segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O Paulista com cinco times no ano do título mundial

Há cerca de três meses recebi um e-mail de uma estudante de Educação Física, que estava elaborando uma pesquisa sobre as maiores conquistas da história da seleção feminina – o Mundial 1994 e a prata em Atlanta-96. Ela queria entender como o Brasil chegara àquelas conquistas e tentava comparar a situação das competições entre clubes no país naquela época e agora. E se deparava com a escassez de informações nos sites da FPB e da CBB.

Ao tentar ajudá-la, embora tivesse a clara recordação de que eram cinco (!) as equipes disputando o Campeonato Paulista no ano da conquista do título mundial, eu já não me lembrava com detalhes da composição delas.

E resolvi pedir socorro ao meu amigo Renato Cunha, que tem uma memória fantástica dos acontecimentos dessa época.

Ele me respondeu rápido com um e-mail que me fez relembrar as emoções daquela temporada e me rendeu uma série de espirrosao tirar do baú recortes da época.

Seguem o e-mail do Renato e o mofo:

“Em 1994, no principal campeonato do país – o Paulista, participaram as seguintes equipes:

01) CESP/UNIMEP – Piracicaba

Vice campeã mundial

3º lugar na Taça Brasil

Campeã Paulista

Campeã dos Jogos Abertos (em Campinas)

Técnico:  Antônio Carlos Barbosa
Jogadoras: Branca, Paula, Cathy, Jack, Marta (titulares), Alessandra e Adriana

02) Nossa Caixa/Ponte Preta - Campinas

Campeão Mundial (Bi)

Campeão da Taça Brasil

Vice Paulista e dos Jogos Abertos

Técnica: Maria Helena Cardoso

Jogadoras: Helen, Hortência, Adrianne, Karina, Ruth (titulares), Silvia Luz, Claudinha, Roseli, Ana Motta, Cíntia Luz, Fernanda Bressan e Tuiú (lesionada nesta temporada)

03) Lacta/Santo André

4º lugal no Mundial de Clubes

Técnica: Laís Elena

Jogadoras: Nádia, Edna Campbell, Janeth, Leila, Vânia Hernandes (titulares), Márcia Sobral, Carvie e Simone Pontello.

04) Guaru

Jogadoras: Sandra Prande, Márcia Prande, Simara, Cláudia Pastor, Vanessa Wells, Dalila e Lígia.

Técnico: Haroldo Evans

05) Araçatuba

Técnico: Nelson Luz (Morto)

O grande detalhe deste ano ficou por conta da contusão da Hortência, em sua última temporada como atleta, que jogou limitada no Mundial Interclubes e voltou apenas pra série final do paulista contra a Unimep.

Com a eterna omissão da CBB, os clubes é que corriam atrás pra dar algo de qualidade para o basquete feminino, como foi a promoção do Mundial de Clubes.

Realmente o fato de ter cinco equipes é muito ruim (passados dezenove anos, hoje temos sete), mas acho que, em certo ponto, favoreceu porque acabou criando "pequenas seleções" (Lacta, Ponte e Unimep), concentrando as melhores jogadoras do país em  três equipes, sendo times fortíssimos com altíssima qualidade técnica.

Na temporada seguinte foi criado o ranqueamento das jogadoras, e os times que disputavam a A2 foram promovidos para A1, distribuindo as grandes jogadoras e as futuras promessas (Sílvia e Cíntia Luz, Tuiú, Roseli, Cláudia, Adriana Santos etc) por diversos times, o que deu oportunidade e crescimento a essas atletas que estavam no banco na temporada anterior.”

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7 comentários:

Anônimo disse...

apesar da época do título do mundial o paulista ter apenas cinco times, mas em compensação tinha jogadoras de muita qualidade diferente de hoje.

Murillo disse...

Inesquecível, Bert! Obrigado por relembrar momentos tão maravilhosos, mágicos!!! Realmente pudemos apreciar jogadoras de altíssimo nível... O basquete jogado também era outro, menos força física e mais inteligência... Além de uma plasticidade de movimentos que encantavam e permanecem até hoje na memória de todos aquelas que se apaixonaram pelo basquete assistindo Paula, Hortência, Marta e cia brilhando nas quadras brasileiras!!! Saudades eternas!!!!

Henrique Baptista Silva disse...

Emoções fortes... Esta matéria é para ficar arrepiado de felicidade e êxtase. Assim como,impressiona ver tão pouca gente comentando aqui. O que mostra a mentalidade de quem prefere reclamar do presente,sem buscar referências e inspiração no passado para fazer um futuro melhor.

Mauricio Guedes disse...

Estive no Taquaral no segundo e no terceiro jogo da final do campeonato paulista. Fã da Hortencia como sempre fui, foi muito difícil ver as duas derrotas para a Unimep dentro do Taquaral. Na sequência, na Taça Brasil disputada no Paraná tivemos o último duelo entre Paula e Hortencia na semi final daquele torneio. Naquela oportunidade a Rainha fez valer sua majestade e a Ponte venceu a Unimep, assim como venceu a Lacta de Santo André na final. Bons tempos. Essa temporada só não foi melhor porque a Hortencia ficou afastada boa parte dela.

Anônimo disse...

detalhe que neste campeonato a Branca ganhou o título de melhor jogadora da temporada...e realmente ela jogou muita bola. paula e hortência não concorriam a este título, pois eram classificadas como hors concours pela FPB.

Anônimo disse...

Faltaram muitos títulos da Lacta /Santo Andre nessa
matéria.

Anônimo disse...

Branca....grande armadora.
Marta, na minha opiniao, melhor pivo brasileira. São pouco badaladas mas tinham uma tecnica impressionante e apuradíssima...Nota triste: injustiçadas, na conquista do mundial 94