sexta-feira, 13 de agosto de 2004

Brasil disputa os Jogos para salvar status de potência feminina

Da Redação
Em São Paulo

O título mundial de 1994 e as duas medalhas olímpicas, bronze em Sydney-2000 e prata em Atlanta-1996, são passado para a seleção feminina de basquete. Em Atenas-2004, a partir deste sábado, Janeth & cia. terão de lutar para justamente voltar ao grupo de elite do basquete.


Jogadoras da seleção fazem turismo em Atenas antes da estréia na Olimpíada
O fracasso do Mundial da China, em 2002, no qual chegou só no sétimo lugar, colocou um ponto de interrogação na seleção do Brasil que só agora, dois anos depois, poderá ser respondido. E para dar essa resposta, as brasileiras trataram de se preparar.

O período de treinamento do time foi um dos maiores desde Atlanta-1996. Toda a seleção ficou treinando no Brasil por dois meses, completa. Em 2000, as jogadoras da WNBA, entre elas Janeth, só se apresentaram à comissão técnica na Austrália.

"As condições estão completamente a nosso favor. Chegamos muito melhor preparadas", avisa a armadora Adrianinha. "Esse período foi importante para dar coesão ao time. Aquele sentimento de grupo", explica o técnico Antonio Carlos Barbosa. "Mas é claro, como é uma competição de tiro curto, qualquer probleminha pode nos tirar da briga", completa o treinador.

E os problemas, para azar do Brasil, não foram poucos. A armadora Adrianinha sofreu uma mini-operação duas semanas antes da viagem. Duas importantes reservas, Jacqueline e Micaela, se contundiram antes mesmo de se apresentar. Para completar, Janeth, a principal jogadora do time, sofreu uma lesão lombar uma semana antes da estréia, neste sábado, contra o Japão.

Não bastasse isso, o nível do basquete feminino subiu muito desde 2000. Além das tradicionais seleções de Estados Unidos, Rússia e Austrália, China, Coréia, República Tcheca e Espanha também aparecem com chances de pódio.

Mesmo assim, o nível de confiança é alto. "Ninguém chega aos Jogos Olímpicos para perder. Nossa seleção tem tudo para fazer a final", diz Janeth. "Já ganhei um bronze e uma prata. Chegou a hora do ouro", completa a pivô Alessandra.

A preocupação, porém, é grande. Principalmente porque Janeth não tem uma reserva experiente. A reserva natural era Micaela. Silvinha, de 21 anos, é natural da posição, mas joga sua primeira competição pela seleção principal. Leila, 29, outra alternativa, é ala-pivô de origem.

Sem Janeth em forma, o Brasil passa a depender de outras fontes ofensivas. O jogo de Alessandra no garrafão pode ser uma arma. Os arremessos de três de Helen podem ser outra.

No Mundial de 2002, o Brasil teve problemas semelhantes. Micaela quebrou o pé quando já estava na China. Helen, segunda cestinha do Brasil, sofreu uma lesão muscular na segunda partida da competição e não jogou mais. O resultado foi o sétimo lugar.

"O que aconteceu na China acordou todo mundo. Não chegamos como favoritas e isso é um ponto a nosso favor. E essa preparação excelente que fizemos vai servir justamente para que, se acontecer problemas como na China, o Barbosa tenha como contornar", explica a ala Helen.

Com Janeth se recuperando, Brasil estréia "baixo" contra Japão
Da Redação
Em São Paulo

O Brasil estréia nas Olimpíadas de Atenas neste sábado, às 10h30m, contra o Japão, com um time "alternativo". Sem saber como a ala Janeth, sua principal jogadora, irá se comportar em quadra após a lesão lombar, o técnico Antonio Carlos Barbosa escalou um time que pode ajudá-la em qualquer problema.

Ele escalou Leila, 1,87 m, no lugar de Cíntia Tuiú, 1,95. Mais baixa, mas mais ágil, Leila poderá auxiliar na marcação no perímetro. Como o Japão deve usar muito os arremessos de três pontos, Leila deve tirar algumas responsabilidades defensivas de Janeth.

A perda de altura não deve fazer diferença. O time do Japão está entre os mais baixos da competição. A jogadora mais alta é a pivô Maki Eguchi, de 1,84 m. O Brasil tem cinco jogadoras mais altas, entre elas a pivô titular Alessandra, de 2,00 m.

"No basquete, não há apenas cinco titulares. Fiz a opção de começar com a Leila porque precisamos ter mais velocidade na marcação. Mas nem por isso vamos perder a vantagem que temos na estatura, principalmente no ataque", explica o técnico Antonio Carlos Barbosa.

Leila, que foi campeã mundial em 94 e medalha de prata em Atlanta-96, está confiante em seu retorno olímpico - a jogadora não foi a Sydney-2000 devido a uma lesão na cartilagem do joelho direito nos Jogos Pan-americanos de Winnipeg-99. "Eu fiquei muito tempo parada por causa do problema médico. Depois, tive o meu filho, Davi, que fez dois anos há dois dias (na quarta-feira, dia 11). Mas o Barbosa me disse que me queria de volta para os Jogos Olímpicos, e aqui estou em Atenas para jogar", contou Leila.

Depois de enfrentar o Japão, o Brasil jogará contra a Rússia na quarta-feira, a Nigéria na sexta e a Austrália no domingo. Para se classificar, a seleção precisa ficar entre os quatro primeiros do grupo.


Fonte:
UOL

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