quarta-feira, 15 de janeiro de 2003

Dia D
A decisão do Nacional Nos Jornais


Folha de São Paulo

São Paulo-Guaru e Americana, que nunca foram campeões da competição, iniciam hoje a decisão do feminino

Final do Nacional tem duelo de novatos

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois times que nunca chegaram a uma final de Nacional feminino, dirigidos por dois técnicos também debutantes em uma decisão do torneio, começam a definir hoje a quinta edição do torneio.
São Paulo-Guaru, comandado por Alexandre Cato, 40, e Unimed/Americana, do técnico Paulo Bassul, 35, fazem o primeiro jogo da final às 20h30, no ginásio Paschoal Thomeu, em Guarulhos.
"Sinceramente isso não pesa para mim. Nem notei que estava alcançando a minha primeira final", afirma Bassul, que disputa seu segundo Nacional.
"Nossa expectativa é a melhor possível. É a minha primeira final, mas nosso time começou a jogar o Nacional há pouco tempo. Além disso, já disputamos uma decisão do Paulista [em 2000]", diz Alexandre Cato, que dirige pela terceira vez o Guaru na competição.
Por enquanto, a principal conquista de Bassul foi o Paulista de 2001, quando sua equipe derrotou o Santo André, por 3 a 0, na final.
Cato ainda busca seu primeiro título importante. Chegou perto dele em 2000, quando o Guaru perdeu a decisão do Paulista para o Unimed/Ourinhos, por 3 a 1.
Para a final, algumas atletas representam, muito mais que seus treinadores, a experiência.
No Unimed/Americana, a ala-armadora Silvinha, 27, participa de sua quinta decisão de Nacional -foi a campeã em 1998, defendendo o Fluminense, e em 2000, atuando com a camisa do Paraná.
Ela é a única jogadora presente em todas as decisões do torneio. Sua irmã Helen, 30, do mesmo clube, joga sua quarta final.
"Estou sempre defendendo os times certos. Espero ser campeã novamente", comemora Silvinha.
Já no São Paulo-Guaru, a ala Janeth, 33, está presente em sua quarta final da competição, instituída em 1998 pela CBB (Confederação Brasileira de Basquete) para substituir a antiga Taça Brasil.
Janeth foi campeã em 1999 pelo Santo André e da última edição, em 2001, atuando pelo Vasco.
"Procuro trabalhar em conjunto com o treinador para conseguir o melhor desempenho possível para a equipe", afirma Janeth, que joga o favoritismo para as rivais.
"Americana foi melhor na primeira fase. A responsabilidade é toda delas. Mas podemos surpreender", acredita a ala.
Na primeira fase, Americana ficou em primeiro lugar na classificação, com 35 pontos (17 vitórias e uma derrota). Já o São Paulo-Guaru foi o segundo, com 32 pontos (14 vitórias e quatro derrotas).
Americana também venceu os dois duelos contra o adversário. No primeiro turno, no interior paulista, sem Janeth, o Guaru perdeu por 84 a 60. No returno, desfalcado de Helen, machucada, o time do técnico Paulo Bassul ganhou por 81 a 73, em Guarulhos.
Apesar dessa superioridade, Bassul não assume o favoritismo.
"O jogo delas é mais concentrado em duas jogadoras, a Janeth e a Erika. Mas elas têm capacidade de decidir uma partida", analisa ele.
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NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 20h30

MEMÓRIA

Medalhões do Brasileiro apenas assistem à final

DA REPORTAGEM LOCAL

Maiores vencedores da história da antiga Taça Brasil e do Nacional feminino, os técnicos Antonio Carlos Vendramini, 51, e Maria Helena Cardoso, 62, estão fora da final. É a primeira vez que isso acontece na história do Nacional, que já teve duas de suas edições decididas entre os times da dupla.
Maria Helena e Vendramini quase resumem a história dos Brasileiros feminino. Ela ganhou seis títulos nacionais. Ele é o maior vencedor, com oito.
Apenas três treinadores conseguiram furar esse monopólio: Nestor Mostério (1989), Antonio Carlos Barbosa (1996) e Laís Elena Aranha (1999).
"Havia muita rivalidade entre as equipes, mas sempre mantive um bom relacionamento com a Maria Helena", conta Vendramini, que disputou o Nacional comandando o Dom Bosco (MS), que não se classificou aos mata-matas.
"Era prazeroso pegar na final o time do Vendramini. Mas é interessante, para o basquete, o aparecimento de outros treinadores", diz Maria Helena, cujo clube, o Vasco, desistiu de disputar o torneio deste ano.
Vendramini ganhou a primeira Taça Brasil, em 1984, comandando a Prudentina. Maria Helena foi a campeã do último Nacional, dirigindo o Vasco, em 2001.(ALF)


Diário de São Paulo



Fã de Dennis Rodmann é arma do São Paulo na final

MARCELO VIANA

A pivô Érika, esperança do São Paulo nas finais do Campeonato Nacional contra Americana, imita o ídolo até no visual. O primeiro jogo do play-off será hoje
Piercings e tatuagens no corpo, muita irreverência e um basquete de alto nível. A descrição poderia ser do ex-astro da NBA Dennis Rodmann. Mas não é. O perfil pertence à pivô Érika, uma das esperanças do São Paulo/Guaru no play-off final do Campeonato Nacional feminino de basquete, contra a Unimed/Americana. O primeiro jogo da melhor de cinco será realizado hoje, às 20h30, no ginásio Paschoal Thomeo, em Guarulhos, com transmissão ao vivo da Sportv.

O visual radical da pivô não é por acaso. Érika é fã do ex-jogador do Detroit Pistons, apelido de ?Bad Boy? por causa de seu temperamento explosivo. Numa espécie de culto ao modelo, a pivô colocou piercings na língua, no nariz, na orelha e no umbigo, além de ter feito várias tatuagens no corpo, outra marca de Rodmann. Entre suas favoritas estão o Pernalonga na perna e o desenho de seu nome em japonês. ?Sou fã dele (Rodmann) mesmo. Meu sonho é dizer isso pessoalmente a ele?, comentou a jogadora, destaque do São Paulo no campeonato ao lado da cestinha Janeth.

Liderança
Com a experiência de ter sido campeã do último Campeonato Nacional pelo Vasco e ter atuado na WNBA pelo Los Angeles Sparks, no ano passado, Érika se sente uma das líderes do São Paulo. ?O time é novo e procuro chamar a responsabilidade para mim?, comentou a pivô de 20 anos e 1m95. No ano passado, ela integrou a seleção brasileira adulta que disputou o Mundial da China. Para que o São Paulo conquiste o título nacional, ela acha fundamental a vitória na partida de hoje. ?Temos que vencer em casa de qualquer jeito?, decretou. Érika é carioca, mas já havia passado pelo basquete paulista entre 98 e 2000, quando atuou pelo BCN/Osasco.

Treinador tenta ignorar Janeth

Não se preocupar tanto com Janeth. Pode parecer estranho, mas essa é uma das estratégias do técnico Paulo Bassul, de Americana, no play-off final contra o São Paulo. O raciocínio do treinador é de que não vale a pena gastar tanta energia para anulá-la, tarefa considerada por ele impossível. ?Dificilmente ela vai deixar de fazer seus 25 pontos. Temos que nos preocupar mais em anular as outras jogadoras?, explicou.

O retrospecto entre as equipes é favorável a Americana, que venceu duas vezes o rival na fase de classificação: 84 a 60, em Americana, e 81 a 73, em Guarulhos. Os segundo e terceiro jogos estão marcados para sexta-feira e domingo, em Americana. A Unimed tem a melhor campanha no torneio.


Todo Dia

Americana inicia busca por título

Time pega São Paulo/Guaru, às 20h30, em Guarulhos

Luiz Peninha - Americana

O título da Liga Nacional de basquete feminino começa a ser definido hoje, às 20h30, entre Unimed/Americana e São Paulo/Guaru, no Ginásio Paschoal Thomeu, em Guarulhos, com transmissão ao vivo da Sportv. O time americanense venceu as duas partidas contra Guarulhos na fase de classificação: 84 a 60, em Americana, e 81 a 73, em Guarulhos. Americana eliminou Ourinhos na semifinal por 3 a 1, enquanto Guarulhos passou pelo Corinthians/Santo André em apenas três partidas.
O técnico do time americanense, Paulo Bassul, disse que a partida a mais que seu time fez no playoff semifinal, em relação a Guarulhos, não representa maior desgaste físico. ?Tivemos o final de semana para se recuperar, foram dois dias de descanso. Se fizéssemos a quinta partida contra Ourinhos aí poderia representar problema?, explicou.
A armadora Helen vai estar em quadra nas finais da Liga. Porém, o técnico de Americana está ciente que a jogadora não tem condições de participar dos 40 minutos de cada partida. ?Nosso plano é utilizar a Helen durante 20 minutos de cada jogo. Esse é o tempo que ela agüenta e temos que saber administrar isso?, ressaltou.
A expectativa de Bassul é que com o retorno de Helen, a ala Silvinha volte a desenvolver apenas uma função, ?a de matadora?. ?Como a Helen estava fora (lesionada), a Silvinha tinha dupla função, a de matadora e a de comando. Isso a levou um desgaste natural. Com o retorno de Helen, a Silvinha volta a desempenhar apenas uma função, com isso seu rendimento será maior?, frisou o treinador.
As outras partidas do playoff final estão programadas para os dias 17 e 19, em Americana, e se houver necessidade, dias 22, em Guarulhos, e 24, novamente em Americana.
A equipe do técnico Bassul tem a vantagem de fazer três jogos em casa, contra dois na casa do adversário, por ter feito melhor campanha que Guarulhos na primeira fase da Liga.

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