessandra tem um processo contra a CBB desde o Mundial-2006, quando lesionou o ombro e descobriu que a entidade mentira sobre a existência de um seguro. A jogadora exige uma indenização de R$ 500 mil.
"No início, a Iziane estava um pouco radical, agora ela está conversando melhor", disse Hortência, diretora do departamento basquete feminino.
"Estou surpreso. A Alessandra foi convocada pela capacidade técnica, pelo que ela é. Nós, desde o início, separamos a pendência judicial da convocação. O feminino é um caso muito especial. É o naipe que temos de cuidar com todo o carinho, até porque é onde temos mais chance de conquistar uma medalha", disse o presidente.
Por mais que Nunes aposte suas fichas na seleção, o descaso ainda predomina nos campeonatos femininos. Enquanto a festa do NBB reunia os principais dirigentes e jogadores do país, o Ourinhos, campeão do Nacional feminino, conquistava o Campeonato Paulista da modalidade no interior do Estado, com somente os torcedores como testemunhas.

Fonte: Folha de São Paulo

3 comentários:

Sta. Ignorância disse...

E bota lenha na fogueira!

Márcio - Ourinhos-SP disse...

Pessoal, boa tarde! Infelizmente, a nível de seleção brasileira, as coisas não estão tão melhores quanto ao nível dos clubes. E a impressão que tenho (é só uma impressão, posso até estar dizendo uma baita besteira) é que cada vez mais o basquete brasileiro (tanto masculino como feminino) vão se resumindo apenas para os clubes. É mais ou menos como acontece no futebol. Quem aí torce pro Brasil hoje como torcia há algumas Copas do Mundo atrás? Hoje pra mim não dá pra chamar o "Time do Dunga" como seleção brasileira. Acredito que o mesmo acontece no basquete. Ou vocês acham que a torcida do Flamengo, do Brasília, dos times masculinos do interior de SP, de Catanduva, de Americana de Santo André e até mesmo de Ourinhos estão preocupados com o que acontece na seleção? A gente dá mais valor nos nossos times locais, mesmo com todos os problemas financeiros e a falta de "craques" ou "estrelas" nas equipes. A bagunça generalizada na CBB já não é de hoje. Já me decepcionei com essa nova direção, e só uma mudança radical (daquelas radicais dignas de X-Games mesmo) vai me fazer mudar de opinião. Esses desmandos e desencontros de comandos e opiniões tem que acabar na CBB. Onde já se viu o presidente não saber o que pensa o técnico da seleção masculina? Na atualidade, informação é a alma do negócio. Acredito que temos que começar a "arrumar a bagunça" de dentro pra fora. Primeiro, criar verdadeiros campeonatos (com mais equipes, reforçadas pelos jogadores e jogadoras que estão lá fora). Daí pra frente (inclusive as seleções) entendo que tudo seja consequência. Um basquete nacional forte leva a seleções fortes, correto? Aí sim deixaremos de torcer para as seleções somente durante uma Olimpíada ou um Mundial. Antes de finalizar: FORA DUNGA! E mais seriedade na CBB!!! Abraço a todos!!!

Anônimo disse...

CURIOSO

O que voces esperavam o Carlos Nunes,alguem viu ele algum dia assistindo um jogo de basquete. Pelo suas declarações ele vai cuidar da parte adminstrativa,e a técnica-O Brunoro,mas ele não entende de Volei?
Bert voce ficou tão contente com a entrada do Pagan e onde anda o Pagan?
E,os amistosos que a Hortencia iria arrumar?
Por enquanto marketing e mais marketing.