segunda-feira, 15 de abril de 2013

Federação Mineira se reúne para tentar salvar o basquete feminino

Émile Patrício - Hoje em Dia

A Liga de Basquete Feminino terminou há uma semana, e quase ninguém tomou conhecimento de quem a ganhou e muito menos de quantos times disputaram a competição nacional. É real a dificuldade que o basquete feminino tem em se desenvolver em solo brasileiro. Situação esta que se encontra em estado crítico em Minas Gerais. Há regiões do Estado em que o trabalho de base e o ensino da modalidade sequer existem.

Com o intuito de apontar o diagnóstico e colocar em prática medidas que mudem a triste situação do basquete feminino no Estado, a Federação Mineira de Basquete (FMB) realizou uma reunião com 25 representantes de várias cidades que estão envolvidas diretamente com esporte em escolas, clubes e ONGs.
“O número de participante nos campeonatos está aquém do que a gente precisa e espera. Queremos ter um foco maior na iniciação do esporte. Porque, se não tivermos uma base, será difícil imaginar um futuro de uma equipe adulta”, ressalta o presidente da federação, Álvaro Cotta Teixeira da Costa, que assumiu o cargo no início deste ano.

Faltam equipes

Álvaro Costa aponta, inclusive, a falta de equipes femininas em Belo Horizonte e na Região Metropolitana. “A capital está mais voltada para o basquete masculino. O que temos hoje são iniciativas de escolas que ensinam e que têm equipe feminina de iniciação”. O presidente explica ainda que os poucos times existentes estão localizados na Região Sul de Minas.

“Na fase de formação, entre 13 e 17 anos, o basquete feminino está distribuído no interior do Estado. Varginha é uma cidade com boa tradição no basquete feminino há anos. Há também equipe em Cataguazes, Campo Belo, Três Pontas, Passos, Lavras, Perdões, Três Corações, Três Pontas e Poços de Caldas. Das 22 equipes de basquete feminino, ao menos 15 são do Sul do Estado”, afirma.

Tradição

Belo Horizonte tem equipes respeitadas e tradicionais no basquete masculino, como o Minas Tênis Clube, o Olympico e o lendário Ginástico. Esses clubes, porém, nunca investiram na formação times femininos.

Para o técnico principal da base do basquete do Minas, Flávio Davis, isso acontece devido a “prioridades”. “É tradição de alguns clubes terem apenas o masculino. Hoje, o esporte demanda dinheiro, e distribuí-lo por várias modalidades acaba sendo inviável. Por isso, algumas são priorizadas”, justifica.

Apesar de não haver projeto de criação de nova equipe no Minas, Davis conhece a necessidade da área. “A oportunidade de oferecer a adolescentes um time competitivo faz com que tenham motivação de continuar na modalidade. Nós vimos muitas jogadoras aqui do Estado procurando clubes do interior de São Paulo para dar continuidade às carreiras. O que a federação tenta é motivar as equipes que possam desenvolver o basquete aqui para que esses talentos possam ter continuidade”, diz o treinador. 

Fonte: Hoje em Dia

11 comentários:

Henrique Baptista Silva disse...

O incentivo do esporte num lugar como Minas,para as crianças é fundamental. Onde a diversão é voltada para o público adulto,conquistar o coração das crianças para o basquete. E que o interior do estado poderá dar certo pelos mesmos motivos que acontecem em São Paulo. Não só pelo afastamento dos centros urbanos,mas sim,dos atrativos de entretenimento não ser iguais.

Marco Antonio disse...

Um dia a CBB e as federações vão acordar talvez quando todas as meninas estiverem jogando só futebol, voley, rugby.
Cada absurdo ninguém colhe a fruta sem plantar !!!
Acorda CBB, M.E o Brasil ta cheio de Meninas de Talento que vão ficando pelo caminho ou tentam em São Paulo, mas aqui também são poucas equipes para absorver todas as atletas.
Muito Triste, a TV passa ao vivo aquela Bocha no Gelo e não dá uma força pro Bagunçado Basquete Feminino, pq não confia no produto.
Muito triste porque quem vive o basquete, principalmente a base sabe o celeiro de talentos que temos e perdemos todos os anos.
Fácil pegue a seleção sub-19 e compare com a ultima sub- 19 que foi 3ª colocada, veja quantas daquelas meninas ainda estão no basquete.

Anônimo disse...

E um absurdo um estado com 23milhões de habitantes e não ter, no mínimo, 3 três equipes de ponta para disputar a LBF...

O Brasil era para ser uma potência olimpica para fazer frente a Australia, França, Inglaterra e outros países, mas esporte visto de forma profissional só é praticado em São Paulo...

Sou mineiro (com muito orgulho)moro fora do País (desde de adolecente) e fico REVOLTADO com essa situação!

Regards;

Schineider Oliveira

Anônimo disse...

E o time de Uberaba que disputou o nacional da cbb , ybm tinha o time de Juiz de Fora.

Anônimo disse...

Minas teria condições de ser representada, por no mínino, seis equipes no feminino.

Sem útopia:
Varginha, Poços de Caldas, Juiz de fora, BH, Contagem, Uberaba, Uberlandia(650mil hab), Montes Claros, Governador valadares; etc...

Schineider Oliveira

Enfim, todas essas cidades tem mais de 200,mil habitandes.

Agora imaginem se além de Recife e Maranhão, entrassem tbm:

Ceará(Fortaleza), Bahia (Ilheus, por ex), Brasília, Goiania, ES (com Vila Velha), RJ ( Com Duque de Caxias e o projeto da Mangueira que já existe), Blumenau, Joenville e; Se como na NBA um time (campeão)Argentino fosse convidado para ingressar na LBF, como os Raptors de Toronto...

No início o nível técnico não seria muito bom , mas em 10 anos , mais ou menos, o feminino seria concorrente direto por pelo primeiro lugar no pódium contra as Americas...

Henrique Baptista Silva. disse...

Bom dia. Compreendo a frustração do leitor Schneider Oliveira pela massificação do esporte não acontecer de acordo como ele percebe por lógica. Meu caro,não se trata apenas da visão prosaica da difusão do esporte conseguir seduzir as pessoas para esta intenção. O formato esportivo de clubes depende do apoio de empresas que infelizmente possuem a mentalidade que patrocinar qualquer atividade dentro da cultura de entretenimento seja disperdício de dinheiro. Por isso, que num país tão grande como o nosso;os clubes precisam se rastejar para conseguir qualquer migalha pela tentativa de construir ou manter uma estrutura que receba os atletas e as modalidades aparecam juntamente com os talentos que possam produzir. É um paradoxo,ver o que poderia ser tão fácil de dar certo,de fato,ser quase impossível. Mas,no nosso país é assim.

Henrique Baptista Silva disse...

Caso eu não tenha sido claro,conforme o leitor Marco Aurélio me criticou... "que Eu não falo NADA com NADA"(com a fúria de 3 pontos de exclamação(!!!). Meu caro,Schneider. Eu quis dizer que,os empresários pensam que PAGAR um profissional da área da cultura de entretenimento(músicos,atletas,artistas...),é o mesmo que DAR dinheiro para alguém se divertir. Não consegue respeitar como trabalho,e por este motivo vê como disperdício de dinheiro investir.

Anônimo disse...

Mas na Seleção Brasileira Sub15 do ano passado não tinha um técnico de MG como assistente técnico? Vinícius, não é mesmo?

Anônimo disse...

O time de Uberaba foi o primeiro time mineiro a disputar um campeonato Nacional: 2002/2003,2003/2004 e 2004/2005, tendo como melhor colocação um 3º lugar em 2003. Em 2007 foi vice campeão da "Nossa Liga de Basquete" perdendo pra Catanduva. Falta a FMB incentivar as equipes do estado! O projeto daqui de Uberaba foi abandonado principalmente devido à falta de patrocínio. Outro ponto a ser discutido é que o campeonato mineiro de basquete feminino é fraco.

Anônimo disse...

Henrique Batista Silva,

Seus comentários foram bem compreendidos e absorvidos por nós (por mim principalmente).
E , infelizmente, vc tem razão, no tocante aos patricionios, acima de tudo, quaNDO disserta sobre a ideologia dos investidores em relação ao esporte, arte, etc...
Falar o que?
É lamentavel que seja assim.
Só mesmo usando sua frase para descrever, a tragi-comédia brasileira:
"É um paradoxo,ver o que poderia ser tão fácil de dar certo,de fato,ser quase impossível. Mas,no nosso país é assim." - HBS
Viva as olimpiadas 2016!!!
Gosto muito do seus textos...curto demais ler seus comentários. Continue assim.

Best Regards;

Schineider Oliveira

Anônimo disse...

Treinar de Terça e quinta não é muito pouco?Teria que ser
Pelo menos 3 dias na semana.Isso é o minimo.