sábado, 8 de maio de 2004

'Mães das quadras' disputam vaga na semifinal do Paulista

Do Diário do Grande ABC

A disputa entre Databasket/ São Bernardo e Santo André por uma vaga nas semifinais do Campeonato Paulista de Basquete Feminino começa neste sábado, às 18h, no ginásio Pedro Dell’Antonia, em Santo André, com uma mãe de cada lado. Porém, na véspera do Dia das Mães, elas revelam os tipos de filhos que têm, assim como o estilo materno de cada uma.
Em São Bernardo, a pivô Gilmara Justino, principal jogadora da equipe, concilia a vida de atleta e mãe. A jogadora não desgruda da filha Marina Lara Justino, de 3 anos, e a pequena transformou-se em mascote da equipe e acompanha a supermãe nos treinos, jogos e até viagens. “Como moro longe da minha família, é ela que me dá força”, diz Gilmara, que divide um apartamento no bairro Baeta Neves, em São Bernardo, com as companheiras de equipe Tati e Priscila.

Em Santo André, nenhuma atleta tem filhos, mas a técnica Laís Elena Aranha assume o papel de mãezona de suas pupilas. Na cidade desde 1964, quando ainda era jogadora, Laís, que também integra a comissão técnica da Seleção Brasileira, acompanha a trajetória das atletas desde as categorias de base e acabou transformando-se em referência para atletas de algumas gerações.

“A gente acaba se envolvendo, principalmente pelo lado humano. A maioria das meninas vem de família humilde e, por isso, nos preocupamos em passar para elas lições do esporte que servem para a vida toda. Com certeza, assumimos o papel de segunda mãe”, afirma.

Com campanhas bem parecidas durante a primeira fase – São Bernardo foi a quarta colocada e Santo André a quinta –, as duas equipes disputam as quartas-de-final sem que haja nenhum favoritismo para qualquer um dos lados. Nem o fato de São Bernardo decidir as duas últimas partidas em casa é considerado como um fator que possa fazer diferença.

No primeiro jogo entre as duas equipes na fase classificatória, no dia 20 de março, em Santo André, quem venceu foi São Bernardo, por uma diferença de 13 pontos (100 a 87). Na segunda partida, em 14 de abril, Santo André foi à casa do adversário e deu o troco. Ganhou por 18 pontos de vantagem (83 a 65). E é justamente esse equilíbrio que deve marcar o confronto que inicia-se neste sábado (o segundo jogo está marcado para quarta-feira e o terceiro, se necessário, para sexta).

O técnico de São Bernardo, Márcio Beliccieri, prefere fazer a política da boa vizinhança e joga o favoritismo para o adversário. “Nossa equipe ainda está em formação e pelo tempo que as jogadoras de Santo André vêm jogando junto, eles levam vantagem”, afirmou.



Gravidez quase abreviou carreira

Do Diário do Grande ABC

O Databasket/ São Bernardo aposta suas fichas na pivô Gilmara para chegar às semifinais do Paulista e, quem sabe, roubar o título dos favoritos Unimed/Americana e Pão de Açúcar/ Unimed/ Ourinhos, sendo que este último conta com o reforço de Janeth Arcain para os playoffs.

Gil, como é conhecida entre as companheiras de equipe, é cestinha do campeonato com 239 pontos anotados em 12 jogos (uma média de 19,9 pontos por partida), além estar entre as cinco melhores da competição em outros dois fundamentos. A atleta é a terceira melhor em aproveitamento nos arremessos de dois pontos (56,17%) e a quinta nos rebotes (9,17 por jogo).

Aos 23 anos, a supermãe Gil está na melhor fase da carreira, que correu o risco de acabar precocemente após a gravidez da filha Marina, em 2000. Mas o sonho de fazer história nas quadras foi maior. “Joguei até o quinto mês de gravidez e quando ela completou dois meses voltei às quadras”, disse.

A atleta chegou ao time de São Bernardo no início deste ano. Antes defendia a equipe de Uberada, pela qual conquistou o terceiro lugar no Campeonato Mineiro. Com 1,83m de altura, é considerada baixa para a posição de pivô. No entanto, compensa a falta de altura ao aliar força e agilidade debaixo do garrafão. “No meio das gigantes tenho de virar”, afirma.

Apesar da boa atuação no Campeonato Paulista, o principal torneio regional do país, Gil deve ficar de fora da Seleção Brasileira que disputará a Olimpíada, pois tem como concorrentes na posição jogadoras experientes, com mais de 1,90m e que atuam no exterior. “O sonho de qualquer atleta é chegar na seleção, mas não tenho pressa. Ainda sou nova”, disse.


Fonte: Diário do Grande ABC

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