quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Magic Paula: "Ficamos nesse discurso eterno de renovação."



Uma das maiores jogadoras da história do basquete brasileiro, Magic Paula foi apenas mais uma das torcedoras a se decepcionar com a eliminação da Seleção Brasileira no Campeonato Mundial Feminino da Turquia. A ex-jogadora conversou com a reportagem do LANCE!Net, e afirmou que o momento atual não deve ser somente de críticas, e sim de uma reflexão sobre o esporte no país.

A Seleção foi eliminada nesta quarta-feira, ao ser derrotada pela França por 61 a 48 nas oitavas de final, na cidade de Ancara. Após a partida, o treinador da equipe, Luiz Augusto Zanon defendeu suas atletas, dizendo que a falta de experiência foi o fator principal. A equipe tem uma média de idade de 25 anos e faz parte de (mais um) ciclo de renovação do basquete no Brasil.

Confira abaixo a entrevista na íntegra de Magic Paula ao LANCE!Net:

O que achou da participação brasileira no Mundial?
Eu já esperava (a derrota). Estou um pouco irritada. Quando você percebe que dá pra ganhar...

O Zanon comentou que a falta de experiência foi um fator importante para o péssimo aproveitamento do ataque brasileiro. Você acredita que foi isso mesmo ou simples falta de treinamento?
Acho que é uma soma de tudo. Estou fazendo uma reflexão pós-jogo e vi que ficamos nesse discurso eterno de renovação. Então, vamos renovar de vez. Vamos sofrer nos próximos anos. A Érika é a melhor pivô do mundo, Clarissa é uma promessa, Damiris promessa... E daqui a um ano e meio, vamos falar as mesmas coisas. Para mudar as coisas externas, não podemos ter tanta passividade. Não dá para pensar em um campeonato desse nível e só reclamar quando chega lá. Nossa geração também teve participações ruins, com 11º, 12º lugares, mas brigávamos, reclamávamos, por treinador, treinamentos, convocação, lutávamos por mudanças. Não podemos ficar nessa passividade de achar que não vai dar certo por algum motivo ou outro. É uma reflexão que deve ser feita.

Você acha que as jogadoras e os envolvidos estão acomodados nessa situação?
Se é para reclamar, vamos tentar fazer alguma coisa. Principalmente quem faz parte disso. Não pode ser porque Deus quis, tem que ser pela diferença. Mas não fazemos nada para essa mudança. Escutamos desde 2011 o discurso da renovação. Se fosse assim, levem a molecada de 15, 16 anos e coloquem para jogar. Mas não, ficamos numa situação confortável, dizendo: "não esperem nada de nós, pois estamos renovando". Coloca uma Seleção permanente para jogar a liga, tragam alguém de fora para evoluir o basquete, não sei, vamos fazer alguma coisa.

Esse discurso de renovação já está batido?
Isso já vem se cristalizando. Tudo bem que nossa geração demorou 15 anos para ganhar o primeiro título, mas não precisa demorar tanto. Ou renova de verdade, ou fica com o discurso por mais anos sem fazer nada. Não posso jogar a culpa nas meninas, mas elas não podem ser tão passivas. Essa geração de Érika, Clarissa, Damiris, vai passar. Não adianta ter o rótulo de promessas e boas jogadoras, se não mostrar ele quando chega na Seleção. Sempre tem uma muleta para abrandar.

A história da "geração que passa sem títulos" é a mesma do masculino. Essa situação vem do basquete brasileiro em geral?
O feminino é muito pior. O Campeonato Paulista, que era um carro-chefe, tem quatro times. É muito triste. O masculino ainda tem uma liga forte, uma TV aberta apoiando, patrocinadores, mas o feminino não. E daqui um ano e meio, esperamos o que dessas meninas? Como esperar, se do lado de fora ninguém faz nada e as meninas não se juntam? Até poupamos um pouco essa geração, mas é igual filho. Não dá para ficar só passando a mão na cabeça. 

E o que achou do trabalho do Zanon? Não acha que os pecados ofensivos são culpa de treinamentos falhos?
Apesar das derrotas, você vê que o time com o Zanon tem um padrão. Sente que está diferente. Mas depois começam com erros bobos, de quem não está preparado ainda. Se o arremesso não está caindo, tenta fazer mil arremessos por dia nos treinos. Eu fazia 500! A gente tinha a dificuldade da estatura, então treinávamos arremessos, velocidade, transição. Isso é o que digo da reflexão, do comportamento. Essa é uma reflexão.

Fonte: Lancenet

11 comentários:

Anônimo disse...

sempre coerente a Paula né.......faço de suas palavras as minhas.......

Erico disse...

A Paula é sempre assim, nunca fala com mais clareza sempre fica se escondendo em palavras mais subjetivas.

Custa nada jogar a verdade na roda, pois as palavras dela tem um peso muito importante no basquete nacional.

Uma pena!

Desse jeito ela acaba se mostrando favoravel a CBB, querendo ou não.

Anônimo disse...

A PAULA TÁ REVOLTS!

Anônimo disse...

Entendo a irritação da Paula, pois também acho que dava para ganhar, pois o nível das outras seleções caíram muito. Se o Brasil fizesse tudo certinho, dava para brigar por medalha. Infelizmente sempre fazemos tudo errado e ficamos nas últimas colocações.

Anônimo disse...

Paula é a Paula!!!
Para mim, ela é que deveria ser a responsável pela seleção feminina.
Concordo plenamente com as palavras dela.
As que menos tem culpa são as meninas...mas não podemos passar a mão na cabeça delas.
Ontem mesmo, estava conversando com uma ex atleta que pegava bola para a Paula e Hortencia, e me dizia.
Que todos os dias as duas ficavam além do treino arremessando, 200, 500 bolas!!! E hoje, quantas arremessam 50 bolas????
A coisa é feia, as nossas atletas não acertam a bola na cesta, é horrível ver um time fazer 15 pontos num período.
Concordo com a Paula, tirem as meninas de base, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, invistam nas meninas de 20 a 23.
Por 6 meses elas ficam nos clubes, para jogarem seus campeonatos, outros, treinem, joguem, viagem com a seleção.
Precisamos de espelho, e nosso espelho está horrível.
Que menina vai querer jogar basquete, vendo o como está geração joga!!!!
Precisamos atuar rapidamente na base.
Vemos no campeonato paulista cedeu a algumas agremiações para volta da defesa por zona na base....
Aí vamos ver o quanto nossa seleção marca uma defesa por zona???? Muito pouco. Estamos fazendo o quem com a base????
Técnicos querendo ser campeões, e não formando atletas para uma seleção.
Nossa mentalidade de formação com muita certeza está equivocada...
Agora, e quais as condições que os clubes estão dando para essas meninas???? Que estrutura os clubes dão???
Chegamos a jogar em ginásio, que as vezes, o local para banho, após final de um jogo, não há condições saudáveis de questões higiênicas!!!
Querem cobrar o que???

Precisamos mais quantas derrotas, quantas frustrações, pra resolvermos mudar????

Por isso que hoje na base, vemos atletas, técnicos se desligando desta modalidade que ontem foi glorioso...

Desculpe me, mas nós temos que mudar, pois as coisas tendem a ficar piores!!!!

Anônimo disse...

A renovação sempre é bem vinda, mas deve haver critérios para isso. Como foram avaliadas as jogadoras? Por desempenho em seus clubes? Muitas são reservas e nem jogam! Deve haver um acompanhamento sério nas categorias de bases para garimpar e testar novas jogadoras!

Paulo Sergio disse...

Concordo quando a Paula diz que não adianta ter rótulo de "melhor jogadora" ou de "promessa" e chegar na seleção e não jogar bem.

Outra coisa que não entendo é ver, muitas vezes, a Érika e a Clarissa praticamente ao mesmo tempo, recebendo bolas na cabeça do garrafão para logo em seguida devolvê-las às armadoras ou laterais.
Pra quê?

Cadê aquela pivô que se posiciona próxima da cesta e briga pra ficar em condição de receber a bola e bater pra dentro no um-contra-um?

Se a pivô abre pra receber a bola, tem que ser com um objetivo. Tem que servir uma ala que está entrando ou bater pra dentro quando pega uma marcadora mais lenta ou então meter um arremesso dali mesmo, com confiança.

Temos jogadoras ágeis, algumas habilidosas, outras fortes, outras com ótimo arremesso. Parece que falta um técnico que consiga extrair o melhor de cada uma delas.

Tem que treinar para desenvolver aquilo que nos falta. Mas, também tem que treinar para melhorar aquilo que já temos de bom.

Anônimo disse...


OBSERVADOR

Paula,sempre critica,sempre dona da verdade!!!Agora uma perguntinha bem simples, além, de ter sido uma jogadora fora de série,de ter ganho muito dinheiro com o basquete,ter seu prestigio conquistado com o basket,que retorno efetivamente teve pra modalidade além de suas criticas!!!Montou algum time,conseguiu algum patrociniio para algum campeonato ou evento de de basquete feminino!!!!!Querida ficar dando tiro, é fácil,quero ver fazer acontecer pra modalidade!!!

Anônimo disse...

Coerente, Paula é Paula, Magica, etc, etc, etc

O QUE ELA FEZ OU FAZ PELO BASQUETE FEMININO DEPOIS QUE SE APOSENTOU COMO JOGADORA?ALÉM DESSAS ENTREVISTAS PRÉ E PÓS COMPETIÇÕES E CRÍTICAS?

Anônimo disse...

A Paula é pragmatica. Está trabalhando com outros esportes, com projetos de incentivos fiscais. Espertamente, afastou-se do basquete porque sabe que é barca furada. Do lado de fora, fica fazendo criticas. Sabe todo o mal da modalidade, sabe o mal que a Hortencia faz, mas nao a enfrenta. No fundo, sao face da mesma moeda. O basquete feminino brasileiro precisa de alguem como o Magnano, que implante uma nova filosofia, uma nova estrutura. Só um estrangeiro, um profissional, para fazer isso.

Anônimo disse...

Por tdo que o basquete deu a Paula e ela depois que encerrou a carreira nao fez nada por seu esporte é lamentavel