quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Brasil vence China em último amistoso antes da estreia olímpica. Palmira se destaca



Depois de ser cortada às vésperas do Mundial de 2006, em São Paulo, e dos Jogos de Londres 2012, Palmira Marçal pensava que a sua história com a seleção brasileira de basquete havia terminado. Após quatro anos afastada, a ala-armadora de 32 anos e 1,73m voltou a ser convocada em janeiro deste ano pelo técnico Antonio Carlos Barbosa, justamente, o primeiro que a levou para defender a amarelinha, ainda na época nas categorias de base. Hoje, a atual campeã da Liga de Basquete Feminino (LBF) pelo Sampaio Corrêa é uma peça-chave na campanha do Brasil na Olimpíada, seja na defesa ou nos contra-ataques rápidos. A paranaense leva perigo nas bolas de três e será uma arma do time, conforme provou na vitória sobre a China por 73 a 66, nesta quarta-feira, no Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca. Palmira foi uma das cestinhas do amistoso, com 15 pontos, ao lado da ala-pivô Damiris Dantas. 

- O Barbosa dá confiança a todas as jogadoras da mesma maneira, algumas ele já conhece de longa data, como é o meu caso, conhece já as minhas bolinhas de fora. Tudo vai acontecendo de forma natural. É saber aproveitar a oportunidade, dar uma calibradinha... Lá em Campinas, estávamos treinando muito chute. Fui cortada antes do Mundial porque tive uma lesão na coluna, mas eu queria cortar se fosse para ajudar. Não deu para ficar, veio outra menina que estava de prontidão. Depois, voltei, disputei o Pré-Olímpico, o Pan de Guadalajara, fui convocada para Londres 2012 e fui cortada, mas, infelizmente, faz parte da vida do atleta. Estou tendo uma segunda oportunidade, acho que se tivesse outro técnico eu não estaria aqui, mas são chances dadas que temos que agarrar com as duas mãos. Espero contribuir ao máximo - contou Palmira.

O jogo-treino foi um importante teste para a seleção brasileira, que estreia na Rio 2016 neste sábado, às 17h30 (de Brasília), contra a Austrália. O técnico da China, o australiano Tom Maher, foi o responsável por transformar o estilo de jogo das asiáticas, que tornou-se semelhante ao de seu país de origem. Ele dirigiu a China em Pequim 2008 e levou a equipe ao quarto lugar. Em 2012, era o técnico da seleção da Grã-Bretanha, que terminou em 11º, antes de voltar à China.

- Esse tipo de jogo é bom para relembrarmos alguns detalhes e nos ajuda a chegarmos no nosso melhor nível. A Olimpíada é um Mundial, há muitos campeões mundiais no Rio. Faz tempo que a gente não ganha do Canadá. Temos uma missão difícil na estreia. Quanto mais experiente, mais confiança você tem. Estamos preparados. Fizemos um trabalho duro. Estou indo para a sexta Olimpíada. Espero que seja um dos momentos mais especiais. Nossa missão é jogarmos o nosso melhor. Eu tenho a ideia de que, se jogarmos o nosso melhor, poderemos conquistar algumas vitórias para passar de fase. É o nosso objetivo - comentou o técnico da China.

Maher disputa a sua sexta Olimpíada e acumula duas medalhas nos Jogos. Foi ele quem colocou a Austrália pela primeira vez no pódio do basquete feminino nos Jogos Olímpicos, em Atlanta 1996, quando a equipe conquistou a medalha de bronze. Em Sydney 2000, ajudou as australianas a conquistarem a prata. Atualmente, o país é uma das maiores potências da modalidade e busca no Rio de Janeiro o seu sexto pódio olímpico consecutivo.

O Barbosa estava dando bronca ali na gente em algumas bolas, pois eles passam a bola e continuam, é um jogo bem parecido com o da Austrália. Se tivermos mais atenção, vamos surpreender na estreia contra a Austrália de uma forma positiva - analisou Palmira. 

Natural de Reserva no Paraná, a atleta mudou-se ainda criança para Matão, no interior de São Paulo, e deu os primeiros passos no esporte aos sete anos no atletismo. Fazia um pouco de tudo, mas passava a vida correndo pelos cantos. 

- Comecei no atletismo e só depois no basquete. Quando descobri que poderia correr com a bola na mão, abandonei o atletismo, fiquei no basquete, migrei para algumas cidade, Guarulhos, Bauru, fui para a Espanha, fiquei muitos anos em Catanduva, Recife, Americana, Ourinhos e agora estou no Maranhão pelo segundo ano seguido. Costumo ter sempre uma adaptação muito rápida em todos os lugares que eu vou. Jogo basquete há 25 anos - revelou a ala-armadora. 

- Depois quer eu saí em Londres, eu pensaria que não retornaria mais para a seleção. Estava mais tranquila, mas, com essas reviravoltas que o basquete dá, estou aqui de novo. Muita gente não está acreditando no Brasil, mas acho isso até bom, pois tira um pouco da pressão e dá ainda mais vontade para mostrar que podemos muito mais do que todos acreditam. Estamos acreditando muito. Ontem, perdemos por uma diferença de nove pontos o amistoso contra a Sérvia, por alguns errinhos, mas é com essa energia que a gente vem. Não há nenhum jogo impossível de ganhar nos Jogos Olímpicos - completou. 

O Brasil está no grupo A da Olimpíada. Após a estreia contra a Austrália, o time comandado por Barbosa enfrenta o Japão (8), campeão asiático, Belarus (9), França (11) e Turquia (13).

Fonte: Globo Esporte

2 comentários:

Cleber disse...

Muito bom, fazendo frente a qualquer seleção das Olimpiadas! Se a CBB não acredita na seleção feminina principal e de base, nós e essas moças precisamos acreditar

Anônimo disse...

Brasil perde para a Servia (14 comentários)
Brasil vence a China (1 comentário).

Isso diz muito sobre as pessoas que comentam neste blog.