sábado, 26 de agosto de 2006

Para Oscar, culpa do fracasso do basquete é da CBB

Agencia Estado


Derrotada pela Lituânia (79 a 74) em Hamamatsu, a Seleção Brasileira Masculina de Basquete foi eliminada do Mundial do Japão. Agora, procuram-se as razões para o fiasco daquela que foi considerada a melhor geração dos últimos 20 anos. Culpa da comissão técnica? Os jogadores "amarelaram"? Para Oscar Schmidt, existe apenas um motivo para o fracasso: "a má administração da Confederação Brasileira de Basquete."

Ex-jogador e atual presidente da Nossa Liga de Basquete, Oscar mostrou-se chateado e revoltado. "Essa situação não vem de hoje. É culpa da administração incompetente da CBB, que não tem de cuidar dos campeonatos. Quando eu, a Paula e a Hortência nos colocamos à disposição do basquete para criarmos uma liga independente, nos ignoraram. A CBB acha que sabe tudo e não sabe nada. Estamos muito abaixo do básico da organização que o basquete precisa ter."

Oscar ressaltou: "Todos os países para os quais o Brasil perdeu têm suas ligas. A CBB não teria de ajudar a organizar campeonatos. O Brasil deveria ter sua liga há tempos. Desde 1992 as coisas pioram. Só conseguimos nos classificar para a Olimpíada de Atlanta/96 porque o Ary Vidal (técnico) tinha voltado a comandar a Seleção e optou por chamar os jogadores experientes."

Para Oscar, os jogadores brasileiros e o técnico Lula Ferreira não tiveram culpa no fracasso no Japão. "Nada disso. Coitados deles. Nós temos de tirar o chapéu para o Leandrinho. Ele jogou toda a temporada da NBA e teve coragem de vir jogar pelo Brasil, assim como os outros que estavam na Europa. Todo mundo ficou sem férias e foi para o Mundial. A culpa é sempre do chefe. E o chefe é a CBB", critica. "Por que você acha que o Nenê e o Baby não foram jogar pelo Brasil? Iam perder férias para entrar nessa fria? Claro que não."

As críticas não param por aí: "E eu achava que já tínhamos atingido o fundo do poço. Hoje o Brasil ganha o quê? Sul-Americano, Pan-Americano, que não valem mais nada. É só lembrar de 2003, quando ganhou em São Domingos e logo depois, no Pré-Olímpico de Porto Rico, ficou em sétimo."

Oscar ainda chamou a CBB de "virtual". "A CBB gosta de ser virtual. O tribunal desportivo deles era virtual. O Campeonato Nacional não acabou. Portanto, é virtual. A Comissão Executiva que formaram agora não tem endereço, não tem CNPJ,nada. É virtual. No Mundial, a nossa classificação é virtual. Quase não existe."

Sobre a NLB, que abriu inscrições para a segunda edição de seu campeonato, Oscar admitiu que não tem mais tanta vontade de seguir na presidência. "No dia 30 vamos ter mais uma assembléia. Muita gente fala que é a Liga do Oscar e não é. Tem gente que fala que sou brigão e não sei ser político, e pode ser verdade. Então eu peço aos clubes que votem para eu sair. Assim, eles não vão precisar conviver comigo. Eu só quero que a liga dê certo. Se precisarem que eu saia, eu saio", frisou.


Fonte: A Tarde

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