segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Oscar deixa barco da NLB afundar

Após um início entusiasmado, com discursos inflamados e juras de amor de ambas as partes, o “casamento” entre clubes e Nossa Liga de Basquete parece estar chegando ao fim. Deverá ser o melancólico desfecho do sonho de Oscar Schimidt, ex-ala da seleção, de comandar a modalidade no País. Mais uma vez, o presidente da CBB (Confederação Brasileira de Basketball), Gerasime Bosikis, o “Grego” abafou, com mão-de-ferro, o “motim”.

No princípio, o movimento lembrava uma revolução. Frases como “estamos cansados da tirania do Grego” e “desta vez, os clubes mostrarão a força que têm” eram vistas em jornais e ouvidas nas rádios de todo o País. Enquanto isso, “Grego” argumentava que não tinha de se preocupar com algo que “não existia”.

Schimidt anunciou que a NLB teria patrocínios milionários e transmissões em canais abertos de televisão. Disse também que todos clubes participariam da partilha quando surgissem os lucros. Contratou um departamento de marketing para cuidar da imagem da entidade e conseguiu uma equipe da USP para elaborar as tabelas do torneio.

Mas, graças ao temperamento e o ego de Schimidt, as coisas começarar a ruir. Primeiro, Ribeirão Preto não quis nem ouvir o que era oferecido, por conta da ligação de seu patrocinador com “Grego”; a seguir, foram os clubes mantidos pela Universidade Salgado de Oliveira, Universo-DF, Universo-GO e Uberlândia.

Depois, o Minas Tênis também desertou, seguido pelos clubes de Santa Catarina e, ontem, pelo Pinheiros. Assis, Rio Claro e Limeira também estão de saída. Apenas aguardam posição oficial do Franca Basquete.

Ao clube, caberia a direção administrativa, terceiro cargo mais importante na hierarquia da NLB. Mas, pouco depois, voltou atrás: quando foi divulgado o estatuto da Liga, o cargo dado ao clube foi uma cadeira no Conselho Fiscal, uma espécie de quarto escalão.

Enquanto isso, “Grego” se movimentava. Aos poucos, conseguiu juntar simpatizantes e, também com promessas (resta saber se irá cumprí-las), foi desarticulando a Nossa Liga. O Franca Basquete está na mira do mandatário: ofereceu uma das seis cadeiras no Conselho Gestor, recém-criado por ele para fiscalizar e dar transparência a sua administração. O anúncio do desligamento do Franca Basquete pode acontecer na segunda-feira.

O técnico Hélio Rubens Garcia resumiu bem a inoperância de Schimidt. “A CBB cedeu em pontos que os clubes reclamavam. Já a liga, nada ofereceu de concreto”, disse.

Fonte: Comércio de Franca

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