quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Campanha “Salvem o Basquete Feminino Brasileiro” ganha apoio de atletas e fãs da modalidade

Lançada neste mês de outubro, a campanha em prol do basquete feminino no Brasil, por meio da fanpage no Facebook, intitulada “ Salvem o Basquete Feminino brasileiro” conquistou em poucas semanas, grande apoio e repercussão entre fãs do basquete feminino, jogadoras, técnicos e dirigentes, além dos sites e profissionais que cobrem a modalidade em todo o país.

Entre as atletas que expressaram seu apoio público ao movimento lançado nas redes sociais, estão a armadora de Presidente Venceslau, Natália Burian e a ala Karla de Americana, que foram entrevistadas pelo Central do Basquete Feminino e ressaltaram a grande importância dessa campanha, além de apontarem os caminhos que podem levar a recuperação do basquete feminino no Brasil.

Confira abaixo a entrevista com as atletas que farão a final do Campeonato Paulista no próximo dia 07, em Presidente Venceslau:

natalia_venceslau Central: Natália, você que já participou da grande auge do basquete feminino no Brasil, como vê o atual momento da modalidade, com equipes tradicionais como Catanduva, Araçatuba, Ourinhos e Rio Caro, fecharem suas portas?

Natália: Olha se continuar está crise na qual não nós juntarmos e lutarmos pelo basquete, vejo o basquete acabando, é muito triste a nossa realidade, mas está na hora de perdemos o medo e lutarmos pela melhora, é uma pena ver esses times acabando, dói, ver a modalidade que um dia foi o esporte número 2 do país.

Central: O que você acha que tem que ser feito para a recuperação do basquete feminino no Brasil, para que não corra o risco da modalidade acabar em nosso país?

Natália: Está na hora de pararmos de sermos atletas egoístas, tipo eu estou ganhando o meu e se elas não, não tô nem aí, acho que está na hora de realmente usarmos a frase que estava sendo usada: juntos somos mais fortes. Eu acho que está na hora dos clubes se unirem e as atletas também, está na hora de cobrarmos tanto da FPB como da CBB , porque eles são culpados de tudo isso na verdade, está na hora deles reverem, porque eu só vejo os clubes pagando taxas e arbitragem, aí eu me pergunto o time que é campeão qual é a vantagem? O que se ganha da confederação e da própria FPB. Acho que cada estado tem que cobrar de sua federação pra todos os estados poderem cobrar da CBB! A Liga ano passado foi muito boa, espero que esta seja melhor ainda, torço por isso e que eles realmente ajudem os times que mais precisam de apoio!

Acho que todos somos culpados pela fase, mas se juntarmos tudo pode melhor, o maior exemplo de evolução e de volta por cima e do masculino, o masculino chegou ao fundo do poço, agora olha o nível q eles estão? Eu dou parabéns a eles e pelo trabalho que eles vêm apresentando, porque o feminino não pode acontecer o mesmo, a hora é agora, temos que fazer acontecer.

Central: O que pode ser feito por ex-atletas e pelas autoridades maiores no esporte brasileiro, em prol da recuperação do basquete feminino?

Natália: Acredito que ex-atletas como Hortência e Paula que tem muita visibilidade, poderiam se juntar a nós atletas e ajudar nesta luta, ainda mais por elas serem ídolos e com a grande credibilidade que elas têm em nosso país. Uma fazia mágica jogando e a Hortência foi a rainha do basquete feminino, por isso, acho que trazendo a Magic e a Rainha Hortência para nos apoiar, com certeza podemos erguer esse império novamente. Basta todos acreditarem.

Com toda certeza, o Ministério do Esporte tem que apoiar mais o esporte no Brasil, e quando o dinheiro chegar aos clubes que os diretores, usem de modo apropriado e adequado e o mais correto possível. Na verdade, na situação que nos encontramos hoje, qualquer ajudar será muito bem vinda, e, além disso, está na hora deles acordarem, pois daqui a dois anos serão as Olimpíadas em nosso país.

Central: O que você acha deste movimento que está sendo feito pela fanpage “Salvem o Basquete Feminino Brasileiro”, organizado por fãs da modalidade no Brasil?

Natália: Eu acho muito importante as pessoas se preocuparem de verdade mesmo, porque isso mostra que se os amantes estão percebendo isso e porque a coisa está realmente complicada, eu como atleta fico muito feliz com este movimento e sem medo nenhum e por amar o que faço, no que eu puder ajudar, ajudarei esse movimento! Só quem ama este esporte entende a tristeza de ver times acabando e vendo sonhos serem destruídos.

Eu acredito que se nós todos se juntarmos federações e a CBB e todos realmente querem ajudar a melhorar, tenho certeza que esta frase pode realmente se tornar verdadeira: Juntos somos mais fortes!

Karla destaca importância da união pelo BFKarla_Americana-745x512

A ala Karla de Americana também destacou a importância da união entre todos, para que o basquete feminino brasileiro seja resgatado e volte a ser forte em nosso país. Confira a entrevista:

Central: Como você analisa o atual momento do basquete feminino no Brasil?

Karla: O basquete feminino no Brasil está em queda livre, sem apoio, sem patrocínio, sobrevivendo por conta de alguns loucos apaixonados pelo esporte. Por isso, se não nos unirmos, jogadoras, técnicos, clubes, dirigentes e confederação (CBB), acredito que a modalidade corre sim, grande risco de acabar, ou apenas continuar como hoje, sem mídia, sem revelar novos talentos, deixando passar a oportunidade de surgirem novas Paulas, Hortências e Janeths. Eu vivi como atleta, uma época muito diferente em que sonhávamos em ser um dia como elas, em que os campeonatos eram fortes, com a transmissão ao vivo em tv aberta, ginásios lotados e torcidas fanáticas. Desta forma, era mais fácil conseguir patrocínios, pois toda empresa queria associar sua marca a uma modalidade vencedora, totalmente diferente do que acontece hoje. Portanto, se não houver mudanças, planejamentos com urgência, veremos nosso amado BF cair num poço sem fundo!

Central: Como você vê este movimento que foi criado no Facebook, em prol do basquete feminino, por fãs da modalidade que tentam sensibilizar as autoridades, para que ajudem os clubes a sobreviverem, e implantar iniciativas que permitam que o basquete feminino volte a se fortalecer no país?

Karla: Acho ótimo, precisamos unir os amantes do BF e as jogadoras e todos que possam contribuir de alguma forma! Quem teve a iniciativa está de parabéns e acredito que este seja o primeiro passo para esta mudança necessária e urgente!

Central: Você acredita que este movimento pode crescer com sua divulgação na mídia e o apoio dos dirigentes, clubes e atletas, além dos torcedores das equipes?

Karla: Acredito que eu, você e todos nós juntos, podemos conseguir algo pela melhoria do basquete feminino no Brasil!

Texto: Luís Galletta (Central do Basquete Feminino)

4 comentários:

Anônimo disse...

Era o ano de 1971 e o ginásio era do Ibirapuera. A decisão da medalha de bronze contra a seleção do Japão não só daria a medalha de bronze para o Brasil, mas, acima de tudo, a consagração de uma seleção talentosíssima. Minutos finais e os brasileiros que lotavam o ginásio em uma única respiração e num só olhar torcia por uma cesta. Maria Helena na lateral lança pelo alto para Nilza que vira e converte a cesta. As estruturas daquele ginásio tremeram como nunca.
1992, Vigo – Espanha. Uma seleção com os maiores talentos já produzidos no país tentava acrescentar em seu currículo uma passagem pela primeira vez para os Jogos Olímpicos. Jogo dificílimo contra as australianas. Um lance decisivo serviu de combustível para uma peleja que duraria duas prorrogações. Paula conduz a bola e ao passar para Hortência é interceptada por uma australiana. Logo após, Paula recupera a bola lança para Hortência que retoma a posição e lança rapidamente, quase que sem olhar da linha de três pontos, para a cesta. E a bola cai, Brasil empata e teríamos mais uma prorrogação (a segunda) de um jogo que ganharíamos e a briria o caminho para a nossa participação nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992.
Olimpíada de Sidney, ano 2000. Uma jovem desacreditada seleção apostava suas fichas em um jogo com a favorita ao pódio: a Rússia. Minuto final, o técnico Barbosa traça a jogada e na quadra Helen Luz faz um passe pra Alessandra, que num movimento onde a raça prevaleceu a técnica, fez um arremesso certeiro decidindo o jogo. Rússia desclassificada e o Brasil se mantinha na competição em que levaria a medalha de bronze.
Lendo essa história é difícil de entender e acreditar que hoje o nosso basquete feminino encontra-se em estado terminal.
Coca, Maria Helena, Norminha, Angelina Bizzarro, Eugênia Borer, Elzinha, Delcy, Nilza, Marlene, Heleninha, Arilza, Antonio Carlos Barbosa, Edson Ferreto, Paulo Bassul, Antonio Carlos Vendramini, Branca, Janeth, Helen Luz, Alessandra, Tuiú, Leila, Vânia Teixeira, Suzete, Marta Sobral, Vânia Hernandes, Nádia Bento, Magic Paula, Roseli, Borracha, Adriana Santos, Sílvia Luz, Claudinha, Cristina Punko, Seu Chico, Hortência, Karina Rodrigues, Laís, Ruth, Adrianinha, Cida Cardoso, Micaela, Kelly, Érika, Iziane, Damiris, Benedicto Pagliato, Morto, Campineiro...
Quantos países, neste nosso planeta, teria uma relação de pessoas como essa trabalhando para o basquete feminino. Sim, muitos nomes temos. Vivemos de nomes, talentos e abnegados. Vivemos de nomes por todo este tempo.
Mas hoje, o que precisamos é de um nome que coloque a bola debaixo do braço, como fizeram Nilza, Hortência e Alessandra e decidam esse jogo, transformando essa derrota anunciada em vitória. Não aguentamos mais ver o nosso basquete feminino sendo derrotado, agonizando....E a pergunta que fica é, QUEM SE HABILITARÁ?
Espero que esse não seja apenas um texto, mas por que não, o estímulo a uma campanha.

Anônimo disse...

Quando se esperava uma recuperação do basquete feminino com a 'colocação'da hortência na diretoria eis que NADA ocorreu de melhor........

Anônimo disse...

Espero que tudo saia do papel e possamos realmente nos unirmos e reivindicarmos algo concreto para aqueles que desejam trabalhar de corpo e alma com o BF. O dinheiro tem que vir direto para os clubes, e estes devem prestas contas. Toda vez que o dinheiro passar por federações e confederação pode esquecer! Não chega nas mãos de quem quer trabalhar!

Anônimo disse...

Mas faz muito tempo q esta acabando infelizmente.... mas agora q esta mexendo no bolso das atletas (pois as tops estão ficando sem time, pois os mesmos estão acabando) querem se mexer, mas o buraco é mais embaixo... muito mais....