sábado, 9 de agosto de 2003

A Hora da Mudança

Por Rodrigo Afonso
Colaborador do Blog do Basquete Feminino

Está na hora da comunidade basqueteira se manifestar sobre o mais recente vexame da seleção feminina. Alguns já ensaiaram o que pode vir a ser uma grande onda de protestos: Fábio Sormani já deu sua opinião no BandSports: O Grego deveria ter trocado de técnico depois do mundial, assim como fez com a seleção masculina. Aliás, o novo técnico foi muito corajoso ao promover renovação e deixar de fora algumas figurinhas carimbadas que muita gente estava careca de saber que tratavam-se de nomes ultrapassados.

Branca, ao responder pergunta de João Palomino durante transmissão da ESPN Brasil, também demonstrou seu descontentamento: achou péssima a ausência de Laís Elena e de Paulo Bassul, que poderia chegar a tempo dos jogos decisivos, mas foi dispensado pelo próprio Barbosa, que não quis perder a chance de ter controle total sobre as meninas. O que uma técnica que costuma tirar leite de pedra com os poucos recursos de sua equipe e um técnico que levou a seleção juvenil sem Iziane ao vice-campeonato mundial poderiam ajudar, não é mesmo? Por favor...

O grande colunista Melchiades Filho também cantou a bola logo após o fracasso do Mundial passado. Segundo ele, a seleção dependia de uma única jogada: Cíntia pega a bola entre a linha de lance livre e a de três pontos e fica esperando alguma jogadora se livrar de corta-luzes ineficazes. Vimos algo diferente nesta partida contra as norte-americanas?

Estou ansioso agora para ouvir o que os outros grandes do basquete têm a falar, inclusive a dupla de auxiliares que não esteve com o Barbosa no Pan por culpa do próprio.

Érika, Iziane, Janeth e Helen são brilhantes, mas não podem fazer nada se nosso técnico não souber reconhecer os próprios erros e achar que tudo está bom.

Deixo aqui uma pergunta para o Grego: Se um oitavo lugar do mundial no masculino já era esperado e mesmo assim houve uma troca de técnicos para tentar obter vaga em Atenas, por que o mesmo não aconteceu com o feminino, sendo que o fiasco foi ainda maior? A única forma de Barbosa sair-se dignamente dessa história toda e fazer como o Marco Aurélio Motta, ex-técnico da seleção feminina: retirar-se e reconhecer que não tem condições de comandar um grupo de meninas que têm muito para mostrar.

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