Feminino abre Nacional com bola infantil
ADALBERTO LEISTER FILHO
A bola sobe ao alto hoje, para dar início ao 7º Nacional feminino no centro de uma polêmica. Os times reclamam de ter que disputar o torneio com um equipamento cujas medidas fogem das oficiais, estabelecidas pela Federação Internacional de Basquete.
Oito equipes participam do campeonato, que terá três partidas hoje: Rio das Ostras x Juiz de Fora, São Caetano x Ourinhos e Uberaba x Santo André. Americana e São Paulo-Guaru estréiam somente no decorrer da semana.
Visando dar maior dinamismo aos jogos entre mulheres, a Fiba aprovou, em novembro de 2003, alterações na dimensão da bola, tornando-a diferente da utilizada no masculino. As novas medidas entraram em vigor, para os campeonatos com chancela da entidade, a partir de 1º de outubro.
Anteriormente, todos jogavam basquete com uma bola pesando entre 567 g e 650 g e com circunferência de 74,9 cm a 78 cm. Agora, as mulheres têm o privilégio de usar bola mais leve (510 g a 567g) e menor (72,4 cm a 73,7 cm).
O problema é que a Penalty, fornecedora oficial do equipamento para a confederação, atrasou o envio do material aos clubes.Segundo a empresa, as bolas chegaram às federações de cada Estado na semana passada. As entidades repassaram aos times, que só receberam a encomenda entre seis e quatro dias para a estréia.
"É pouco tempo para a adaptação. Nos primeiros treinos elas sentem, principalmente por causa do peso. Perde-se um pouco a precisão nos arremessos", analisa Norberto da Silva, o Borracha, comandante do São Caetano.
Quando finalmente chegaram aos clubes, nova decepção: as medidas ficavam abaixo das oficiais
"No início do ano recebemos o comunicado da Fiba. Não tivemos problema para fabricar as novas bolas. Elas têm as mesmas medidas do mirim", conta Sérgio Perrella Filho, gerente de produção da Penalty, referindo-se à categoria para atletas até 14 anos.
No entanto, pelas regras oficiais, as crianças utilizam bola tamanho 5.6. A pelota feminina tem dimensão um pouquinho maior: 6.
Se não houve tempo para fabricar a nova bola, a lógica seria usar a antiga, mesmo não estando de acordo com a regra", diz Paulo Bassul, técnico do Americana, cujo elenco treinou um mês para a Copa do Mundo de clubes, encerrada no último domingo, com equipamento de outro fabricante.
"Se fosse para ficar com a bola do mirim, deveriam ter avisado antes. Aí teria tido tempo para treinar mais a equipe com ela", lamenta Antonio Carlos Vendramini, treinador do Ourinhos, campeão paulista e dos Jogos Abertos.
Houve aqueles que nem notaram a diferença. "Acho que a alteração foi positiva. Defendo há algum tempo que as mulheres tenham um privilégio como esse. A bola será igual à do mirim? Não estava sabendo", espanta-se Edson Ferreto, técnico do Uberaba.
Houve aqueles que nem notaram a diferença. "Acho que a alteração foi positiva. Defendo há algum tempo que as mulheres tenham um privilégio como esse. A bola será igual à do mirim? Não estava sabendo", espanta-se Edson Ferreto, técnico do Uberaba.
O site da Penalty, porém, desmente a informação. Nele, a empresa divulga que as bolas do feminino e do mirim são as mesmas. E as medidas, mais modestas: 360 g a 390 g e 64 cm a 66 cm.
Karina retorna em torneio com poucas estrelas
Sem condição de repatriar uma jogadora de seleção brasileira, o Uberaba resgatou uma antiga estrela para reforçar o seu elenco. A pivô Karina, 32, volta a atuar neste Nacional depois de dois anos ausente das quadras.
"Não quero carregar o time nas costas nem tenho a ambição de ser cestinha ou reboteira. Quero que meu time seja campeão", diz ela, que passou por um tratamento de medicina ortomolecular para perder peso.
"Estou com 94 kg. Quando parei, estava com 105 kg, mas cheguei a 108 kg no período em que fiquei inativa", conta Karina, que sempre teve problemas com a balança.
Sem ritmo, a pivô de 1,85 m deve entrar aos poucos. "Ela não vai começar na estréia. Não tem condições", diz o técnico Edson Ferreto.
Ausente das competições, a atleta montou um projeto esportivo que hoje atinge cerca de 5.000 crianças em cinco cidades: Campinas, Amparo, Jaguariúna, Santo Antônio de Posse e Pedreira.
"Estava com saudade de atuar em um ginásio lotado. Aqui em Uberaba as partidas atraem 3.000 pessoas. É um público parecido ao que existia em São Paulo nos anos 90", lembra Karina, uma das estrelas solitárias do Nacional, que não conta com o brilho de 8 das 12 atletas que defenderam o Brasil nos Jogos de Atenas.
Das quatro que sobraram, Karla e Vivian estarão na disputa. Sílvia sofreu cirurgia no joelho direito e só retorna em dezembro. Todas freqüentaram o banco de reservas na Olimpíada grega.Janeth, principal atleta da equipe brasileira, não definiu qual será o seu destino. A ala estuda propostas do São Paulo-Guaru, de Ourinhos e de Juiz de Fora.
Fonte: Folha de São Paulo
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