quinta-feira, 22 de julho de 2004

Plano para não tremer

Caloura em Jogos Olímpicos, Iziane nem fala o nome da competição para diminuir ansiedade

Marcelo Fefer

Ser titular de uma seleção brasileira em sua primeira Olimpíada não é algo que ocorre rotineiramente. Única novata no quinteto nacional que iniciará as partidas de basquete feminino em Atenas, a ala-armadora Iziane, de 22 anos, adotou um método curioso para diminuir o nervosismo: ela não fala as palavras Jogos Olímpicos.

“Fico pensando que estou treinando para uma competição muito importante. Nem falo o nome, pois não conseguiria treinar de tão eufórica”, explica Iziane, que teve uma ascensão meteórica na Seleção.


Ela foi chamada pela primeira vez para a Seleção principal para a Copa América, em setembro de 2001, em São Luís, cidade natal da maranhense.


“Aquela foi uma aposta numa nova geração que deu certo e o momento mais emocionante de minha carreira, estreando na Seleção diante de minha família e amigos. Depois da Copa América, sonhava em ir a Atenas, mas nunca imaginei que seria como titular”, conta Iziane, que terá ao seu lado, no time-base, Helen, Janeth, Cíntia Tuiú e Alessandra, todas medalhistas de bronze em Sydney, em 2000.


“Isso me deixa muito segura”, diz Iziane, que, na Copa América de 2001, atuou em apenas três jogos, num total de 26 minutos, marcando nove pontos. No Mundial de 2002, na China, teve médias de 12,2 minutos e 4,9 pontos, em nove jogos. A posição de titular ela assegurou no Pré-Olímpico do México, ano passado, onde teve médias de 23,9 minutos e 17,25 pontos.


Ala irá a Miami tirar o Green Card durante a folga


Com o sucesso na Seleção, Iziane foi cobiçada por equipes do exterior. Atuou por times da Espanha, França e em dois da WNBA (Miami Sol e Phoenix Mercury), para onde pretende voltar após Atenas, aproveitando que a temporada será interrompida durante os Jogos e recomeçará em 1º de setembro. De domingo a quarta-feira, quando as jogadoras estarão de folga, Iziane irá a Miami conversar com seu agente sobre propostas para voltar à WNBA e para dar entrada no processo para tirar o Green Card, documento que permite que estrangeiros fixem residência legalmente nos EUA. “Não penso em me fixar lá a curto prazo, mas quero deixar essa porta aberta. Se tenha a chance de tirar o Green Card, por que não?”, questiona Iziane.

Fonte: O Dia

Comentário: E dá-lhe folga!

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