terça-feira, 14 de setembro de 2004

Vem aí a Copa Café com Leite




Tem coisas que só a CBB faz por você, meu caro.

Se no primeiro semestre, você vibrou com o Torneio do Busão, alcunha que popularizou o Campeonato Nacional Masculino de Basquete, já que muitas das viagens para jogos eram feitas em ônibus; o segundo semestre trará a Copa Café com Leite.

Sim, o Campeonato Nacional Feminino de Basquete vai começar, e dessa vez São Paulo e Minas Gerais dominam um torneio que quer se afirmar como nacional.

Relembraremos os tempos em que a política nacional foi controlada pelos 2 Estados, na chamada política do café com leite.

Pois, agora é isso, a Copa Café com Leite.

A não ser que uma hecatombe ocorra na CBB, a Copa começa em outubro com oito clubes: cinco paulistas (Americana, Ourinhos, São Caetano, Santo André e Guaru), dois mineiros (Uberaba e Juiz de Fora) e um penetra catarinense (Blumenau).

A participação mineira poderia ser até maior, já que a armadora Mina vinha fazendo contatos com o Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, para montar uma equipe. Provavelmente a falta de jogadoras no mercado inviabilizou o projeto para esse ano.

Já a mega-hiper-super-equipe carioca não se materializou. Engraçado que os dirigentes do Rio disseram que era um projeto certo. Já que a equipe feminina sairia mais barata que a masculina. Pois a masculina já saiu e a feminina empacou. Pode ser quem sabe que saia para o próximo ano. Mas realmente, imagino que quando uma atleta pensa que será treinada por Antônio Carlos Barbosa, dirigida por Guilherme Kroll e terá seus salários pagos pelo vascaíno Fernando Lima; ai meu Deus! Haja euro pra convecer alguém.

Um projeto que lamento não ter ido adiante é o de São Bernardo, que fez um belo papel no Paulista deste ano e viu sua equipe ser destroçada nesse reinício de temporada.

Mas vamos tentar adivinhar o que a Copa do Café com Leite nos reserva.

Bem, Ourinhos segue mantendo sua tradição recente no basquete nacional. Tem um bom técnico (Vendramini) e manteve praticamente todo o elenco. Lígia, Passarinho, Chuca, Lelê, Fernanda têm tudo pra novamente fazer história. O time ainda fez uma contratação inteligente: a cubana Lisdeive, que tem tudo pra ser um belíssimo reforço para o time.

Atrás, vem Americana, que junto a Ourinhos tem sempre chegado às decisões. Também um bom técnico (Paulo Bassul) e um bom elenco, também mantido. Os reforços sonnhados para o Mundial de Clubes não virão. O time segue com Êga, Geisa, Silvinha Gustavo, Jacqueline Godoy, Cris, Lilian, Karen Gustavo. Uma série de atletas está voltando de contusões e operações. O time era quase uma enfermaria no final da temporada passada. E ainda terá a disputa do Mundial Interclubes à véspera.

Guarulhos também tenta defender sua tradição recente. A técnica Vilma se embaralhou com o time no Paulista, mas foi campeã nos Regionais. Terá provavelmente Sandrinha, Palmira, Eliane e Simone Pontello. Não sei ainda se a parceria com o São Paulo segue.

São Caetano tem feito boas campanhas com equipes jovens, nos últimos torneio. Mais uma vez terá que se superar. A base não deve fugir de Fabianna-Aide-Maristela-Leão.

Esvaziado também está Santo André, que há muitas temporadas luta bravamente contra a falta de recursos financeiros. Sobre o clube do ABC, a última notícia que tive é que tentava restabelecer a parceria com um açougue local. Com todo o respeito à Santo André, mas tenho medo que em pouco tempo as jogadoras passem a receber o salário em quilo de picanha, maminha e chuleta... Só mesmo Laís Elena pra segurar um rojão desse. Vívian-Gigi-Kátia-Simone Lima. E só.

Do lado mineiro, a situação parece um pouco melhor, mas ambas as equipes, formadas em cima da hora, podem demorar a decolar.

A equipe de Uberaba tenta aproveitar a base de Jundiaí (Gorda-Lu). Trouxe Gattei, Maria e Juliana, de São Bernardo, mais Roberta e Ana Lúcia, de Guaru. Promete ainda uma pivô americana (Aja Brow). É. Haja trabalho de Edson Ferreto pra ver onde esse time pode chegar.

Em Juiz de Fora, a Universo até tem dinheiro. Assediou Iziane, mas até agora acena com Karla, Tayara, Peixe, Tata, Casé e Gilmara. Não sei nada sobre o técnico.

Sobre Blumenau, nenhuma informação. Mas a julgar pela ingrata história de Santa Catarina nos Nacionais de Basquete, nada de muito animador.

E olhando as opções de mercado, realmente muito pouco pode mudar nesse café-com-leite.

Nem um chantillyzinho deve rolar.

A incógnita mais uma vez é Janeth. A entrada da jogadora muda muita coisa. Juiz de Fora, Guaru e Ourinhos a cobiçam. A julgar pelos anos anteriores, a ala só deve se apresentar na segunda fase.

Poucas outras jogadoras estão disponíveis.

90% no exterior.

Paty grávida.

Tina parece ter abandonado o basquete.

Marta Sobral já anunciou que quer jogar. Mas até agora nenhum clube a flechou.

Karina não sei se tem a mesma intenção.

Renata Oliveira talvez seja a única das que frequentou a seleção ultimamente e ainda esteja sem clube.

Roseli Gustavo também é outra que não definiu a sua situação.

Uma das novidades seria a entrada de uma televisão aberta na transmissão do torneio. Mas a RedeTv não aparece no release do site da CBB, só o Sportv é citado.

Preparem as xícaras.

A Copa Café com Leite se aproxima.




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