terça-feira, 21 de outubro de 2008

Êga e Mamá comemoram volta ao Brasil


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O 11º Campeonato Nacional de Basquete Feminino (CNBF 2008) deu ao público brasileiro um presente para lá de especial: o retorno de grandes atletas ao país. Duas delas, as pivôs Êga e Mamá, estão de volta à terrinha para ajudar a equipe de Ourinhos a conquistar o pentacampeonato inédito da competição, depois de um bom tempo na Europa. Êga vem de uma boa temporada no Zaragoza, da Espanha, enquanto Mamá retorna da Itália, onde defendeu o Carpenedolo.

Mamá é a atleta que morou por mais tempo fora do Brasil. Em 2000, com apenas 22 anos e recém casada, foi tentar a vida na França, onde viveu por quatro anos seguidos, em Nice e em Mondeville. Depois, foi jogar por seis meses no Madalloni, na Itália, mas voltou ao Brasil por falta de pagamento. Disputou três partidas do Campeonato Paulista de 2006, pelo Ponte Preta, antes de retornar à França, desta vez para o Villeneuve. Depois, mais uma vez na Itália, no Carpenedolo, de onde chegou há um mês.

— Morar fora é uma experiência fantástica, tanto pessoal quanto profissional. Fui para a Europa jovem, gostei muito, principalmente depois que superei a barreira do idioma. Quando aprendi a falar francês e inglês tudo ficou mais fácil, até aprender italiano. Na Europa, a cobrança é grande, mas valeu a pena, pois evolui demais. Morei em cidades lindíssimas na França e na Itália, além de conhecer outros países disputando competições como a Eurocopa e a Eurloliga. Fui a lugares diferentes e belíssimos como Eslováquia, Turquia. São momentos que o basquete me deu e que nunca esquecerei.

Êga iniciou sua jornada européia em 2005 quando, depois de conquistar o vice-campeonato nacional por Americana, foi para o Celta Virgouban, na Espanha. Voltou para o Brasil, defendendo o São Caetano no Campeonato Paulista. Depois de três meses no clube francês Valenciennes, Êga foi novamente para a Espanha, e jogou em três equipes: Porta XI Ensino, Celta de Vigo e Filtros Mann Zaragoza. Para a pivô, de 30 anos, esta última experiência foi especial, pois ficou na equipe durante toda a temporada (sete meses).

— Essa última estada na Espanha foi bem diferente. Quando fui para a França e as duas vezes que joguei na Espanha, era para completar o grupo já nos últimos três meses da temporada. Desta vez, cheguei logo no início. O time tinha acabado de começar a pré-temporada. Foi uma experiência nova e gostosa, em que me senti parte de um todo. Peguei o trabalho do início até o fim. O time era formado por meninas novas, de 19 e 20 anos. No início, era a única estrangeira na equipe. Depois veio mais um reforço e a Franciele chegou no meio da temporada. O objetivo do time era não cair para a segunda divisão e conseguimos alcançar essa meta.

Na hora de fazer as malas e morar longe dos amigos e do país de origem, ter o apoio da família é fundamental. Mamá tem no seu marido, Denis, o seu anjo da guarda.

— A presença do Denis me ajudou demais. Ele foi um apoio sensacional em todos os momentos. A minha mãe tem medo de avião e o meu pai fica fazendo companhia a ela no Paraná. Mas eles me ajudam bastante, orando e torcendo pelo meu sucesso — explica Mamá.

Além de cremes e o famoso feijão preto, Êga carregou para a Espanha seu irmão Júlio César, que foi uma companhia ótima nos últimos sete meses que passou em Zaragoza.

— Ele cuida das minhas coisas, faz minha comida, é um companheirão. Também fiz muitos amigos em Zaragoza e na igreja de lá, o que ocupa boa parte do meu tempo livre. Encontrei muitos brasileiros e minha vida social ficou bastante agitada. A gente fez festa no Natal e no Ano Novo. Não dá para se sentir sozinha em momento algum.

Mesmo vivendo em países diferentes e falando cada uma um idioma, uma palavra estrangeira faz os olhos das duas brilharem: “solde”, em francês para Mamá, e “rebajas” em espanhol para Êga. Significado? Liquidação. É a festa para as duas pivôs.

— As liquidações na Europa são ótimas e eu adoro compras. O número de malas dobra na volta ao Brasil, mas vale a pena. É o nosso grande momento fora das quadras — lembra Êga.

— Qual mulher que não gosta de comprar, ainda mais na época das promoções? Eu amo, o problema é pagar o excesso de bagagem para voltar para casa, mas é uma felicidade enorme — comemora Mamá.

Outro ponto que une as duas atletas é a alegria de estar de volta e defender a forte equipe de Ourinhos. Mamá não esconde a felicidade de jogar em solo brasileiro e conquistar mais um título do Nacional. A pivô foi campeã em 2000, pelo Paraná Basquete.

— Estou muito feliz. O povo brasileiro é diferente mesmo, mais caloroso e simpático. Estou em uma ótima equipe, numa cidade que gosta de basquete e quero muito ser campeã nacional de novo. E o melhor de tudo é estar mais próxima da minha família — disse Mamá.

— Quando sai do Sul, Ourinhos foi meu primeiro clube em São Paulo e tenho muito carinho pela cidade. Aqui tenho uma segunda família. Fico muito honrada em ter jogado em Ourinhos na estréia da equipe no Nacional (2001) e de ter conquistado o título em 2005. Agora vamos lutar pelo pentacampeonato — afirma Êga.

Um comentário:

Anônimo disse...

nossa que sirriso falso