segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Magic Paula: "Nossas meninas estiveram como cobaias nas mãos de inúmeros treinadores"



Às vésperas da estreia do Brasil no Mundial, Magic Paula foi convidada pelo UOL a escrever uma coluna para explicar o panorama do basquete feminino atualmente e comentar sobre as expectativas em relação a seleção brasileira na competição. Paula continua genial, como na época em que jogava:

Magic Paula
Especial para o UOL - 27/09/2014

Depois de vinte anos da conquista do Campeonato Mundial na Austrália, em que nossa geração surpreendeu o mundo do basquete feminino, fui convidada para escrever um texto sobre o que mudou neste período. Bom, uma certeza eu tenho, estou mais velha.

Não gosto de comparar gerações e criar fenômenos que possam substituir este ou aquele ídolo, e olha que surgiram muitas substitutas de Hortência e Paula nestes anos pós conquista.

Os talentos são natos, brotam sem precisar fazer muita força. Mas são esporádicos e não podemos sobreviver na esperança de que sempre o talento vai sobrepor a falta de uma visão mais organizada e a paciência necessária para construir uma nova geração.

Pois é, deitamos em berço esplêndido e os problemas do basquete são um retrato de vinte anos atrás. O celeiro, os clubes que apostam e ainda investem no basquete feminino estão agonizando para manter suas equipes, a quantidade de jogadoras é restrita, assim como na nossa época, quando convocar 20 jogadoras para a seleção brasileira era um sufoco. Não reciclamos nossos treinadores, nada contra Barbosa e Vendramini, por quem tenho o maior respeito, mas temos medo de apostar no que é novo.

A modalidade tem uma facilidade em descartar. Os grandes mestres, Maria Helena e Heleninha, Sergio Maroneze, Miguel Luz, Borracha, Branca, Paulo Bassul e tantos outros que poderiam de alguma forma estar contribuindo para modalidade que o digam.

Esquecemos que as peças serão substituídas e que a busca pelos novos talentos precisam ser trabalhadas com carinho, dedicação e sem pressa. Esquecer da base é ser refém da falta de matéria prima, de uma competição nacional que ainda precisa das nossas veteranas, rótulo que detestava quando ainda era atleta, mas que se faz necessário para ter uma competição que não encanta e que ainda sobrevive por conta dos abnegados, apaixonados pelo basquete feminino.

Estamos novamente às vésperas de um Mundial e muitos questionamentos pipocam, curiosos querem saber como será a participação do Brasil. Ora bolas, com um cenário como este não podemos cobrar, culpar ou jogar a responsabilidade sobre nossas meninas, que ao longo destes anos estiveram como cobaias nas mãos de inúmeros treinadores, que só são lembradas quando estão se preparando para entrar na arena para disputar uma competição do nível e do gabarito de um Mundial.

Meninas, vocês não tem responsabilidade nenhuma, mas devem ter empenho e paixão em vestir a camisa do nosso país. Joguem com alegria, sem vaidades e torcendo para que sua companheira faça o melhor. O resultado será consequência de inúmeros fatores que constroem uma equipe vencedora e se a gente acredita no nosso potencial, conseguimos superar as fragilidades externas. Nós conseguimos!

Fonte: UOL

13 comentários:

Anônimo disse...

Criamos um expectativa de resultados porque ainda queremos ver jogadoras atuais jogando do mesmo modo como Paula e Hortencia. Não sou de criticar e ficar reclamando, mas canso de escutar quando o Brasil não vai bem em um torneiro, acabam dizendo: "Que saudades da Paula e Hortencia". Vale lembrar que as duas ficaram mais de uma década jogando pela seleção sem obter resultados expressivos. Viver desse passado é um atraso.

Anônimo disse...

Discordo de você anônimo. Claro que todos tem saudades de Paula e Hortência, dois gênios do basquete mundial, mas todos tem noção que jogadoras desse tipo nascem de 100 anos em 100 anos. O que as pessoas criticam é que as melhores atletas da atualidade não são convocadas. Ninguém entende porque isso acontece.

Uma seleção brasileira formada pelas melhores: Adrianinha, Joice Rodrigues e Tainá (armadoras) Karla e Palmira (alas/armadoras), Iziane, Tati e Joice Coelho (alas), Damiris e Clarissa (ala/pivô) e Erika e Kelly (pivô) subiria ao pódio nesse mundial, pois o nível geral caiu muito.

Trocar um possível pódio pela certeza de um vexame é ridículo.

Entrar na competição já sabendo que vamos ficar entre os últimos colocados e achar que isso é bom, que no futuro isso servirá de alguma coisa, francamente... quem tem mais de 24 anos e ainda não joga bem, não jogará nunca.

Anônimo disse...

Pois e Bert, não deixe a falta de criatividade atingir seu blog também, sugiro uma enquete como vc fazia a anos...
Porque o ZANON não leva as melhores?
1-está preparando um time para olimpíadas
2-não as vê com as melhores
3-não quer se queimar caso não ganhe medalha
4-porque o que importa e competir

Abc

Fusca

Anônimo disse...

Fusca: para se esconder atrás da suposta inexperiência delas. É uma tática velha, desde Hortência, a meta nunca é a competição que estamos disputando, sempre a próxima. Balela pura. Medo de assumir a bronca.

Anônimo 17:07: Sua seleção é coerente. Misto das melhores experientes, com as melhores novatas (que realmente mostraram algum talento na temporada). O resto das convocadas é puro achismo. Não jogaram nada na temporada e estão passeando na Turquia.

Anônimo disse...


OBSERVADOR

1)O Zanon é esperto,com a conversa de renovação a cobrança diminui!!!!
2)Se a CBB tivesse um diretor(a)que se interessasse por BF,ñão permitiria nunca esta seleção.totalmente sem critérios
3)Naõ permitiria um técnico levar os treinos para a cidade aonde ele divide o treinamento com seu clube,já chega o Tarallo, que fazia o mesmo!!!
4) Uma pergunta, o AT qual resultado ele teve para estar já algum tempo na seleção adulta.,Um Jogos Abertos por Ourinhos!!!!!É muito pouco!!!
5)deixar Kelly-Palmira-Iziane-Joyce de Americana, é um absurdo!!Poderiamos ter sim,bons resultados o nível esta bem fraquinho!!!

Anônimo disse...

CONCORDO EM GENERO, NUMERO E GRAU COM O ANONIMO DAS 17.07

Anônimo disse...

a seleção do anônimo das 17 07 é perfeita..........

Anônimo disse...

Gente, parem de desenterrar defuntos, no mundial de 2010 desenterraram Helen, Alessandra, Kelly entre outras. Nas Olimpíadas desenterraram, Karla, Chuca, etc. A unica diferença que teríamos de uma seleção com as "melhores" e as meninas, era a média de idade, pois ambas iriam tomar pau da mesma maneira. Mas concordo com a Paula, as meninas não tem culpa nenhuma disso, elas cresceram sendo treinadas errado, não tem fundamentos básicos, técnicos ruins, campeonatos fraquíssimos e convenhamos o basquete brasileiro está ultrapassado, da pra ver nitidamente o Zanon perdido pois não conhece nem seu próprio time e muito menos seus adversários. Mas isso não é uma crítica e sim uma observação, hoje infelizmente não temos material humano e muito menos técnicos inteligentes aqui no Brasil para restruturar o basquete feminino e também não temos condições nenhuma de chegar ao pódio. Não temos mais aquele basquete da década de 90 assim como os técnicos da década de 90 ou sumiram ou pararam na década de 90 e também não temos mais aquelas jogadoras da década de 90.

Anônimo disse...

Branca mestre??? Admiro a Magic Paula como atleta, mas dizer que a irmã é uma grande mestre como técnica é muito nepotismo. Os demais comentários são coerentes, pertinentes e inteligentes.

Anônimo disse...

Fico lendo as postagens e encontro algumas explicações para o basquete feminino estar do jeito que está. Só encontro rancor e defesas de idéias vazias. O principal motivo do basquete não evoluir vem dessa "comunidade" medíocre que não se une. Cada um "ama" o basquete do seu jeito. Cada um é o "certo" da história. Podem falar, mas o esporte no Brasil vive de lampejos, porque não existe mais clube. A matriz esportiva baseada em clubes servia em uma época que o clube era a grande atração da sociedade. Mantivemos uma matriz morta e sem nenhuma política de governo para o esporte. Essa comunidade deveria se unir para mudar isso e não ficar falando mal de quem está trabalhando e seguindo suas idéias. Certas ou erradas, essas idéias representam o possível dentro desse deserto de apoio que o esporte tem. Vejam o exemplo do voleibol, qual foi o último campeão brasileiro masculino?? se forem honestos, dirão que não lembram. O feminino é mais fácil: há 50% de chance de acertar. Só tem dois times mesmo. O volei mudou sua matriz, onde os jogadores ficam mais tempo com a seleção do que com os "clubes", além de disputarem campeonatos com dois ou três equipes em condições de conquista. Escorados nesses fatores, conseguiram uma exposição enorme, apenas aqui dentro do Brasil, e com isso um patrocínio milionário, que lhe permite viver sem uma política pública de esporte.
O resto é choro dos desprovidos. O que se tem feito é tudo que se pode fazer.

Anônimo disse...

Anônimo das 09:49, concordo em partes: realmente não temos técnico com nível internacional no Brasil atualmente, mas se a seleção masculina tem um campeão olímpico, porque a feminina não pode ter um técnico estrangeiro que pelo menos conheça o basquete internacional e já tenha jogado mundial/olimpíadas? Se a CBB contratar um técnico de referência, se esse técnico observar todos os jogos da LBF e convocar as melhores atletas , independente da idade e tivermos uma preparação longa, jogando no mínimo 15 jogos contra as maiores potências do mundo, quem sabe onde o Brasil poderia chegar? O problema é que a CBB não faz o que deve ser feito, a seleção feminina fica em segundo plano, abandonada e nas mãos de pessoas equivocadas que já entramos nas competições com o discurso de derrota pronto. Não podemos nos conformar com isso. O basquete feminino brasileiro é maior que essa mediocridade toda.

Anônimo disse...

Branca e Borracha mestres?aff...

Anônimo disse...

PELOS COMENTÁRIOS DESSE ANONIMO DAS 09.49 PARECE QUE TODAS AS ATLETAS DO BASQUETE JÁ MORRERAM OU AINDA ESTÃO NA UTI. NÃO CONSEGUI ENTENDER NADA DO QUE ELE QUIS DIZER.QUEM VIVE DE PASSADO E COISAS ANTIGAS É MUSEU.