terça-feira, 28 de outubro de 2003

Basquete perde armadora santista Regininha

Da Reportagem

Ted Sartori

Regina Izabel Santos Queiroz, a Regininha, armadora do time de basquete Unimed/Americana, foi sepultada por volta das 17h30 no Cemitério da Filosofia, no Saboó. A atleta santista, de 29 anos, morreu vítima de acidente automobilístico ocorrido no final da noite de domingo, no km 32 da Rodovia dos Bandeirantes, na altura de Caieiras. Regininha sofreu traumatismo craniano e perfuração no pulmão. O Palio, placas CKZ-9986, de Santos, vinha de Americana com destino à Cidade, com outras três atletas santistas.

A mesatenista Lígia Santos Silva dirigia o automóvel e não sofreu ferimentos. A jogadora de vôlei da Cidade, Ana Paula José da Silva, teve apenas escoriações leves. A também atleta de vôlei, Andrea Passos Marques, de 20 anos, está internada em estado grave na UTI do Hospital Regional de Osasco (ver matéria).

Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, Lígia teria perdido o controle do veículo e batido em um barranco. Em seguida, o carro acabou capotando. As outras vítimas foram arremessadas para fora do veículo. Todas foram socorridas pelo Resgate da AutoBan, mas Regininha não resistiu aos ferimentos e morreu no início da madrugada de ontem no hospital.

Surpresa

Ontem seria dia de folga de Regininha. A jogadora, de 1m72, havia estreado domingo no Campeonato Nacional de Basquete, na vitória de Americana sobre Uberaba, em casa, por 100 a 75, e marcado 3 pontos.

‘‘Ela tinha falado para minha mãe que não viria para cá’’, contou o irmão Paulo Queiroz, que mora em Registro. Como conseguiu carona, acabou decidindo viajar de última hora para a casa da mãe, no Jardim Piratininga. ‘‘Certamente queria fazer uma surpresa’’, deduziu.

As outras duas irmãs, Vera Lúcia e Kátia, estavam inconsoláveis e procuravam acalmar a mãe, Maria. ‘‘Só acreditei quando vi a certidão de óbito’’, dizia Vera.

Perto das 14h30, o corpo da jogadora chegou ao velório da Beneficência Portuguesa. Aos poucos, atletas, amigos e familiares apareciam para dar o último adeus. Em suas mentes residia a alegre Regininha, que iniciou a carreira, aos 14 anos, no Centro Esportivo do Casqueiro e passou por Santo André, São Caetano, dentre outras, além da seleção brasileira.

A chuva fina e triste caía, enquanto a lateral Lilian, de Americana e da seleção brasileira, recordava-se de que chegou a Americana junto com a amiga, em fevereiro deste ano.

Porém, foi com a ala Vanessa Gonçalves que Regininha passou seus últimos e felizes momentos. ‘‘Estava com ela e as outras santistas. Almoçamos e passamos a tarde juntas’’, contou. Vanessa relembrou o título de Americana no basquete da 1ª Divisão nos Jogos Abertos. ‘‘Era um sonho dela vencer na cidade em que nasceu’’, revelou. Neste ano, Regininha também já havia faturado o Paulista e os Regionais.

O restante das atletas e comissão técnica de Americana chegaram por volta das 16h40, próximo do horário em que o corpo de Regininha foi levado ao Cemitério da Filosofia, às 17h10. Antes disso, uma camisa da equipe foi colocada sobre o esquife. Vanessa agachou-se e chorava sem acreditar. Familiares e amigos despediam-se. ‘‘Acabou, Regina’’, disse uma senhora. A alegria dela se foi para iniciar o campeonato da saudade.


Fonte: A Tribuna

Nenhum comentário: