No sufoco, Brasil vence a Argentina
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - A seleção brasileira feminina de basquete estreou com sufoco no Campeonato Mundial, nesta terça-feira, no Ibirapuera. Jogando pelo grupo A, o time do técnico Antonio Carlos Barbosa venceu a partida por 71 a 69 (27 a 15 no primeiro tempo). Há 52 anos o Brasil não perde para as argentinas. A última derrota foi no Sul-americano de 1956.
O técnico Antonio Carlos Barbosa reconhece a saia justa. 'Era jogo para a gente vencer com mais facilidade. Jogamos abaixo do nosso normal e não tivemos destaque nem individual nem coletivo'.
As estatísticas da partida comprovam a teoria do treinador. A seleção teve apenas 38,3% de aproveitamento em seus arremessos de dois pontos. 'Tivemos na média de dois o que normalmente é de três', ressalta o técnico. Mas para ele, ainda não há momento para pânico. 'Não precisa se assustar. É um sinal amarelo. Só seria vermelho se estivessemos vindo de maus resultados', diz, relembrando o desempenho nacional nos amistosos de preparação.
Hoje, ele reconhece que fez todas as tentativas para colocar a equipe nos eixos. 'Deixei a Adrianinha em quadra com a Helen jogando de dois. Tentei formação com a Sil de 4 e ela e a Êga no garrafão sem jogadora alta'. Os resultados foram insuficientes para que o Brasil conseguisse um placar mais confortável.
Mas isso não incomoda a ala Janeth, cestinha da equipe com 16 pontos. 'O que vale é que vencemos. Não foi da forma que queríamos, mas vencemos. Não interessa se jogamos bonito ou feio, o importante foi o passo dado'. A Argentina ficou com as duas cestinhas do jogo, Ríos e Vega com 17 pontos cada.
O Brasil volta a jogar nesta quarta-feira, às 15h15, enfrentando a seleção coreana, que estreou com derrota para a Espanha. A Argentina pega as espanholas, às 13 horas.
O jogo - A partida começou lenta e o Brasil demorou para assumir o controle. Apesar de marcar a primeira cesta, as brasileiras chegaram a ficar atrás no marcador (4 a 3). Foi o sinal de alerta para o time verde-amarelo começar a se impôr. Duas cestas de três consecutivas, a primeira com a pivô Êga, estabeleceu a vantagem e o time não saiu mais da liderança. Faltando dois minutos já tinha o dobro de pontos das adversárias (22 a 11), mantendo o ritmo até o final com 27 a 15.
O segundo quarto começou com Barbosa mexendo no grupo. Tirou Helen, Janeth e Alessandra para a entrada de Adrianinha, Micaela e Kelly. A seleção sentiu a diferença e demorou quase três minutos para marcar seus primeiros dois pontos, em cobrança de lance livre. Enquanto isso, a Argentina tentava escapar do prejuízo e foi a responsável pelos primeiros quatro pontos marcados na parcial.
Mais animadas, as argentinas foi se aproximando aos poucos. Depois de colocar Karen no lugar de Iziane e de ver a Argentina chegar a 27 a 33, o técnico Barbosa pediu tempo para tentar acertar o grupo. Pouca diferença. Mesmo com a entrada de Cíntia, o Brasil seguia com dificuldades e no ataque, as bolas caíam certo a conta-gotas. Em oito minutos, apenas 26 pontos marcados pelos dois times com as donas da casa liderando por 38 a 30.
A torcida pedia defesa e nada parecia funcionar como o combinado em quadra. Barbosa achou melhor recolocar Janeth em quadra para os últimos 22 segundos. Ela converteu um lance livre, antes que a Argentina marcasse a última cesta do período, fechado em 40 a 32 para as brasileiras.
Depois do intervalo, o Brasil voltou com seu time titular. Mas as argentinas já tinham tomado gosto pela partida e a situação continuou complicada. Barbosa tentou de tudo um pouco: tirou Êga para a entrada de Cíntia, voltou com sua titular, deixou duas armadoras em quadra. Mas a produtividade seguia baixa e faltando 2min53 para o final do quarto o placar acusava 48 a 38. Pontuação que permaneceu inalterada durante mais de dois minutos.
A argentina conseguiu reduzir a diferença para seis pontos (50 a 44) e novamente uma bola de três salvadora, desta vez de Adrianinha, deixou a situação menos incômoda para as mandantes. Alessandra teve quatro lances livres, só converteu um e o Brasil fechou com 54 a 44.
Na parcial decisiva, o aperto voltou. Barbosa cobrava defesa das pivôs e a Argentina encostava com 54 a 52 e até Silvinha, única que não tivera chance em quadra até o momento, foi acionada. A argentina empatou e a torcida tentou empurrar com palmas e batucada. Alessandra reconduziu o time à liderança após um rebote.
A Argentina empatou novamente e foi a vez de Janeth acertar de três (59 a 56). A veterana decidiu chamar o jogo. Nos últimos dois minutos fez cesta, deu assistência, saiu de armadora, mas a situação seguia complicada. Uma cesta de três de cesta e a Argentina voltou a cutucar com 65 a 64. Uma cesta de três de Vega e a Argentina empatou (67). Na falta de Chesta em Janeth, a ala converteu os dois lances. Rios empatou e com 4s3 Helen fez a cesta redentora.
Para Helen, Deus ajudou na última cesta
São Paulo (SP) - Autora da cesta de dois pontos que deu a vitória ao Brasil sobre a Argentina na estréia do Mundial feminino de Basquete, a armadora Helen Luz admitiu que teve um pouco de sorte no lance. “Foi Deus que ajudou a colocar aquela bola”, comentou a atleta, logo após o término do duelo.
A jogadora ainda explicou o porquê tentou o arremesso naquele momento, já que o Brasil tinha tempo suficiente para manter a posse de bola até o final da partida sem correr o risco de tomar uma virada da Argentina, que inclusive desperdiçou um contra-ataque no último segundo. “Ouvi o pessoal no banco gritar ‘chuta’ e nem olhei o quanto faltava”, afirmou.
Ela também brincou com a dramaticidade do duelo. “Foi um grande teste para os cardíacos. Quero parabenizar a Argentina, mas isso também nos dá uma chamada de atenção. Temos que aprender. No Mundial, o importante é a vitória e espero que a gente entre em quadra bem melhor amanhã”, analisou.
Jogadora mais experiente do time, Janeth também acredita que o Brasil vai entrar mais atento em quadra a partir de agora. “Estou triste pelo nosso desempenho, mas por outro lado, feliz porque sei que um time tão bom quanto o Brasil não joga duas vezes seguidas desta forma”, garante.
O Brasil não faz outro jogo assim, garante Janeth
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - A seleção brasileira feminina de basquete deixou a quadra no ginásio do Ibirapuera após a vitória sobre a Argentina com o sinal de alerta ligado. Depois do suadouro, a ala Janeth prometeu: não fazemos dois jogos deste. Para ela, a equipe atuou de maneira desatenta no trabalho defensivo e ainda teve pouco aproveitamento no ataque.
'Estivemos desatentas na parte defensiva e no ataque a bola não estava caindo', analisa, com eco do técnico Antônio Carlos Barbosa. 'Não vamos jogar duas vezes deste jeito', promete. Esta tarde, Janeth considera que a seleção acabou perdendo sua característica. 'Este não é o jogo do Brasil. Deixamos elas gostarem do jogo'.
A vitória brasileira foi garantida com um arremesso de Helen a 4s3 do final, mas a reação brasileira no marcador após o primeiro empate argentino veio das mãos de Janeth, que nasceu para o jogo na última parcial. Cestinha da equipe com 16 pontos, ela chamou a responsabilidade para si quando a situação ficou complicada.
Apesar disso, ela reconhece que o grupo ficou abaixo do esperado. 'Meu desempenho foi como o de toda seleção: não foi bom. Mas tem um momento que você pega mais confiança e vai decidir. Demos sorte da Helen acertar aquela bola no final e de elas errarem a bandeja'.
Para Iziane, pesou o nervosismo e excesso de confiança
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - A ala Iziane acha que dois fatores foram decisivos para a apresentação fraca da seleção brasileira feminina de basquete em sua estréia no Campeonato Mundial nesta terça-feira: o nervosismo da estréia e o excesso de confiança. 'O time delas é inferior a nós? É, mas temos que jogar duro sempre, sem subestimar nossos adversários. Hoje, não entramos com esta mentalidade', confessou enquanto deixava a quadra.
Quanto a estréia, ela acredita que toda a seleção esteve abaixo das expectativas. 'Não tivemos um bom dia hoje. O nervosismo da estréia nos afetou. Tive uma apresentação média e acho que posso melhorar', avalia. Contra a Argentina, a jogadora que atua no Seattle Storm da WNBA marcou 12 pontos e pegou três rebotes.
O técnico Antonio Carlos Barbosa também acredita que o grupo sentiu a pressão de se apresentar frente à torcida no Ibirapuera, que não lotou e teve público médio de mil pessoas durante o confronto da seleção. 'O time ficava preocupado. Mesmo sendo jogadoras experientes pesa jogar um Mundial em casa', explica, lembrando que a última apresentação da seleção em um torneio importante na capital paulista foi em 1997, disputando a Copa América. Pelo registro de jogadoras da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), do time que entrou em quadra nesta tarde apenas as pivôs Kelly e Alessandra atuaram na Copa.
Além do nervosismo, o técnico Barbosa lembra um outro elemento que pode ter afetado a equipe nacional na estréia: o horário do jogo. 'É o horário normalmente de descanso', lembra. Mas na partida desta quarta contra a Coréia ele acredita que o grupo não terá mais esta dificuldade. 'Vamos estar mais adaptados', aposta.
Desempenho contra o Brasil dá ânimo novo à Argentina
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - No último treino antes da estréia no Campeonato Mundial feminino de basquete, o técnico da seleção argentina Eduardo Pinto dizia que seu time faria a Coréia seria o adversário decisivo para que o grupo chegasse à segunda fase. Mas nesta terça-feira, o susto dado na equipe brasileira serviu como um banho de estímulo para a equipe sul-americana.
Com apenas dois pontos no marcador final contra o Brasil, a Argentina passou a acreditar mais em suas chances. 'Isso nos motiva mais para buscar a vitória amanhã', diz a ala Ríos, cestinha da partida ao lado da compatriota Vega com 17 pontos. 'Jogando assim temos uma esperança maior. Estou muito contente porque coloquei muita gana, muito coração', completa, lembrando que a medida que o jogo seguia a confiança do time aumentava. 'Acreditamos até o final'.
Responsável pelo comando da equipe há 15 anos, o técnico Eduardo Pinto também ficou satisfeito com a apresentação de seu grupo. 'Foi um jogo muito bom. Sentimos a pressão que poderíamos vencer no terceiro quarto, quando marcamos zona e elas se complicaram muito'.
Se o nível do jogo deixou-o contente, ele reconheceu que o resultado foi um pouco frustrante. 'Nos sentimos mal porque sabíamos que poderíamos vencer', lamenta.
O técnico da seleção brasileira, Antonio Carlos Barbosa, concorda em parte. 'Eles não nos surpreenderam com a defesa por zona. Treinamos isso de manhã. O que aconteceu foi que não tivemos equilíbrio. Se a defesa tivesse ido mal, mas conseguíssemos marcar 80 pontos não haveria problema'.
Apesar das falhas brasileiras, Barbosa elogiou a performance adversária. 'A Argentina vem melhorando muito e não é o time que estávamos acostumados a ver. Elas não têm nada a perder e de repente encaixa o jogo. A Argentina jogou o jogo da vida dela'.
Fonte: Gazeta Esportiva
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - A seleção brasileira feminina de basquete estreou com sufoco no Campeonato Mundial, nesta terça-feira, no Ibirapuera. Jogando pelo grupo A, o time do técnico Antonio Carlos Barbosa venceu a partida por 71 a 69 (27 a 15 no primeiro tempo). Há 52 anos o Brasil não perde para as argentinas. A última derrota foi no Sul-americano de 1956.
O técnico Antonio Carlos Barbosa reconhece a saia justa. 'Era jogo para a gente vencer com mais facilidade. Jogamos abaixo do nosso normal e não tivemos destaque nem individual nem coletivo'.
As estatísticas da partida comprovam a teoria do treinador. A seleção teve apenas 38,3% de aproveitamento em seus arremessos de dois pontos. 'Tivemos na média de dois o que normalmente é de três', ressalta o técnico. Mas para ele, ainda não há momento para pânico. 'Não precisa se assustar. É um sinal amarelo. Só seria vermelho se estivessemos vindo de maus resultados', diz, relembrando o desempenho nacional nos amistosos de preparação.
Hoje, ele reconhece que fez todas as tentativas para colocar a equipe nos eixos. 'Deixei a Adrianinha em quadra com a Helen jogando de dois. Tentei formação com a Sil de 4 e ela e a Êga no garrafão sem jogadora alta'. Os resultados foram insuficientes para que o Brasil conseguisse um placar mais confortável.
Mas isso não incomoda a ala Janeth, cestinha da equipe com 16 pontos. 'O que vale é que vencemos. Não foi da forma que queríamos, mas vencemos. Não interessa se jogamos bonito ou feio, o importante foi o passo dado'. A Argentina ficou com as duas cestinhas do jogo, Ríos e Vega com 17 pontos cada.
O Brasil volta a jogar nesta quarta-feira, às 15h15, enfrentando a seleção coreana, que estreou com derrota para a Espanha. A Argentina pega as espanholas, às 13 horas.
O jogo - A partida começou lenta e o Brasil demorou para assumir o controle. Apesar de marcar a primeira cesta, as brasileiras chegaram a ficar atrás no marcador (4 a 3). Foi o sinal de alerta para o time verde-amarelo começar a se impôr. Duas cestas de três consecutivas, a primeira com a pivô Êga, estabeleceu a vantagem e o time não saiu mais da liderança. Faltando dois minutos já tinha o dobro de pontos das adversárias (22 a 11), mantendo o ritmo até o final com 27 a 15.
O segundo quarto começou com Barbosa mexendo no grupo. Tirou Helen, Janeth e Alessandra para a entrada de Adrianinha, Micaela e Kelly. A seleção sentiu a diferença e demorou quase três minutos para marcar seus primeiros dois pontos, em cobrança de lance livre. Enquanto isso, a Argentina tentava escapar do prejuízo e foi a responsável pelos primeiros quatro pontos marcados na parcial.
Mais animadas, as argentinas foi se aproximando aos poucos. Depois de colocar Karen no lugar de Iziane e de ver a Argentina chegar a 27 a 33, o técnico Barbosa pediu tempo para tentar acertar o grupo. Pouca diferença. Mesmo com a entrada de Cíntia, o Brasil seguia com dificuldades e no ataque, as bolas caíam certo a conta-gotas. Em oito minutos, apenas 26 pontos marcados pelos dois times com as donas da casa liderando por 38 a 30.
A torcida pedia defesa e nada parecia funcionar como o combinado em quadra. Barbosa achou melhor recolocar Janeth em quadra para os últimos 22 segundos. Ela converteu um lance livre, antes que a Argentina marcasse a última cesta do período, fechado em 40 a 32 para as brasileiras.
Depois do intervalo, o Brasil voltou com seu time titular. Mas as argentinas já tinham tomado gosto pela partida e a situação continuou complicada. Barbosa tentou de tudo um pouco: tirou Êga para a entrada de Cíntia, voltou com sua titular, deixou duas armadoras em quadra. Mas a produtividade seguia baixa e faltando 2min53 para o final do quarto o placar acusava 48 a 38. Pontuação que permaneceu inalterada durante mais de dois minutos.
A argentina conseguiu reduzir a diferença para seis pontos (50 a 44) e novamente uma bola de três salvadora, desta vez de Adrianinha, deixou a situação menos incômoda para as mandantes. Alessandra teve quatro lances livres, só converteu um e o Brasil fechou com 54 a 44.
Na parcial decisiva, o aperto voltou. Barbosa cobrava defesa das pivôs e a Argentina encostava com 54 a 52 e até Silvinha, única que não tivera chance em quadra até o momento, foi acionada. A argentina empatou e a torcida tentou empurrar com palmas e batucada. Alessandra reconduziu o time à liderança após um rebote.
A Argentina empatou novamente e foi a vez de Janeth acertar de três (59 a 56). A veterana decidiu chamar o jogo. Nos últimos dois minutos fez cesta, deu assistência, saiu de armadora, mas a situação seguia complicada. Uma cesta de três de cesta e a Argentina voltou a cutucar com 65 a 64. Uma cesta de três de Vega e a Argentina empatou (67). Na falta de Chesta em Janeth, a ala converteu os dois lances. Rios empatou e com 4s3 Helen fez a cesta redentora.
Para Helen, Deus ajudou na última cesta
São Paulo (SP) - Autora da cesta de dois pontos que deu a vitória ao Brasil sobre a Argentina na estréia do Mundial feminino de Basquete, a armadora Helen Luz admitiu que teve um pouco de sorte no lance. “Foi Deus que ajudou a colocar aquela bola”, comentou a atleta, logo após o término do duelo.
A jogadora ainda explicou o porquê tentou o arremesso naquele momento, já que o Brasil tinha tempo suficiente para manter a posse de bola até o final da partida sem correr o risco de tomar uma virada da Argentina, que inclusive desperdiçou um contra-ataque no último segundo. “Ouvi o pessoal no banco gritar ‘chuta’ e nem olhei o quanto faltava”, afirmou.
Ela também brincou com a dramaticidade do duelo. “Foi um grande teste para os cardíacos. Quero parabenizar a Argentina, mas isso também nos dá uma chamada de atenção. Temos que aprender. No Mundial, o importante é a vitória e espero que a gente entre em quadra bem melhor amanhã”, analisou.
Jogadora mais experiente do time, Janeth também acredita que o Brasil vai entrar mais atento em quadra a partir de agora. “Estou triste pelo nosso desempenho, mas por outro lado, feliz porque sei que um time tão bom quanto o Brasil não joga duas vezes seguidas desta forma”, garante.
O Brasil não faz outro jogo assim, garante Janeth
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - A seleção brasileira feminina de basquete deixou a quadra no ginásio do Ibirapuera após a vitória sobre a Argentina com o sinal de alerta ligado. Depois do suadouro, a ala Janeth prometeu: não fazemos dois jogos deste. Para ela, a equipe atuou de maneira desatenta no trabalho defensivo e ainda teve pouco aproveitamento no ataque.
'Estivemos desatentas na parte defensiva e no ataque a bola não estava caindo', analisa, com eco do técnico Antônio Carlos Barbosa. 'Não vamos jogar duas vezes deste jeito', promete. Esta tarde, Janeth considera que a seleção acabou perdendo sua característica. 'Este não é o jogo do Brasil. Deixamos elas gostarem do jogo'.
A vitória brasileira foi garantida com um arremesso de Helen a 4s3 do final, mas a reação brasileira no marcador após o primeiro empate argentino veio das mãos de Janeth, que nasceu para o jogo na última parcial. Cestinha da equipe com 16 pontos, ela chamou a responsabilidade para si quando a situação ficou complicada.
Apesar disso, ela reconhece que o grupo ficou abaixo do esperado. 'Meu desempenho foi como o de toda seleção: não foi bom. Mas tem um momento que você pega mais confiança e vai decidir. Demos sorte da Helen acertar aquela bola no final e de elas errarem a bandeja'.
Para Iziane, pesou o nervosismo e excesso de confiança
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - A ala Iziane acha que dois fatores foram decisivos para a apresentação fraca da seleção brasileira feminina de basquete em sua estréia no Campeonato Mundial nesta terça-feira: o nervosismo da estréia e o excesso de confiança. 'O time delas é inferior a nós? É, mas temos que jogar duro sempre, sem subestimar nossos adversários. Hoje, não entramos com esta mentalidade', confessou enquanto deixava a quadra.
Quanto a estréia, ela acredita que toda a seleção esteve abaixo das expectativas. 'Não tivemos um bom dia hoje. O nervosismo da estréia nos afetou. Tive uma apresentação média e acho que posso melhorar', avalia. Contra a Argentina, a jogadora que atua no Seattle Storm da WNBA marcou 12 pontos e pegou três rebotes.
O técnico Antonio Carlos Barbosa também acredita que o grupo sentiu a pressão de se apresentar frente à torcida no Ibirapuera, que não lotou e teve público médio de mil pessoas durante o confronto da seleção. 'O time ficava preocupado. Mesmo sendo jogadoras experientes pesa jogar um Mundial em casa', explica, lembrando que a última apresentação da seleção em um torneio importante na capital paulista foi em 1997, disputando a Copa América. Pelo registro de jogadoras da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), do time que entrou em quadra nesta tarde apenas as pivôs Kelly e Alessandra atuaram na Copa.
Além do nervosismo, o técnico Barbosa lembra um outro elemento que pode ter afetado a equipe nacional na estréia: o horário do jogo. 'É o horário normalmente de descanso', lembra. Mas na partida desta quarta contra a Coréia ele acredita que o grupo não terá mais esta dificuldade. 'Vamos estar mais adaptados', aposta.
Desempenho contra o Brasil dá ânimo novo à Argentina
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - No último treino antes da estréia no Campeonato Mundial feminino de basquete, o técnico da seleção argentina Eduardo Pinto dizia que seu time faria a Coréia seria o adversário decisivo para que o grupo chegasse à segunda fase. Mas nesta terça-feira, o susto dado na equipe brasileira serviu como um banho de estímulo para a equipe sul-americana.
Com apenas dois pontos no marcador final contra o Brasil, a Argentina passou a acreditar mais em suas chances. 'Isso nos motiva mais para buscar a vitória amanhã', diz a ala Ríos, cestinha da partida ao lado da compatriota Vega com 17 pontos. 'Jogando assim temos uma esperança maior. Estou muito contente porque coloquei muita gana, muito coração', completa, lembrando que a medida que o jogo seguia a confiança do time aumentava. 'Acreditamos até o final'.
Responsável pelo comando da equipe há 15 anos, o técnico Eduardo Pinto também ficou satisfeito com a apresentação de seu grupo. 'Foi um jogo muito bom. Sentimos a pressão que poderíamos vencer no terceiro quarto, quando marcamos zona e elas se complicaram muito'.
Se o nível do jogo deixou-o contente, ele reconheceu que o resultado foi um pouco frustrante. 'Nos sentimos mal porque sabíamos que poderíamos vencer', lamenta.
O técnico da seleção brasileira, Antonio Carlos Barbosa, concorda em parte. 'Eles não nos surpreenderam com a defesa por zona. Treinamos isso de manhã. O que aconteceu foi que não tivemos equilíbrio. Se a defesa tivesse ido mal, mas conseguíssemos marcar 80 pontos não haveria problema'.
Apesar das falhas brasileiras, Barbosa elogiou a performance adversária. 'A Argentina vem melhorando muito e não é o time que estávamos acostumados a ver. Elas não têm nada a perder e de repente encaixa o jogo. A Argentina jogou o jogo da vida dela'.
Fonte: Gazeta Esportiva
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