domingo, 29 de agosto de 2004

Chateada com derrota, Janeth descarta aposentadoria

Por Camila Moreira


ATENAS (Reuters) - Maior referência da seleção brasileira feminina de basquete, a ala Janeth deixa Atenas chateada com o quarto lugar da equipe na Olimpíada, porém sem planos de se aposentar.

"Não é decepção, jamais sairia de uma quadra decepcionada. Mas saio chateada, porque o Brasil tinha condições de ir mais longe, a equipe lutou", disse ela, que foi prata nos Jogos de Atlanta-96 e bronze em Sydney-2000.

Aos 35 anos, a única coisa de que ela tem certeza é que não vai retornar este ano ao Houston Comets, equipe da WNBA.

"Ontem estava conversando com o pessoal do Houston, disse que estava um pouco cansada e que tinha algumas aparições para fazer no Brasil. Eles já tinham me mandado o contrato, mas eu não quis me arriscar, porque ir para lá faltando oito jogos, com o Houston em sexto e saindo de um campeonato tão desgastante como essa Olimpíada, fica um pouco complicado", explicou ela.

Seus planos no momento incluem disputar o Campeonato Brasileiro, que começa em outubro, mas ela ainda não sabe qual será sua equipe.

"Não sei ainda para onde vou. Quero ficar no Brasil, já tive proposta de Ourinhos, Americana, Minas Gerais, mas ainda não decidi nada. É mais certeza que eu fique em São Paulo."

Os próximos dois anos deverão ser decisivos para Janeth, que vai avaliar sua forma nesse período para decidir se disputa o Mundial de 2006, que acontecerá no Brasil.

"Psicologicamente não teria problema, mas tem de pensar fisicamente. Fica difícil prever uma coisa tão para a frente. Vou dar uma pensada, tem coisas para acontecer antes. Mas espero até a hora em que não aguentar mais."

Apesar de não ter feito uma Olimpíada brilhante, Janeth foi a cestinha do Brasil com 144 pontos, média de 18 por jogo, à frente de Iziane com 120.

Ela foi ainda a terceira jogadora do campeonato que mais marcou -- a cestinha da Olimpíada foi a australiana Lauren Jackson, com 183 pontos.

"A seleção depende muito da Janeth, de como ela está no jogo para poder desempenhar um pouco melhor, e é claro que não é todo jogo que a gente pode estar bem", afirmou Janeth, que prefere não determinar um prazo para deixar as quadras.

"Quero sempre me dedicar 100 por cento. Não sei como ficaria a seleção sem a Janeth, acho que precisaria ter um campeonato para ver."

Fonte: AOL

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