quarta-feira, 17 de setembro de 2003

Desculpe o texto longo, Bert, mas as atuais circunstâncias me fizeram escrever esse texto enorme:

Como seria...

O site da WNBA estava inacessível hoje de manhã. Digitei WNBA no google e vi uma manchete do jornal USA Today dizendo que os Sparks celebravam o título. Logo percebi que a notícia era de 2002. Ao abrir a cobertura atualizada do mesmo jornal, veio a verdadeira notícia: Bill Laimber e sua renovada equipe venceram a WNBA.
Toda essa enrolação, na verdade, é para destacar o trabalho que um grande técnico é capaz de fazer. O Detroit Shock era uma equipe de muito potencial. Após perder as não-americanas Tornikidou, Rachael Sporn e Carla Boyd, perdeu totalmente o rumo. Apostando em jovens talentos, se recuperou e depois da última colocação em 2002, temporada na qual conquistou apenas 9 vitórias, inverteu a situação, teve apenas nove derrotas na temporada regular (a melhor campanha da liga) e se aproveitou da vantagem de jogar partidas decisivas em seu ginásio para despachar Lisa Leslie e cia.

Qual é o segredo?

A Gerente Geral da Liga, Nancy Lieberman, comentou antes da temporada 2002 que seria um ano de reconstrução para o Shock. Quando o técnico Greg Willians amargou 10 derrotas consecutivas logo de cara, Bill Laimber foi chamado para reconstruir a equipe. Aceitou o desafio, conquistou algumas vitórias com um time desmantelado, que se viu furtado de todas suas veteranas e talvez nem tenha feito tanta questão de sair do último lugar, na esperança de obter o melhor no Draft 2003. Apesar de cair na terceira escolha, selecionou Cheryl Ford, que viria a ser a melhor novata do ano. No Draft de dispersão, devido ao desmonte de duas equipes, ficou com Ruth Riley, pivô jovem e muito habilidosa.
Com um bom quinteto que tinha tudo para jogar em conjunto (e não em função de uma jogadora) e um jogo jovial, conseguiu dar a volta por cima e conquistar um grande feito: é o único time do Leste a ganhar um troféu e o único time a vencer além de Houston e LA. Faz parte do G3 da WNBA. Alguém podia imaginar isso?

Bill Laimber podia. Além de estudar muito o basquete, como é de praxe entre os técnicos norte-americanos, ele soube estudar a liga e desenvolver o jogo de acordo com as circunstâncias. Não se conformava com derrotas e assumia seus erros, demonstrando evolução nas partidas subsequentes. Armou excelentes esquemas táticos, aproveitando-se da habilidade de suas atletas. Com isso, formou um bom repertório de jogadas, tanto de ataque quanto de defesa.

Agora, a pergunta: O que será que ele faria se estivesse à frente da seleção brasileira? Deixo no ar...

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