quinta-feira, 29 de maio de 2003

Leila na Folha

Parada desde 1999 por causa de uma contusão, jogadora é convocada

Seis jogos devolvem Leila à seleção
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Afastada das quadras desde 1999, a ala-pivô Leila Sobral, 28, precisou de apenas seis partidas para voltar à seleção brasileira.
A jogadora sofreu uma lesão no joelho, diagnosticada após o Pan-Americano de Winnipeg, e foi submetida a uma artroscopia.
Desde então, não havia conseguido voltar a jogar. No fim do mês passado, no entanto, assinou com o Santo André, comandando pela auxiliar técnica da seleção, Laís Elena. Seis jogos depois, apareceu na lista das 18 convocadas divulgada ontem pelo técnico Antonio Carlos Barbosa para o Sul-Americano do Equador.
"Não esperava ser convocada agora. Talvez esteja só com 50% do meu potencial físico, mas o Barbosa confiou em mim. Esse é o maior incentivo", disse a ala-pivô.
"Sinto-me mais ou menos como o Ronaldo. Estou oscilando demais [nos jogos], sinto o cansaço às vezes, mas nessas horas o que conta é a superação, você joga com o coração", completou ela, que tem 1,87 m e está com 80 kg.
O técnico da seleção diz que a convocação de Leila tem caráter de investimento. A jogadora fará um treinamento especial para recuperar a forma física e só deve estar pronta para jogar no Pan-Americano, em agosto.
"Ela é fora de série e voltou de maneira surpreendente. Mas sabemos que tem limitações e não esperamos nada dela a curto prazo", afirmou Barbosa.
Desde que voltou a jogar, em 15 de maio, contra o São Caetano, Leila teve atuações irregulares. Até a rodada de anteontem do Paulista, possuía média de 11,8 pontos e 3,8 rebotes por partida.
Os "altos e baixos" marcaram também a carreira de Leila. Campeã mundial na Austrália, em 1994, e medalha de prata nos Jogos de Atlanta-1996, a atleta teve um ano conturbado em 1999.
A jogadora foi cortada da seleção por não ter se apresentado para a disputa do Sul-Americano e do Pré-Olímpico. Evangélica, preferiu se afastar do time, ser batizada e se dedicar à igreja.
Levada de volta à seleção por Barbosa para o Pan-Americano, sofreu a lesão que a afastou das quadras até o mês passado.
Com dificuldade para pagar seu tratamento, processou o Comitê Olímpico Brasileiro por perdas e danos. Em novembro de 1999, ao lado das irmãs Marta e Márcia, chegou a assinar contrato com o time de Campinas, mas não teve condições de jogar por causa de seu problema no joelho.

Paulista vai retardar a preparação
DA REPORTAGEM LOCAL

Apontada como principal causa da má campanha que levou o Brasil ao sétimo lugar no Mundial-2002, a falta de tempo para preparação volta a rondar a seleção.
A culpa, desta vez, é das finais do Paulista. Das 18 convocadas por Antonio Carlos Barbosa, 12 estão nas semifinais e só se apresentam após serem eliminadas.
Ontem, o Americana, com sete selecionáveis, poderia fechar a série contra o Santo André, que tem quatro. Já o Ourinhos, com uma convocada, tentaria vencer a segunda contra o São Caetano.
Pela previsão da federação paulista, a competição pode ir até o dia 15. A seleção embarca para o Sul-Americano do Equador no dia 18 e estréia no dia 22.
O Brasil jogará desfalcado de Helen, Iziane e Janeth, que jogam na WNBA e também não irão ao Pan, em agosto.


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