quinta-feira, 27 de abril de 2006

Estrela no Hall da Fama, Paula não crê em mágica

Kati Dias
Do Diário do Grande ABC

A exemplo da ex-companheira Hortência, Magic Paula será eternizada no Hall da Fama do Basquete Feminino. A ex-jogadora viaja hoje para os Estados Unidos, onde acontecerá o evento na sexta-feira. Paula não conseguiu esconder a emoção de ver o trabalho em prol da modalidade ser reconhecido mundialmente. Porém, deixou aflorar a preocupação com o futuro do esporte. A jogadora não sabe quem poderá substituir a ala Janeth Arcain como a nova rainha do basquete. “Não vejo ninguém no lugar dela e isso é muito sério. Para assumir o posto, a candidata deve ter muita competência”, declarou.

De acordo com a ex-atleta, a falta de ídolos é fruto da exportação prematura de talentos. “Tudo isso é resultado da má administração. Os dirigentes deveriam ter aproveitado o período das vacas gordas, especialmente quando o Brasil foi campeão mundial. Infelizmente isso não aconteceu. Por isso, muitas jogadoras tiveram de deixar o país em busca de melhores condições de trabalho”, afirmou Paula.

Para ela, o próximo atleta a ser homenageado no Hall da Fama será Oscar Schmidt. “É muito importante que outros brasileiros sejam reconhecidos. Tenho certeza de que o Oscar logo estará lá”, disse Paula. Para ser indicado, o ex-jogador deverá ter abandonado as quadras há mais de cinco anos.

Paula, que foi campeã mundial com a Seleção Brasileira em 1994, na Austrália, confidenciou que já sabia da indicação desde maio de 2005. “Foi difícil guardar este segredo. Soube por alguns amigos que seria homenageada, mas não podia falar, já que são os organizadores do Hall da Fama que fazem o anúncio oficial”, disse Paula. “Fiquei muito feliz, mas tive de comemorar sozinha. É bom ser homenageada enquanto está viva”, completou.

Glória – As principais conquistas de Maria Paula Gonçalves da Silva pela Seleção Brasileira são o pentacampeonato sul-americano, o título pan-americano de 1991, o mundial de 1994 e a prata na Olimpíada de Atlanta (EUA), em 1996. A ex-jogadora deixou a seleção em 1997 e as quadras em 2000. Sua eficácia nos arremessos de três pontos e nas assistências lhe conferiram o título de mágica do basquete, daí o apelido de Magic Paula.

Fonte: Diário do Grande ABC

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