sexta-feira, 27 de agosto de 2004

Brasil volta a perder para Austrália e decide o bronze

Murilo Garavello
Enviado especial do UOL
Em Atenas (Grécia)

Quando o Brasil perdeu para a Austrália, na primeira fase, alguns afirmaram que a equipe tinha escolhido seus adversários na próxima fase com a derrota. Nesta sexta-feira, a seleção feminina de basquete mostrou que esses comentários estavam errados.

Nas semifinais dos Jogos de Atenas, as brasileiras não tiveram nenhuma chance contra a Austrália e perderam por 88 a 75, após um show da ala Lauren Jackson, cestinha das Olimpíadas até agora, com mais de 24 pontos por jogo. Contra o Brasil, foram 26 e 12 rebotes.

"Eu estava muito feliz porque meus pais vieram da Austrália para assistir a esse jogo. É muito bom poder compartilhar essa alegria com eles", disse a ala.

O plano que o Brasil fez para ganhar a medalha, agora, passa por um adversário maior. Literalmente. Na decisão do bronze, no sábado, as adversárias serão a Rússia e suas gigantes, como a pivô Maria Stepanova, de 2,04 m. Na primeira fase, o confronto foi fácil para elas: 67 a 77.

"Elas são o time mais alto do campeonato e por isso temos que tomar cuidado. Mas posso garantir que esse jogo será muito diferente daquele da primeira fase", avisou a armadora Helen.

Segunda vitória australiana sobre o Brasil em Atenas-2004, o jogo desta sexta foi também o segundo triunfo em uma semifinal olímpica. Em Sydney-2000, as brasileiras perderam por 64 a 52 para as mesmas rivais e, na decisão do bronze, venceram a Coréia do Sul na prorrogação.

Uma estatística comprova a superioridade do time australiano. Em toda a partida, o Brasil deu apenas quatro assistências. Isso quer dizer que só em duas das 27 cestas o trabalho em conjunto da seleção funcionou. A Austrália, por sua vez, terminou o jogo com 14 passes decisivos.

"A Austrália foi muito bem ofensivamente, principalmente nos arremessos de três pontos. Nós jogamos bem, mas para bater as australianas, precisaríamos ter sido perfeitas", disse a armadora Adrianinha.

A partida desta sexta foi muito parecida com a derrota brasileira na primeira fase. O Brasil começou o jogo muito bem, chegou a abrir quatro pontos nos primeiros minutos, mas a Austrália se recuperou e virou o placar.

No segundo tempo, as australianas aproveitaram que o Brasil não conseguia acertar os arremessos e abriram 12 pontos no começo do quarto período, acabando com as chances sul-americanas.

A pivô Alessandra e a ala Iziane foram as únicas lúcidas no time. A primeira marcou 17 pontos no segundo tempo e terminou o jogo com 20. A segunda, pendurou com faltas três australianas com suas infiltrações e terminou com 25 pontos.

Mas Janeth não estava em seus melhores dias e, sem sua veterana, a seleção parecia perdida em quadra. Anulada pela marcação australiana, ela marcou nove pontos no primeiro tempo e fez só uma cesta no terceiro. Terminou o jogo com 15.

No primeiro quarto, O Brasil só se salvou porque a ala-armadora Iziane acertou duas bolas seguidas de três, que permitiram ao Brasil o empate em 21 a 21. No segundo, porém, as muitas precipitações permitiram que a Austrália abrisse oito pontos.

A única jogadora brasileira que incomodava as australianas era a pivô Alessandra. Ela foi marcada por Lauren Jackson, que, com duas faltas, a deixava se movimentar com liberdade. Aproveitando isso, Alessandra fez 17 pontos e ainda pegou sete rebotes nos primeiros 20 minutos.

Depois do intervalo, a Austrália veio para fechar o jogo. Com a boa marcação das pivôs brasileiras, elas saíram de perto da cesta e, com chutes de longe, acabaram com os sonhos de prata do Brasil. Só Lauren Jackson, de 1,94 m, acertou cinco arremessos de fora.

O terceiro quarto acabou com 63 a 56, mas o Brasil não conseguiu se aproximar mais. Coube a Jackson acertar a bola que decretou a vitória. A 7min46 do final, ela acertou uma bola de três que colocou a Austrália 14 pontos na frente.


Fonte:
UOL

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