quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Marlene José Bento

A pivô Marlene José Bento recorda com carinho dos 22 anos de sua carreira de jogadora de basquete, 17 dedicados à seleção brasileira. A pivô carioca fez parte, junto com nomes como Maria Helena, Heleninha, Nilza e Norminha, entre outras, de uma vitoriosa geração do basquete do Brasil. Entre suas principais conquistas estão cinco títulos sul-americanos (Peru - 1958, Brasil - 1965, Colômbia - 1967, Chile – 1968 e Equador – 1970), medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México (México – 1955), medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de São Paulo (Brasil - 1963), medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos (Winnipeg-1967 e Cali – 1971), medalha de bronze no Mundial do Brasil (1971). Em 17 anos de seleção brasileira, Marlene participou de sete sul-americanos, cinco Jogos Pan-Americanos e cinco Mundiais. Nascida no Rio de Janeiro, Marlene defendeu clubes tradicionais como Flamengo e Botafogo antes de se mudar para São Caetano do Sul, equipe que defendeu por seis anos até encerrar a carreira como jogadora, sem abandonar a cidade paulista. Professora de Educação Física, Marlene ajudou a solidificar o basquete na região, ensinando em escolinhas de São Caetano e treinando as categorias de base. A cidade retribuiu a dedicação da pivô dando o seu nome ao ginásio Poliesportivo do município. Hoje, aos 68 anos, Marlene, que está aposentada, mora em Niterói (RJ) e fala com carinho do esporte que lhe deu tantas alegrias.



Como começou a jogar basquete?

Comecei com 13 anos, no Rio de Janeiro. Praticava esportes para melhorar a minha saúde, pois tinha bronquite asmática e a atividade física foi recomendada pelo médico. Também ajudava na minha postura, porque muito alta para os padrões da época (1,80m), e vivia curvada para disfarçar. Fazia vôlei e basquete na academia da aeronáutica, pois meu pai era militar. Cheguei a jogar os dois esportes ao mesmo tempo no Botafogo antes de me dedicar apenas ao basquete. Minha família não gostou no começo, porque na época ser atleta não era profissão, principalmente para mulheres. Mas quando viram que eu tinha talento e gostava do esporte, todos me apoiaram bastante.


O que o basquete trouxe para a sua vida?

O esporte me deu oportunidades que nunca teria sem ele. Graças ao basquete, pude fazer minha sonhada Faculdade de Educação Física, em Santos. Quase todo o nosso time estudava lá: eu, Delcy, Elza, Nilza. Me lembro que o Pelé e o Leão cursaram a faculdade na mesma época que eu. Além da universidade, conheci países lindos, convivi com pessoas maravilhosas e ajudei a desenvolver o basquete feminino no Brasil e até no mundo. Depois de vencer o Pan-Americano de 1967, fizemos partidas com a seleção tcheca a convite da FIBA para que avaliasse a inclusão da modalidade na Olimpíada, o que aconteceu em 1976. Isso mostra o prestígio que tínhamos na época, uma equipe técnica e rápida que encantava o público. Tudo isso me ajudou a ser a pessoa que sou hoje e por isso sou eternamente grata ao basquete.


Quais as lembranças do seu tempo na seleção brasileira?

Os 17 anos que servi à seleção foram repletos de grandes emoções. O bicampeonato pan-americano (Winnipeg – 1967 e Cali – 1971) foi inesquecível, assim como a medalha de bronze no Mundial do Brasil, em 1971. Não tínhamos grandes expectativas em relação a público. Lembro muito bem da estréia contra a França. Entramos pelo portão principal e demos de cara com o ginásio lotado, gritando “Brasil, Brasil” e as pessoas querendo nos cumprimentar. Foi uma choradeira. O mundial nos deixou mais conhecidas. Não podíamos sair do hotel por causa do assédio e dávamos muitas entrevistas. Foi o nosso momento de estrela. A nossa conquista foi um grande impulso para divulgação do basquete no país e aumentou demais a procura por escolinhas, principalmente em São Paulo.


E o que achou do Mundial 2006, disputado no Brasil, em setembro?

Acompanhei, torci, vibrei, chorei. A geração atual do basquete feminino é excelente, mantendo o Brasil entre as quatro melhores equipes do planeta. Infelizmente a medalha não veio, mas acho que todas fizeram um trabalho maravilhoso.


Deixe uma mensagem para quem pretende seguir a carreira de atleta.

Lembrem sempre de que esporte é saúde. Pratiquem basquete com responsabilidade, disciplina e dedicação.



BRUSQUE SEDIA BRASILEIRO JUVENIL FEMININO - DIVISÃO ESPECIAL

Começa nesta sexta-feira na Arena Multiuso de Brusque, em Santa Catarina, o 30º Campeonato Brasileiro Juvenil Feminino de Basquete – Divisão Especial. A primeira rodada terá os seguintes jogos: São Paulo x Maranhão (10h), Ceará x Paraná (13h30), Rio de Janeiro x Pernambuco (15h30) e Santa Catarina x Mato Grosso do Sul (20h30). De acordo com o regulamento da competição, na primeira fase, as seleções jogam entre si nos seus respectivos grupos. As duas primeiras colocadas de cada chave se classificam para a fase semifinal, no sistema de cruzamento olímpico: 1º A x 2º B e 1º B x 2º A. Os vencedores decidem o título.

30º BRASILEIRO IJUVENIL FEMININO
Grupo “A”: Ceará, Maranhão, Paraná e São Paulo
Grupo “B”: Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina

1ª Rodada – Sexta-feira (dia 20)
São Paulo x Maranhão (10h), Ceará x Paraná (13h30), Rio de Janeiro x Pernambuco (15h30) e Santa Catarina x Mato Grosso do Sul (20h30)

2ª Rodada – Sábado (dia 21)
Mato Grosso do Sul x Rio de Janeiro (14h), Maranhão x Ceará (16h), Paraná x São Paulo (18h) e Pernambuco x Santa Catarina (20h)

3ª Rodada – Domingo (dia 22)
São Paulo x Ceará (14h), Paraná x Maranhão (16h), Mato Grosso do Sul x Pernambuco (18h) e Santa Catarina x Rio de Janeiro (20h)

Segunda-feira (dia 23)
Disputa do 5º ao 8º lugar
3º A x 4º B (14h) e 4º A x 3º B (16h)
Fase Semifinal
2º A x 1º B (18h) e 1º A x 2º B (20h)

Terça-feira (dia 24)
09h00 – Disputa de 7º e 8º lugar
11h00 – Disputa de 5º e 6º lugar
14h00 – Disputa de 3º e 4º lugar
20h00 – Disputa de 1º e 2º lugar
OBS: Horários de Brasília.


Fonte: CBB


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