quarta-feira, 31 de agosto de 2005

Seattle, de Iziane, ganha a primeira



O Seattle Storm, de Iziane, deu um grande passo para passar às semifinais da WNBA ao bater o Houston, de Janeth, na abertura dos play-offs. O jogo foi em Houston e o Seattle fez 75 a 67.

As cestinhas foram Lauren Jackson (com uma contusão nas costas, 19 pontos, 13 rebotes) e Betty Lennox (18 pontos), pelo Storm. Iziane jogou 31 minutos, fez 6 pontos, roubou 1 bola, deu 1 assistência, pegou 1 rebote. Foi eliminada com 5 faltas, sinal dos esforços para segurar Sheryl Swoopes (15 pontos). Swoopes perdeu seus primeiros 6 arremessos.

A cestinha do Houston foi Michelle Snow, com 21 pontos.

Janeth atuou por 26 minutos, deixou 2 pontos e 1 rebote.


Seattle de Iziane faz 1 a 0 contra Houston Comets de Janeth nos playoffs da WNBA

do BasketBrasil

No duelo brasileiro na primeira rodada dos playoffs da WNBA, a maranhense de 23 anos Iziane Castro Marques levou a melhor sobre a paulista de 36 anos Janeth Arcain e o campeão Seattle Storm derrotou o Houston Comets em pleno Toyota Center texano por 75 a 67 (33 a 28 no intervalo) e pode fechar a série melhor-de-três jogos em casa nesta quinta-feira, defendendo uma invencibilidade de nove partidas na sua Key Arena para avançar às finais da Conferência Oeste. Em 31 minutos como ala titular, Izzy marcou seis pontos, um rebote, uma assistência e um roubo de bola, mas na defesa limitou a cestinha da temporada Sheryl Swoopes a 15 pontos e quatro assistências, com 12 arremessos errados em 18 tentativas. Em 26 minutos como ala-armadora titular, Janeth fez apenas pontos e pegou um rebote pelo Houston. A ala-pivô australiana Lauren Jackson foi a líder do Seattle com 19 pontos, 13 rebotes e dois tocos, superando as dores nas costas e os 21 pontos e sete rebotes da pivô Michelle Snow. A ala-armadora Betty Lennox, melhor jogadora das finais de 2004, foi decisiva para o Storm marcando 17 de seus 18 pontos no segundo tempo e a armadora campeã olímpica Sue Bird ajudou com 12 pontos e cinco assistências. No Madison Square Garden de Nova York, o vice-líder do Leste Indiana Fever saiu na frente na série batendo o NY Liberty por 63 a 51 (27 a 27 no intervalo) com destaque para os 19 pontos e 12 rebotes da estrela Tamika Catchings. Completando a rodada inicial do mata-mata nesta quarta-feira, os líderes de conferência Connecticut Sun e Sacramento Monarchs enfrentam fora de casa Detroit Shock e Los Angeles Sparks, respectivamente.

No Toyota Center com um público de 5.055 pagantes além de ingressos grátis cedidos a refugiados dos estados de Lousiana, Alabama e Mississipi atingidos pelo furacão Katrina, o Houston nem parecia estar jogando em casa e largou na frente no placar por 2 a 0 com a primeira bandeja da ala-pivô bicampeã olímpica Tina Thompson, o Seattle logo virou para 7 a 2 apenas com pontos de Lauren Jackson, incluindo uma cesta de três. Iziane foi a primeira brazuca a aparecer no jogo com uma assistência para cesta da pivô Janell Burse abrindo 12 a 6 e depois uma infiltração finalizada em bandeja fazendo 14 a 6. O Storm ampliou a vantagem para 23 a 10 com uma bandeja da pivô reserva australiana Suzy Batkovic, mas aí o Houston reagiu reduzindo a desvantagem para cinco pontos graças a Sheryl Swoopes, tricampeã olímpica que antes da partida recebeu o troféu de cestinha da liga. Com dois lances livres de Izzy, o time verde colocou 25 a 18 no placar, mas o Comets voltou a encostar em 27 a 24 com uma bandeja da armadora Dominique Canty. Porém, uma cesta de Sue Bird e quatro lances livres da ala-armadora novata Tanisha Wright recolocaram a diferença em cinco pontos no intervalo.

Lauren Jackson começou bem o segundo tempo e Betty Lennox desencantou na partida para devolverem uma confortável vantagem de 44 a 33 para o Storm, mas o Houston não se entregou, centrou o ataque nas All-Stars Swoopes e Snow e foi buscar a virada para 50 a 48 com uma cesta de três da veterana armadora tricampeã olímpica Dawn Staley faltando 9min21s. O Seattle respondeu com uma série de 12 a 3 que contou com cinco pontos de Lennox, recuperada de uma lesão no pulso. Um lance livre de Batkovic abriu 60 a 53 para as visitantes a 5min32s do fim, quatro cobranças de falta convertidas por Lennox livraram 65 a 57, daí Janeth fez sua única cesta na partida em um arremesso com assistência de Snow, mas Iziane respondeu à altura desse duelo de cestinhas da Seleção Brasileira com mais uma infiltração com bandeja abrindo 67 a 59 faltando 2min45s. O Houston voltou a encostar em 69 a 65 com dois lances livres de Swoopes faltando 1min11s, mas Sue Bird acabou com as esperanças da torcida 24 segundos depois com uma cesta em corrida para dentro do garrafão, daí bastou o Storm administrar a diferença com mais quatro pontos de Lennox e fechar o marcador com oito de frente.

Iziane errou o único arremesso de três que tentou, converteu duas em quatro finalizações para dois pontos e seus dois lances livres, saiu pendurada com cinco faltas pelo empenho defensivo, roubou uma bola de Michelle Snow, mas desperdiçou quatro posses de bola. Janeth acertou um em dois arremessos de quadra, não cobrou lance livre e nem deu assistências, e cometeu duas faltas. Na defesa a veterana brazuca tetracampeã da liga americana entre 1997 e 2000 não pôde com Lennox, que quatro em sete arremessos de quadra sendo um da linha de três mais nove em 10 lances livres, pegou oito rebotes, deu quatro assistências e roubou uma bola. Lauren Jackson converteu três em seis chutes de três, três em sete finalizações para dois pontos e todos os quatro lances livres, além dos 13 rebotes a cestinha e vice-campeã da Olimpíada de Atenas-2004 deu uma assistência e roubou uma bola, Janell Burse a ajudou no garrafão com oito pontos e dois rebotes, um a menos que a armadora Bird.

No lado do Houston, a cestinha Michelle Snow fez seu recorde pessoal de pontuação em playoffs acertando sete em 13 finalizações de dois pontos mais sete em nove lances livres e ainda deu dois passes para cesta. Voltando após a virose estomacal que a tirou do último jogo da temporada regular contra o LA Sparks, a estrela Swoopes não teve uma boa noite nem na defesa e só roubou uma bola. A ala-pivô bicampeã olímpica Tina Thompson foi pior, errando nove em 13 arremessos de quadra e terminando com nove pontos mais cinco rebotes. A armadora Dominique Canty colaborou com oito pontos, sete rebotes e quatro assistências, e a reserva Staley, adquirida numa troca com o lanterna Charlotte Sting, foi o destaque do banco texano com seis pontos e quatro assistências. As equipes voltam a se encontrar na quinta-feira às 23h em mais um duelo das brazucas e de Swoopes e Jackson, as favoritas ao prêmio de melhor jogadora da temporada. O gerente geral do Phoenix Mercury eliminado sábado pelo Storm, Seth Sulka, reconhece a evolução de Iziane, mas não lamenta ter deixado a maranhense sair do time em 2004 e se unir ao rival.

“Admiramos muito o talento e a personalidade dela, mas sua passagem aqui não deu certo, não pudemos encaixá-la em nossa rotação, com mais tempo de quadra no Seattle como titular ela pôde mostrar melhor seu potencial e duplicou suas médias”, admitiu Sulka sobre a disparidade da média de 4,3 pontos de Iziane pelo Phoenix em 2003 comparada com os 8,2 pontos em 26,6 minutos de média em quadra pelo Storm este ano.

“Dependemos demais de Lauren Jackson no primeiro tempo, todo mundo ficou como que vendo-a jogar e esperando. Quando Lauren entra num bom ritmo, tendemos a fazer isso. Sue teve arremessos com boa visão da cesta e não conseguiu converter no primeiro tempo, então Betty teve que assumir mais o jogo. No segundo tempo a encorajamos a continuar agressiva porque sabíamos que a defesa do Houston ia se focar em Lauren, e realmente fez isso. Betty sempre está confiante, é só uma questão de ela saber que tem luz verde pela frente. O mais impressionante do jogo dela na segunda etapa foi sua capacidade de acertar arremessos sem marcação, ir para a linha de lance livre, fazer grandes assistências e ajudar outras companheiras a cobrarem lances livres. Ela definitivamente foi a diferença para nós no segundo tempo. Lauren também foi incrível! Todos vimos que ela foi para o jogo sem estar 100% fisicamente e sentiu desconforto nas costas diversas vezes, mas às vezes quando você está machucada se concentra mais no jogo. Você tem que estar concentrada e não pode pensar na lesão. Esperamos que ela não esteja tão dolorida deste jogo e depois da viagem para Seattle fique ainda melhor para a segunda partida”, analisou a técnica Anne Donovan, de contrato renovado com o Storm como a única treinadora mulher a somar mais de 100 vitórias no basquete profissional dos EUA.

“Nos playoffs, você tem que começar forte especialmente jogando fora de casa, porque vemos o que acontece quando a torcida entra no jogo, o time ganha confiança. Os primeiros cinco minutos são chave. Ver alguém como Lauren se superando, fazendo grandes jogadas e acertando os arremessos foi de grande ajuda, pois todas a seguimos. O jogo de basquete é assim, às vezes as bolas caem, outras vezes não. Eu sei do meu papel nesta equipe e tenho de continuar arremessando quando estiver livre, eventualmente as bolas vão cair. Aceito acertar quatro em 15 qualquer dia desde que me dêem a bola para o arremesso final e meu time saia vencedor. Lauren fez o que as grandes jogadoras fazem. Independentemente do problema, seja lesão ou doença, é preciso dar tudo nos grandes jogos e Lauren fez isso hoje especialmente nos primeiros cinco minutos. Ela ditou o ritmo para nosso time e seguimos sua liderança. Não acho que ela esteja confortável. Dores nas costas afetam muito o jogo, vendo ela se sentar dava para perceber o desconforto. Houve vezes que íamos perguntar a ela se estava tudo bem quando o jogo parava, mas durante a partida ela continuou firme. Os 13 rebotes que ela pegou foram a coisa mais impressionante pela coragem que ela teve de saltar várias vezes, colocar o corpo e ser atingida. Conseguir o que ela fez em quadra foi impressionante. Nunca pensei que ela iria sair da quadra, sabia que isso poderia acontecer por causa da dor, mas por alguma razão isso nunca passou pela minha cabeça”, afirmou Sue Bird, eleita a melhor jogadora da última semana da temporada regular da liga feminina americana.

“Betty foi inacreditável. É disso que precisamos dela em todas as partidas. Quando ela joga assim, não dá para parar nosso time. Eu joguei duro, entrei para vencer e dar 100%. É fácil fazer isso quando não enfrento dupla marcação, mas logo que consegui alguns pontos seguidos a marcação foi dobrada cada vez que eu pegava na bola, daí não fiquei mais livre para pontuar. Foi bom, mas posso melhorar. Minhas costas não estão muito bem. Tomara que possamos vencer a próxima partida e ter um intervalo antes da série final do Oeste. Vamos entrar para dar 100% em quadra não importa o que aconteça, queremos ser campeãs novamente. Quando começamos a jogar só pensamos nisso. Já joguei com dor antes, então não me assusto mais”, declarou Lauren Jackson.

“No primeiro tempo eu estava me concentrando na defesa, essa foi minha mentalidade antes do jogo, ser muito agressiva na marcação. No segundo tempo eu aproveitei as chances que a defesa delas me deixou e consegui acertar meus arremessos. Nosso ataque não é montado sobre sim, mas faço o que for preciso para ajudar Lauren Jackson e Sue Bird. Meu foco principal não é o ataque, mas a agressividade defensiva. Nosso plano de jogo estava focado em marcar Sheryl Swoopes nas alas com a ajuda da ala-armadora e nós (ela e Iziane) fizemos um bom trabalho no setor. Nossa missão defensiva era silenciá-la e dificultar todos os arremessos dela, mas todas sabemos que ela é uma grande jogadora e não pode ser anulada, você só pode tentar conter sua movimentação, dobrar a marcação e utilizar diferentes formas de defesa contra ela. Procurei não pensar na minha lesão. Digo agora que estou 100% pelo simples fato de estarmos nos playoffs jogando pelo bicampeonato. Se eu focar demais minha energia na lesão, isso vai afetar meu jogo”, contou Betty Lennox.

“Nós tivemos alguns momentos frustrantes contra esta equipe e hoje foi outro. Não conseguíamos acertar um arremesso no início. Achei que o grande trio delas foi notável: Lauren, Betty e Sue fizeram um grande trabalho. Sue organizou o time. Quando arremessamos mal assim, fica difícil derrotar uma boa equipe que agora está jogando na sua melhor forma. Não fizemos um bom trabalho na defesa. Achei que Michelle Snow teve outra grande partida. Com 21 pontos e sete rebotes foi muito dominante no garrafão. Agora temos que jogar tudo em Seattle. Nesse formato quando você perde o primeiro jogo em casa, é um peso muito grande, mas não se pode dizer que a virada não seja possível. Se Lauren Jackson estava com dor nas costas, eu não quero vê-la saudável, pois machucada ela marcou 19 pontos e foi dominante nos rebotes. Foi mais uma atuação dominante dela nos rebotes, defesa e pontos”, lamentou o técnico do Houston e da seleção americana, Van Chancellor.

“Não acho que tenhamos conseguido imprimir nosso ritmo de jogo em nenhum momento. Defensivamente não executamos nosso plano de jogo. Agora estamos contra a parede. Temos de ir para Seattle e ganhar duas partidas, mas vamos encarar um jogo por vez. Nosso pensamento é vencer o jogo de quinta-feira e tomara que tenhamos uma terceira partida no sábado. Pessoalmente fiz um jogo horrível. Como equipe, acho que não jogamos à altura de nossas habilidades. Achei que o Storm executou bem as jogadas no ataque e Lauren começou inspirada liderando o time. Quando ela encontra seu ritmo, é difícil pará-la e até diminuir o rtimo dela. Não podemos nos concentrar em tentar parar Lauren e deixar outras jogadoras como Lennox e Bird livres. Sei que em Seattle vou jogar muito melhor que hoje. Foi uma atuação decepcionante não só para mim, mas para o time do Comets, eu desapontei minhas companheiras e vou me recuperar”, admitiu Sheryl Swoopes.

“Acho que temos de encontrar um jeito de fazer as coisas acontecerem quando não conseguimos pontuar, e esse jeito é parar as jogadas do adversário. Temos de achar um modo de parar as tabelas de Sue e Lauren, elas nos deram muitas fintas e acabaram fazendo bandejas demais. Isso é algo que temos alguns dias para corrigir. Se não corrigirmos isso, estaremos eliminadas, então vamos encontrar um jeito de corrigir nossa defesa. Temos noites em que não conseguimos acertar os arremessos e devemos ser capazes de parar o outro time, se fizermos isso uma hora nossas bolas começarão a cair e venceremos o jogo. Temos muitas jogadoras nesta equipe capazes de pontuar, então precisamos nos concentrar na defesa porque quando marcamos bem fica difícil parar nosso ataque. Temos muitas jogadoras neste time capazes de acertar os arremessos e quando nossas veteranas não estão chutando bem, o que a pivô deve fazer é atrair a dupla marcação para dar às companheiras mais arremessos sem marcação. Você tenta ajudar nos bloqueios para abrir espaços para cestas fáceis no garrafão, e quando saem cestas fáceis geralmente o jogo começa a fluir”, explicou a pivô Michelle Snow.

Além dos ingressos grátis para desabrigados que deixaram seus lares antes da chegada devastadora do furacão Katrina à Costa Sudeste dos EUA provocando mais de 110 mortes confirmadas até agora, a direção do Houston arrecadou quase US$ 6 mil ontem para doar em apoio ao fundo de solidariedade às vítimas do desastre natural. O Seattle também está fazendo sua parte apesar de estar no outro extremo do país. A pivô Janell Burse, nascida em Nova Orleans, está arrecadando doações para ajudar na reconstrução de sua cidade, que está submersa pelas enchentes provocadas pelo Katrina. A fundação Storm & Seattle SuperSonics se aliou à Igreja Batista da Franklin Avenue para socorrer as vítimas com doações.

“Minha comunidade de Nova Orleans está passando por uma tremenda necessidade e agradeço verdadeiramente o apoio da família Storm/Sonics neste momento tão difícil para o povo da cidade. Agradeço o esforço da equipe na arrecadação para doações e pela compaixão pelas vítimas do furacão Katrina, tenho certeza de que nossos torcedores em Seattle e ao redor do país vão ajudar nessa causa”, pediu Burse.

Em Nova York, uma cesta de três da ala-armadora Tully Bevilaqua faltando 1min33s fechou uma série de 14 a 2 que deu ao vice-líder Indiana Fever a vitória de virada por 63 a 51 sobre o New York Liberty. Com 14 pontos de Tully e 19 da ala-pivô campeã olímpica Tamika Catchings, o time de Indianápolis fez 1 a 0 na série melhor-de-três e agora faz duas partidas em casa tentando sua primeira classificação aos playoffs finais da Conferência Leste. O Fever tirou uma desvantagem de nove pontos no primeiro tempo buscando o empate no intervalo, abriu 10 de frente na segunda etapa, mas o Liberty reagiu com uma série de 16 a 6 empatando o jogo por 49 a 49 a 3min22s do fim com uma cesta de três da ala-pivô russa Elena Baranova. Deanna Jackson e Catchings fizeram dois lances livres cada recolocando o Indiana à frente e Bevilaqua decidiu com a bola de três, depois restou sustentar a vantagem com uma forte defesa. A ala Vickie Johnson comandou a equipe nova-iorquina com 17 pontos, mas teve pouca ajuda, a armadora All-Star Becky Hammon foi limitada a nove pontos e uma assistência, e a pivô belga Ann Wauters está machucada, não joga mais este ano. Os times voltam a se enfrentar amanhã às 21h. Fechando a primeira rodada do mata-mata, o Detroit Shock (16V-18D) recebe o líder do Leste Connecticut Sun (26V-8D) às 21h e o LA Sparks (17V-17D) encara o líder do Oeste Sacramento Monarchs (25V-9D) às 23h30min.

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