segunda-feira, 30 de agosto de 2004

Seleção desembarca com honra e amargor


Marta Teixeira


Djalma Vassão/Gazeta pressGuarulhos (SP) - Ficar entre as quatro melhores seleções do mundo é motivo de orgulho, mas não deixou de ter um sabor amargo para a seleção brasileira feminina de basquete. Nesta segunda-feira, o grupo desembarcou em Guarulhos (SP), retornando dos Jogos Olímpicos de Atenas. Na bagagem, sentiam falta de um peso extra que era bastante esperado.
'No momento que você fica entre os quatro melhores, tudo pode acontecer. Claro que quarto lugar é um bom resultado, mas o importante é sempre a medalha. Nada tira a frustração. A sensação que fica sempre é da proximidade', lamenta o técnico Antonio Carlos Barbosa.

A ala/armadora Helen, que participou de sua terceira olimpíada também destaca o valor da campanha e a tristeza pela ausência do pódio. 'Não era o que a gente queria, mas é um quarto lugar honroso', afirma.

No jogo contra a Rússia, que valia a medalha de bronze, o Brasil fez frente às adversárias nas três primeiras parciais, mas acabou sendo superado no último quarto. Estreante olímpica, a ala Iziane diz que os últimos minutos da partida foram muito sofridos. 'Foi difícil, principalmente porque a gente abdicou de muita coisa. Será que a gente também não merecia (a medalha)? Estar entre as quatro é uma grande conquista, mas é lógico que fomos buscar uma medalha'.

Desde os Jogos de Atlanta-96, a seleção feminina sempre esteve no pódio olímpico. Nos Estados Unidos foram prata e em Sydney-2000, bronze. Apesar disso, elas contaram com os aplausos do pequeno público que foi acompanhar os desembarques desta madrugada - além do basquete retornaram os campeões olímpicos Torben Grael e Marcelo Ferreira, a dupla do nado sincronizado Isabela e Carolina de Moraes, os velejadores André Fonseca e Rodrigo Link, Cassius Duran e Hugo Parisi dos saltos ornamentais, Sebastian Cuatrin da canoagem, além das jogadoras de vôlei Walewska e Fofão. 'Recebemos muito apoio', garante Iziane. 'Todos falam que já fomos vitoriosas. A gente lutou, mas não deu'.

O reconhecimento pelo empenho também partiu do patrocinador Eletrobrás, que programou uma homenagem para a equipe na sede da empresa, ainda hoje, no Rio de Janeiro. 'Chega a ser uma coisa 'sui generis' em um país como o Brasil onde quarto lugar, muitas vezes, é objeto de execração', destaca Barbosa.

A frustração também ficou para o auxiliar técnico Paulo Bassul. 'A equipe poderia ter ido melhor. Minha expectativa era ter ido mais longe. Acho que não faltou luta, mas em toda derrota sempre falta alguma coisa', analisa. Para ele, a quarta colocação não é um consolo completo. 'Você se mantém na elite, mas fica uma frustraçãozinha', confessa.

Fonte: Gazeta Esportiva

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