quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Blumenau dá adeus à Michelle


O pai Cássio, a mãe Elisabeth e os irmãos Tiago e Marcelo sempre estiveram ao lado dela. E é assim, unidos, que hoje eles se despedem de Michelle Splitter, 19 anos, uma menina que aprendeu cedo a lutar pela vida e deixou de luto não apenas o esporte, mas toda a comunidade blumenauense. Ontem, um dia após o falecimento, em Campinas (SP), o corpo chegou à Capela da Igreja Evangélica Luterana, no Centro, onde será velado até as 9h para, em seguida, ser enterrado no cemitério anexo ao local.

O jogador da Seleção Brasileira Tiago Splitter, de 2m10cm, por alguns instantes se encolheu. Ajudou a carregar o caixão até a capela e chorou ao lado da família e amigos a morte da irmã após uma incansável luta contra a leucemia. O local ficou restrito aos mais íntimos por cerca de meia hora, enquanto uma fila se formava do lado de fora.

O transplante de medula foi mais uma entre tantas tentativas de salvar a jovem, que teve a doença diagnosticada aos 14 anos. Em agosto de 2008, quando ainda procuravam um doador, os pais falaram, em entrevista ao Santa, das dificuldades enfrentadas pela filha e, a exemplo do irmão, jogadora de basquete com passagem pela Seleção.

– A doença é cruel. Temos de colocar nas mãos de Deus – disse, na ocasião, a mãe Elisabeth.

No dia 14 de janeiro, após uma campanha promovida pela família para encontrar um doador, Michelle fez o transplante de medula óssea no Centro Boldrini, em Campinas, referência nacional no tratamento de câncer infantil.

– Infelizmente, ela contraiu uma infecção antes que a nova medula começasse a pegar. Os médicos esperavam que os resultados começassem a aparecer na próxima semana – lamentou a mãe.

Segundo Elisabeth, a atleta passou mal sábado, quando foi diagnosticado um sangramento nos pulmões. Na sequência, outras infecções surgiram, levando-a para a UTI. Ela garantiu que o problema da filha não foi resultado de problemas no transplante, mas dos riscos decorrentes do procedimento, no qual é necessário suprimir todos os glóbulos brancos que defendem o organismo para evitar a rejeição.

– Só posso agradecer aos médicos. Ela não sabia se ia conseguir (sobreviver ao transplante), mas resolveu tentar. Fez o que podia, infelizmente não deu – disse, resignada.

A doença venceu. O pai, Cássio, disse ontem que a luta continua, agora sem a presença de Michelle.

– Meu apelo é para que se invista mais na ciência. Muita gente passa por essa situação – afirmou.

Homenagens

- Ontem, em todos os jogos da rodada da Liga Nacional de Basquete masculino foi respeitado um minuto de silêncio em homenagem à Michelle. No jogo entre Minas e Flamengo, alguns jogadores – companheiros de Tiago na Seleção Brasileira – chegaram às lágrimas.

- No site de relacionamentos Orkut, o perfil da atleta recebeu centenas de recados desde segunda-feira, a maioria mensagens de saudade e apoio. No álbum, de poucas fotos, Michelle resumia o significado da família em uma frase: “fator essencial para força e vontade de viver”. E completava: “o resto deixa que Deus faz”.

Fonte: Jornal de Santa Catarina

Um comentário:

RenanFCCK disse...

TE AMOOOOOOOOOOOOOO DEMAISSSSSSSSSSS MI...vou sentir muito a sua falta...