terça-feira, 1 de junho de 2004

Seleção feminina inicia preparação no médico

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Esteira, saltos, verificação de medidas... A seleção brasileira feminina de basquete deu a largada em sua preparação para os Jogos Olímpicos de Atenas, nesta terça-feira, em São Paulo, com os exames fisiológicos no Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte (Cemafe), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Durante quase duas horas, nove das 17 convocadas pelo técnico Antonio Carlos Barbosa submeteram-se aos testes que vão identificar suas condições atuais antes do início dos treinos em quadra.

Ficaram de fora da avaliação as jogadoras que estão disputando a final do Campeonato Paulista - Janeth, Cíntia Tuiú, Silvinha, Lilian e Ega -, as lesionadas - Micaela e Jacqueline - e Iziane, que ganhou alguns dias a mais para visitar a família no Maranhão.

Há cinco anos, a seleção repete essa rotina, que já revelou informações importantes para a definição estratégica em quadra. 'O primeiro objetivo dos testes é ver se há necessidade de corte ou algum déficit físico muito grande nas atletas', explica o médico Daniel Gentil, responsável pela avaliação do Cemafe. 'Criamos um banco de dados há cinco anos, desde Sydney, e acompanhamos a evolução. Com o banco de dados podemos fazer uma avaliação comparada com outros países', explica.

Além de ajudar na programação de treinos individualizados das atletas, os testes também já revelaram informações importantes para a comissão técnica. 'Descobrimos que a explosão muscular da seleção dos Estados Unidos é maior que a nossa, em compensação, no condicionamento aeróbico nós somos melhores. Isso significa que, se for jogar na força física contra elas vamos perder sempre. Em relação a outros times da Europa, é o contrário. Passamos todas essas informações à comissão técnica, que pode utilizá-las'.

Animadas com o início dos treinos, as jogadoras encaram os testes como um 'mal necessário'. 'Em um campeonato curto como Olimpíadas você tem que estar fisicamente preparado e este é o momento mais importante', destaca a ala Helen. 'Fazer testes é chato, mas faz parte. A partir deles é que você pode fazer uma boa preparação', ressalta.

A ala/pivô Leila também estava conformada com a avaliação. 'Acho que o teste é muito bom, você se analisa não para agora, mas para você se ajudar no futuro. Cada um fica sabendo da sua força. Não me preocupo de ter ido melhor ou pior que outras agora. Não é momento para se estressar', diz a jogadora que ficou quatro anos parada por causa de uma lesão no joelho e voltou a jogar apenas na última temporada.

Bem-humorada, ela dava sugestões na ordem dos exames na esteira. 'Eu tinha que ser a primeira e a Adrianinha a última', brincava com a fama de fôlego sem fim da armadora. Apesar da disposição, Adrianinha admite que passar por avaliações não é sonho de atleta. 'Jogador não gosta de fazer teste, né. Mas é importante'.

Para o preparador físico da equipe, João Nunes, os testes permitirão checar como anda a aptidão e energia das jogadoras e é a partir destes dados que ele poderá montar a planilha de preparação de cada uma. 'O que se espera é que elas estejam chegando agora em um crescendo', destaca.

Os exames desta terça incluíram avaliação ergométrica, cardiorespiratória, de VO2 (máximo de aproveitamento do oxigênio), composição corporal, impulsão muscular, e antroprometria (medidas do corpo). Nesta quarta, as jogadoras passam por exames físicos na Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP) e iniciam os treinos em quadra na próxima segunda-feira.


Fonte: Gazeta Esportiva

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