terça-feira, 21 de março de 2006

Ponte revive basquete com Maria Helena

Alessandro Lucchetti

Macaca tira técnica da aposentadoria

A Ponte Preta, que marcou época no basquete feminino nos anos 90, vai reativar sua equipe. O clube campineiro resgatou da aposentadoria a técnica daquele time, Maria Helena Cardoso, e sua eterna escudeira, Heleninha, que assumirá o cargo de auxiliar.

Segundo o vice-presidente da Macaca, Emílio Olmos, o contrato com o patrocinador será assinado ainda nesta semana. O dirigente não quis revelar o nome da empresa.

O clube já contratou seis atletas. A mais conhecida é a ala Sílvia Gustavo, a Sil, que foi reserva da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Atenas. Luciana e Patrícia Perandini e Babi (ex-Americana) também integrarão o elenco.

Sil iniciou a carreira na Ponte, na categoria pré-mini, aos dez anos de idade.

A Ponte foi o único clube que conseguiu reunir Paula e Hortência no mesmo time. Com os dois maiores nomes do basquete feminino brasileiro, de 92 a 94, a equipe conquistou, entre outros títulos, o bicampeonato do Mundial não oficial de clubes, o bicampeonato paulista e a Taça Brasil.

Desta vez, a Ponte tem objetivos bem mais modestos. O basquete terá custo zero para o clube. As despesas serão pagas pelo patrocinador, com auxílio da Prefeitura de Campinas.

Trem no trilho

“Como o Campeonato Paulista já vai começar no dia 25, praticamente não havia jogadoras disponíveis no mercado, e nós não vamos desmanchar nenhum time para montar o nosso. Neste primeiro momento, vamos botar o trem no trilho. Depois, no segundo semestre, poderemos reforçar a equipe”, projeta Maria Helena.

A treinadora estava parada desde junho, após ter comandado o Hondarribia, da Espanha, por dois anos. “Na minha cabeça, eu já estava aposentada, mas não no coração. Quando a Ponte colocou a proposta na mesa, foi impossível dizer não”, conta a técnica, que completou ontem 66 anos, dos quais 50 dedicados ao basquete. “O clube sempre nos acolheu muito bem, e a torcida da Ponte é maravilhosa”, completa.

Durante o período em que ficou fora das quadras, Maria Helena continuou acompanhando o basquete. Além de assistir aos jogos da Unimep, em Piracicaba, foi ver partidas da WNBA, nos EUA, em julho, e se mantém informada sobre os campeonatos da Europa.

Olmos diz que a retomada do basquete vem no bojo de um projeto que visa contemplar os esportes olímpicos e as categorias de base do futebol. “Por tudo o que significa na história da Ponte, é claro que o basquete era a nossa prioridade. Queremos resgatar nossas glórias”, afirma o dirigente.


Fonte: Diário de São Paulo

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