quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Entrevista – Adrianinha (CBB)

DRICa_PERFIL Com 25 anos dedicados ao basquete, entre conquistas nas quadras nacionais e no exterior, a armadora da Seleção Brasileira Adriana Moysés Pinto, a Adrianinha, destacou sua felicidade ao voltar a defender a camisa verde-amarela. A armadora também falou do relacionamento e do entrosamento com as companheiras de equipe. De malas prontas para a disputa da Copa América do México, de 21 a 28 de setembro, Adrianinha, que tem no currículo quatro participações nos Jogos Olímpicos e quatro em Campeonatos Mundiais, frisa que vale tudo na busca de uma medalha.

Depois do anuncio da aposentadoria, feito nas Olimpíadas de Londres 2012, o que te motiva voltar a defender o Brasil?

Eu sinto dentro de mim que meu ciclo ainda não terminou. Sei que estamos entrando em um novo ciclo olímpico, com meninas novas e que possuem muito potencial. Então, meu objetivo agora é ajudar o meu país, não é só mais um desejo pessoal. Fazer algo pela seleção. Eu quero dar força, botar pra cima. Quero essa vaga e a medalha. Prometo fazer de tudo para levar esse time até o lugar mais longe que a gente puder.

Qual seu objetivo na Copa América?

A classificação para o Mundial. Vou me dedicar e treinar forte para entrar bem em quadra. Acho que o Brasil vem se colocando muito bem nos amistosos. Esse grupo tem bastante sintonia, acredito que é muito possível um resultado positivo no México.

Você já disputou a Copa América no Brasil, há quatro anos. O que mudou da Adrianinha dessa época pra hoje?

A idade primeiramente. Eu estou mais velha, o corpo da gente muda e o cuidado com o físico acaba sendo uma prioridade. Mas acredito que a cabeça leva vantagem de estar mais experiente e carregando mais sabedoria.

A passagem pelo basquete europeu trouxe alguma evolução ao seu estilo de jogar?

No Brasil sempre joguei apoiando jogadoras de alto nível, como Paula e Claudinha. Minha meta era passar a bola e deixar a atleta na melhor condição de jogo possível. Depois da passagem pelo exterior, mudei muito o meu estilo de jogar. Ganhei muita experiência e, principalmente, aprendi a pontuar.

 

Você teve a oportunidade de viajar bastante com a seleção. O que mais aprendeu nessa trajetória?

Eu aprendi a defender o meu país e saber que preciso representar da melhor forma possível a camisa que estou vestindo. Eu valorizo muito o meu lugar de origem. Nessas viagens aprendi também que temos duas famílias. A companhia das meninas e da comissão técnica também tem um peso na nossa vida.

Você tem algum ritual antes dos jogos?

Além de rezar não entro em quadra sem a minha faixa de cabelo. Me sinto uma guerreira quando a uso para jogar. Além de segurar o cabelo ela tem um valor especial pra mim.

Na Seleção Brasileira, quem é a sua grande companheira?

Durante muitos anos eu tive a Alessandra do meu lado. Agora eu estou muito apegada com a Karla. Somos da mesma geração, ela é uma pessoa que eu posso contar sempre. Quando cheguei na Ponte Preta (SP), há muitos anos, ela deixou eu morar com ela na república. Sou muito grata pela sua amizade e carinho que temos uma pela outra ao longo de todo esse tempo.

Um momento marcante com a seleção?

Sem dúvida a minha primeira Olimpíada, em Sidney (2000). Eu era novinha e vivi aquele momento radiante. Ganhamos uma medalha de bronze e muita experiência nas costas. Não participei muito, mas só de fazer parte daquele time valeu demais.

Você é uma das mais experientes deste grupo. Como você vê a renovação do time?

Estou vendo um time com cara e identidade. A gente tem a esperança de mudar sempre, então precisamos de paciência para que esse trabalho de longo prazo dê certo. O segredo é trabalhar muito para continuar crescendo.

Você virou uma referência no basquete em Recife. Como é a sua vida lá?

Em Recife eu uso meu tempo para me dedicar ao aprendizado e focar no que eu quero daqui pra frente. Estou acompanhando o trabalho de algumas seleções de base e estou ali com o clube. Isso vai me ajudar muito daqui pra frente.

Para quem você dedica suas conquistas?

Dedico à minha família, que sempre esteve ao meu lado e me apoiou. Dedico também aos meus amigos mais próximos que estiveram comigo em momentos bons e ruins da minha vida.

Você participou recentemente da ENTB, em Curitiba. Quais são seus planos para o futuro?

Eu quero ser treinadora. Eu não sabia disso até a um tempo atrás, mas em Recife eu descobri que gosto de ensinar. Quero fazer parte da vida de jovens atletas que possuem um sonho. Quero ajudar no crescimento profissional de crianças que amam o basquete, assim como eu. Maria Helena Cardoso e Heleninha foram dois exemplos maravilhosos de técnicas brasileiras. Então, quero seguir o meu coração porque sei que ensinando a gente aprende muito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como essa CBB é ridícula. O basquete feminino está cada vez mais abandonado, a Hortência era loka, mas pelo menos dava atenção para todas as categorias femininas. Olhem quem a CBb chamou para comandar o seleção sub-17, um ilustre Zé Ninguém:

http://paraibaonline.com.br/esportespb/noticia/894665-basquete--tecnico-paraibano-e-convocado-para-a-selecao-brasileira-sub-17.html